5 de agosto de 2007
De novo? Eu não acredito que essa jornalista vai falar mais uma vez sobre animais! Só que quanto mais eu falo, mais encontro pessoas que me provam que a humanidade ainda precisa de séculos (ou milênios) para entender e respeitar a criação divina e mais me deparo com situações que me forçam a escrever sobre os animais. E se uma pessoa, apenas uma, se conscientizar com cada texto que eu escrever, eu já fico satisfeita.
Essa semana a minha mãe, que é professora, recolheu e adotou um gato que estava na escola. Durante vários dias ele morou lá, enquanto os alunos estavam em férias e os professores alimentavam o bichano, que passou até a afastar ratos e baratas da escola. Parecia, até aquele momento, que estavam todos satisfeitos. As aulas recomeçaram e minha mãe teve uma surpresa.
MORTO?
Em uma noite o inspetor de alunos a chamou e disse que ouviu uma turma de estudantes dizer que mataria o gato. Ela foi conferir e encontrou jovens ávidos pela morte de um ser inocente que não havia feito nada de mal para ninguém. Ao conversar com uma das responsáveis pela escola, ficou ainda mais surpresa. A mulher disse que queria realmente que os alunos “se livrassem daquele bicho nojento”. Sem reação, a minha mãe só pôde, com a ajuda do inspetor, tirar o animal do telhado e levá-lo para casa. Ela me disse que não abandonaria o animal sabendo que no dia seguinte ele poderia estar morto.
Há poucos dias, então, o gato ganhou o nome de Freddy. Já foi ao veterinário e assim ficamos sabendo que tem cerca de um ano e meio. Logo será castrado e receberá todos os cuidados, além do carinho que já ganhou, inclusive dos companheiros felinos. Minha mãe tem mais dois gatos, o Pretinho e o Elvis. Eu também tenho dois gatos adotados, a Polly e o Teddy.
GATOS
O que me leva a escrever mais uma vez sobre os animais, especificamente sobre os gatos, é tentar entender o que leva um jovem a querer matar um animal. Quem nunca teve um gato em casa não sabe, mas são animais extremamente carinhosos, inteligentes, companheiros e limpos. Para aqueles que moram em apartamento, o trabalho é nulo: basta colocar tela nas janelas e uma caixa de areia para que o animal não faça nenhuma sujeira no seu lar. Nas casas, são eles que mantêm qualquer tipo de animal peçonhento longe, além de serem amigos das crianças e companhia para os idosos.
O que leva um ser humano achar que é melhor do que um animal para matá-lo, pelo simples prazer de matar? Para mim, desculpem se eu sou radical, caros leitores, mas quem é capaz de matar um animal é capaz de muito mais. Os gatos ainda sofrem muito preconceito e como o próprio nome diz, é um conceito pré-determinado por aqueles que não conhecem os pequenos felinos. Compreendo que nem todos desejam ter um animal em casa, mas por que propagar a idéia de que os gatos são maus? De onde tiraram esse pensamento absurdo?
Digo isso porque sei que o preconceito começa dentro de casa. A mãe ou o pai fala que o animal é malvado (ou qualquer outra bobagem sem fundamento) e a criança cresce com o pensamento de que se eles são seres assim tão perversos, merecem morrer. Acontece, pais e mães, que nós combatemos tanto o preconceito que alimentar uma idéia como essas é um absurdo. Só podemos emitir uma opinião sobre algo que realmente conhecemos e se você nunca teve um gato em casa – tratado como merece, com boa alimentação, água, vacinas em dia, castração e muito carinho – você não pode dizer o que pensa sobre ele, porque não o conhece.
AMOR
Já resgatei 10 gatos da rua, que hoje moram com famílias que os amam. Muitas dessas pessoas que adotaram nunca tinham tido gato em casa. Uma amiga minha paulistana, que adotou uma linda gatinha guaçuana, contou que a mãe, que não gostava de jeito nenhum de gatos, hoje é apaixonada pela Izzie. Minha cunhada, que cresceu no meio do preconceito com os gatos, disse que a Sophie é uma companheirona e tanto, como ela nunca imaginou que pudesse ter. Qualquer animal quando bem tratado retribui aquilo o que recebe: amor.
Antes de fazer mal a algum animal, pense que ele é uma criatura de Deus. Depois considere a possibilidade de ganhar um amigo para a vida toda e quem sabe você o leve para casa. Adotar é uma atitude que merece palmas. E depois que der o primeiro passo e tiver um animal em casa, vai perceber que quem mais ganha nessa relação é você.