24 de outubro de 2007
Quando contamos sobre algum momento difícil que passamos para alguém, é comum ouvirmos a frase “Eu conheço fulano que teve isso”. O problema é o complemento da informação: “E ele morreu, sabia?”. Parece que as pessoas têm uma vontade incontrolável de jogar um balde de água nos nossos castelos de areia. Sempre há aquele que já passou por situação pior, ou outro que tem certeza que ainda pode piorar, além daqueles que contam histórias tenebrosas sobre o fim de quem passou pelo mesmo momento que você, mesmo que seja apenas uma unha encravada.
Eu sou adepta do respeito ao próximo e isso inclui não abrir a boca para dizer frases negativas. “Se você não tem nada bom para dizer, não diga nada”. É batido, é conhecido, mas as pessoas se esquecem. Por que não utilizamos as palavras para o bem? Se alguém lhe conta um problema, você pode ajudar com palavras de incentivo, de alto astral, de alegria. Você pode compartilhar uma receitinha de um chá que é bom para a gripe, ou dizer que vai rezar para que tudo melhore. Você pode até não dizer nada, só estender a mão e oferecer um ombro. Tudo isso é caridade.
TRISTE FIM
Agora alguém pode me explicar por que as pessoas não resistem a contar casos terríveis de quem passou por problemas semelhantes aos seus? Um morreu, outro nunca mais saiu do hospital, um terceiro ficou tão endividado que nunca mais conseguiu sair da lama e tem ainda quem foi preso, foi largado sozinho ou qualquer outro fim que você puder imaginar e que não seja nada bom. Mesmo que seja verdade (aumentada, quase sempre), em que isso pode ajudar uma pessoa? Em nada, vamos admitir.
Não nos custa nada tentar adotar um outro estilo de vida, que inclui uma mudança de pensamento. Ajudar quem está do lado é mais simples do que imaginamos: basta uma palavra de carinho para que a pessoa se sinta melhor; uma palavra de incentivo para que um colega siga em frente nos seus projetos; uma palavra de consolo para que um amigo se sinta amparado em um momento difícil; uma palavra de reconhecimento para que um trabalho possa continuar a sendo bem feito; uma palavra de agradecimento quando somos presenteados (e nem precisa ser um bem material) e até mesmo uma palavra que não é dita, mas demonstrada com um gesto bacana.
EDUCAÇÃO
A falta de contato positivo entre as pessoas levou muita gente a esquecer as “palavrinhas mágicas”, aquelas que aprendemos dentro de casa quando crianças ou na escola e que valem por toda a vida. Eu garanto para vocês que um Bom Dia pode mudar o humor de alguém, como um Obrigado é a melhor maneira de agradecer. Desculpa, Por Favor, Com Licença, todas elas são palavras poderosas. Experimente usar.
Eu determino os meus hábitos diários pela maneira como sou tratada nos lugares. Vou a um mercado freqüentemente porque das primeiras vezes em que eu fiz pequenas compras lá, fui bem atendida. Os caixas eram simpáticos, educados, com alto astral. Passei a gostar e deixei um outro mercado de lado. Nas lojas, eu volto sempre quando sou bem recebida e já deixei de ir a alguns lugares nos quais eu não me senti bem porque faltou receptividade. Nenhuma profissão é mais importante do que outra, eu penso assim. Não há quem seja melhor ou pior, por isso todas as relações humanas devem ser baseadas no respeito até porque, acima da categoria profissional, somos todos seres humanos.
Não é difícil, acreditem. Quando tratamos bem as pessoas, também somos bem tratados. E para que vamos lembrar daquela história triste quando podemos lembrar de um final feliz para contar para alguém que passa por uma situação complicada? Problemas todos temos, basta saber como vamos reagir diante deles. Uma boa semana a todos!