Matéria publicada em 22 de novembro de 2008.
ACIMA DO PESO
Obesidade pode acarretar outras doenças
O sobrepeso não é somente uma questão estética. Desde 1991, a OMS (Organização Mundial de Saúde) considera a obesidade uma doença, que em 2004 foi descrita como “a doença do milênio”. No Brasil, a Pesquisa de Orçamentos Familiares de 2003 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em parceria com o Ministério da Saúde registrou que em um universo de 95,5 milhões de pessoas acima de 20 anos existem cerca de 38,8 milhões com excesso de peso, o que representa 40,6% dessa população, sendo 10,5 milhões consideradas obesas.
O problema é muito maior do que a desnutrição, que atinge somente 4% das pessoas desse mesmo universo. A pesquisa também mostrou que o excesso de peso afetava 41,1% dos homens e 40% das mulheres, sendo que 8,9% dos homens e 13,1% das mulheres adultas do país eram obesos. A mesma pesquisa apontou um dado que pode ter influência direta no peso da população. Os resultados mostraram que as famílias brasileiras consomem muitos alimentos com alto teor de açúcar, principalmente refrigerantes, e poucas quantidades de frutas e hortaliças.
De acordo com o cirurgião geral e gastrocirurgião Eli Paulo Colombo Filho, criador do GOM (Grupo de Obesidade Mórbida), as principais causas da obesidade são a alimentação errada e o sedentarismo. Em muitos casos, os pacientes conseguem emagrecer com a orientação de profissionais especializados, que modificam a dieta e incluem exercícios físicos no cotidiano do paciente.
A obesidade pode aumentar a probabilidade de ocorrerem diabetes, hipertensão, acidentes vasculares cerebrais, infarto, aumento de colesterol e triglicérides, além de dores nas pernas, joelhos, entre outros problemas. Para saber se a pessoa está com sobrepeso, o referencial mais utilizado é o IMC (índice de massa corpórea), que é o cálculo do peso da pessoa, em quilos, dividido por sua altura, em metros, elevada ao quadrado.
Quando o resultado dessa divisão está entre 19 e 25, o peso da pessoa é considerado normal. Entre 26 e 29, há um sobrepeso ou obesidade leve, de 30 a 39 a obesidade é moderada, de 40 a 50 já é considerada uma obesidade mórbida e existem, ainda, os casos de pessoas com IMC acima de 50, que estão com superobesidade.
CIRURGIA
“A maioria dos casos com IMC menor do que 35, a pessoa tem tudo para resolver com dieta e exercícios físicos. Ela só precisa mudar a cabeça”, disse o médico. Os tratamentos convencionais nem sempre surtem efeito e a partir do IMC 40 podem existir doenças associadas à obesidade. Em alguns casos, a única solução pode ser a cirurgia bariátrica, conhecida como a cirurgia de redução do estômago. “A cirurgia é uma ferramenta para o paciente emagrecer, mas precisa haver indicação e essa pessoa tem que ter passado anteriormente por outras etapas de tentativa de emagrecimento”, completou o cirurgião.