Archive for the ‘Minha história’ Category

9 anos

terça-feira, junho 14th, 2011



Amo você.

As melhores lembranças na casa em que nasci

quarta-feira, junho 8th, 2011

Hoje fiz um vídeo da casa em que morei por 25 anos, até casar. Admito que ainda não parei para pensar, a fundo, o que será essa mudança, já que está sendo lenta, bem lenta. Parece que é para que todos possamos nos acostumar. Meus pais vão se mudar, a vó vai se mudar, a tia também. A casa, que foi construída pelo meu bisavô, e onde moraram meus bisavós, avós, pais e meu irmão e eu, ficará sozinha em poucos meses. Provavelmente será destruída, dará lugar ao comércio, vai sumir.

É claro que toda mudança é positiva, eu sempre digo isso. Eu acredito realmente que as mudanças vêm para o nosso bem. Todos ficarão bem, foi uma escolha, irão para um bairro legal, o comércio já tomou conta do meu bairro de infância. Mas, mesmo assim, dá um nó no peito imaginar que foi ali que morei por tanto tempo. Há seis anos e meio eu não moro mais lá, mas ali ainda parece ser como um porto-seguro. É onde moram as pessoas que eu amo, é onde minha história nasceu.

Eu me lembro de gostar de ficar “escondida” na janela da sala da minha avó. Era uma janela alta, eu precisava subir no sofá e ficava ali, quietinha entre o vidro e a grade, como se ninguém pudesse me ver. Já criança eu ficava sozinha para escrever poemas, pode uma coisa dessas? Filmando a casa, recordei de quando meu quarto e de meu irmão era dividido por dois armários. De todos os gatos que tivemos, desde a primeira, aos meus 10 anos, a Cherry, de todos os almoços da vó, dos Natais no quintal com churrasco, temas divertidos e luzes em todos os cantos. Eu me lembro de chegar das festas de madrugada, aos 18 anos, e meu avô abrir a janela para dizer “ô ô tá tarde”, com aquele jeito fofo. Do cachorro Stopa, que era um anjo. Das brincadeiras com os amigos da rua, que iam até minha casa. Dos amigos de infância e adolescência, da festa de 15 anos no quintal.

Eu me lembro que fui uma criança feliz ali, uma adolescente amada pela família e uma pessoa com amigos maravilhosos. Eu me lembro que lembrar é uma das melhores coisas da vida. Quando temos saudade, é porque temos memórias lindas.

E a casa não vai mais existir, em alguns meses, mas a minha família vai continuar junta. E eu vou ter as melhores lembranças do mundo.

Alegrias,

Fernanda.

Mudança: novos caminhos…

terça-feira, abril 26th, 2011

Em 31 de maio de 2010, não faz nem um ano, eu escrevi aqui no blog: “Sempre abençoei mudanças. Creio que são movimentos de Deus nas nossas vidas. Porém, mesmo com fé, começar uma nova etapa não é fácil. Exige disciplina, bom humor e a crença de que tudo vai dar certo mais uma vez. E é assim que eu me sinto hoje. É a junção da estranheza e da tristeza à esperança”. Naquele momento, eu encerrava o ciclo de cinco anos de trabalho como repórter em um jornal e seguia a carreira de escritora exclusivamente. Hoje, não sinto tristeza, apenas estranheza pela mudança e muita esperança.

Nesse tempo, quanta coisa aconteceu! Parecem anos. Parecem muitos anos que eu me dedico aos livros. Desde a última “mudança”, eu já viajei com minha comédia romântica Nove Minutos com Blanda por várias cidades (São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Poços de Caldas, Ribeirão Preto, São José dos Campos e tantas outras), já concedi várias entrevistas para jornais, quatro entrevistas para emissoras de TV, escrevi um novo livro (tá lindo, gente!) e já tenho outro na ponta do lápis para ser escrito.

Tudo isso para dizer que mais um ciclo se encerra. Desta vez, mudarei de cidade. (mais…)

No dia em que eu nasci…

quarta-feira, fevereiro 16th, 2011

…Esse era um dos jornais nas bancas.

Meus pais guardaram para mim e ainda mantenho guardado.

É interessante saber que esse jornal tem… uau… apenas 19 anos! (risos)

Alegrias,

Fernanda.

Meu afilhado nasceu!!!

quinta-feira, fevereiro 10th, 2011

Dia 9 de fevereiro de 2011.

Gabriel chegou!

Seja bem-vindo ao mundo!

Beijos da dinda Fê.

Meus cadernos de jornalista

segunda-feira, fevereiro 7th, 2011

Recentemente, fiz uma arrumação geral em casa, como faço todos os anos. Minha mãe, que é muito boa em organizar as coisas, me ajudou. Eu não tenho nenhum problema em dar coisas, sejam elas novas ou não. Se eu não uso, é a regra, outra pessoa pode usar, desde uma roupa até um vaso. Eu também recebo coisas de que gosto e amigos ou familiares não querem, sem o me-nor problema. Mas há um ponto difícil para mim. Os meus papéis.

Livros não dou, nem pensar. Eu empresto, sim, porque acho que livro é para ser lido pelo maior número de pessoas. Dou livros, mas novos. Os meus eu prefiro guardar. Acho que é gosto de quem escreve, sei lá. É um dos poucos “apegos materiais” que eu tenho: pelos livros e papéis. São as cartas antigas, cartões, poesias que eu escrevia quando era adolescente, histórias escritas à mão… E os cadernos. Eles também estavam lá, no meio dessa papelada toda. Mas chegou a hora de irem embora.

Durante os cinco anos em que trabalhei no último emprego “formal” (porque ser escritor não é exatamente algo formal), acumulei mais de 30 cadernos. Lá estavam todas as minhas entrevistas e por mais desorganizado que parecesse, eu me entendia naquele caos de palavras. Marcava com caneta vermelha uma palavra-chave para cada matéria e conseguia encontrar entre tantos escritos algo de que precisava. No fim dos cadernos sempre havia algo bem bobo, como a lista de nomes estranhos que fazíamos na redação (Clau, você se lembra? – risos).

Eu não sei por que guardei esses cadernos durante os últimos meses, mas agora foram para a reciclagem. Nem todos estão na foto, mas a maioria, sim. Porque as matérias estão prontas e estarão para sempre nos arquivos dos meus trabalhos (e todos são convidados a lerem), mas eu preciso liberar espaço para mais livros. E para o futuro.

Alegrias,

Fernanda.

Uma nova jornada

segunda-feira, maio 31st, 2010

Sempre abençoei mudanças. Creio que são movimentos de Deus nas nossas vidas. Porém, mesmo com fé, começar uma nova etapa não é fácil. Exige disciplina, bom humor e a crença de que tudo vai dar certo mais uma vez. E é assim que eu me sinto hoje. É a junção da estranheza e da tristeza à esperança.

Hoje é o meu primeiro dia oficialmente como escritora. Não vou dizer “só” como escritora, porque minha amiga Tammy me corrigiu. “Só escritora? Não é muito já?”, brincou. É, é sim. Só quem escreveu um livro sabe como funciona. Mas não posso deixar de mencionar que desde que escolhi ser escritora também, nunca abandonei o jornalismo, minha formação inicial. Desde 2006, quando comecei a escrever Nove Minutos com Blanda em casa, nos finais de semana, à noite e de madrugada, quando podia, eu mantinha dupla jornada, no mínimo. E como disse a amiga Patrícia Barboza, é uma nova adaptação reduzir uma das jornadas.

A partir de hoje, eu continuo a minha caminhada exclusivamente como escritora.

Foram cinco anos na Gazeta Guaçuana. Exatamente cinco anos. Eu me lembro daquele 29 de junho de 2005, quando comecei a trabalhar no jornal. E cinco anos depois minhas últimas matérias foram publicadas, neste sábado. Foi um tempo bom, em que conheci pessoas bacanas, profissionais maravilhosos e amigos. Eu fiz amigos.

Nesse momento, e publicamente, eu quero agradecer pela amizade da Maria Lúcia, que é a pessoa mais gentil que qualquer um já conheceu no contato com o público e que esteve comigo em momentos que nunca mais esquecerei. E dizer muito obrigada, mil vezes, à jornalista Cláudia Marquezi, que é uma das pessoas mais incríveis com quem já trabalhei em todos esses anos de jornalismo. Companheira, competente e daquelas com quem podemos fazer um trabalho real de parceria. Além de ser uma amiga linda. Regina, o meu beijo e o meu obrigada por me acolher quando cheguei ao jornal. E durante esses anos, muitos saíram antes de mim, mas meu agradecimento se estende a eles também. Aos leitores, o meu agradecimento imenso. Espero que continuem acompanhando meu trabalho aqui no blog.

Para quem quiser ler algumas matérias selecionadas que eu escrevi para a Gazeta nesse período em que estive lá, o caminho é esse aqui.

Eu nunca vou deixar de ser jornalista. Já são 12 anos trabalhando na área (e 10 como formada)  porque eu gosto de ser jornalista. Eu tenho orgulho. Mas agora, nesse momento, a minha jornada será na literatura e eu peço o apoio de todos para que dê ainda mais certo do que já começou a dar.

Conto com vocês.

Alegrias,

Fernanda.

Quem te apoiou?

sábado, maio 22nd, 2010

Um tweet que escrevi me fez pensar mais sobre a importância do apoio durante a vida. (Se não me segue no Twitter, estou aqui). Eu disse o seguinte, em dois recados:

Posso contar uma coisa? Acho que podem ser batalhadores, mesmo. Mas fico triste qdo vejo gente famosa q diz que ñ teve apoio dos pais.

Eu não seria nada se não fosse por minha mãe @margarethfn e meu pai (ele ñ tem twitter, haha). Família é a base da vida.

Depois, respondendo a um comentário no Facebook (estou aqui), disse:

Tem gente que estufa o peito de orgulho de dizer que não teve apoio. É triste. Pode ser admirável e é uma conquista, mas não deixa de ser triste, né?

Eu admiro histórias de pessoas que venceram na vida. De pessoas que batalharam com honestidade e tiveram conquistas. Sempre me inspiro e me emociono com histórias assim. Mas fico pensando que há algo nos relatos que me incomoda. Para vencer na vida, você não precisa, necessariamente, fazer tudo sozinho. O que não desmerece quem consegue, claro. Uma pessoa que nasce sem perspectivas de futuro, em um ambiente sem apoio ou sem família (ou que nasce em um ambiente com estrutura financeira, por exemplo, mas sem apoio dos pais para sua escolha) pode ser vencedora, sim. Tem seus méritos de superação e força, o que eu admiro. Mas me entristeço também.

O que eu quero dizer é que tenho o maior orgulho de ter a família como minha base. Não nasci rica, não sou rica, nossa família sempre lutou e na honestidade, sim. Meus pais são batalhadores, trabalhadores, que sempre me incentivaram nas minhas escolhas e me apoiaram independente dos resultados. Meus pais são pessoas incríveis e sem eles eu poderia ter feito o curso que eu fiz, ter escrito o livro e trabalhar com o que eu amo? Poderia. Mas seria como é hoje? Creio que não. Inclusive tê-los hoje ao meu lado é o maior incentivo que eu tenho para continuar.

Quando foi que a sociedade parou de dar valor à base que recebemos em casa? Pode ser de pai, mãe, avó, avô, tia, tio, primo, irmão, aquela madrinha que te criou, qualquer pessoa que realmente fez diferença na sua vida e te empurrou para crescer. Por que muitas pessoas insistem em dizer que chegaram a algum lugar sozinhas, sem o apoio de ninguém? Eu não acredito em sucesso solo. Eu tenho fé nas parcerias, no apoio, na ajuda, na base.

Obrigada pai, mãe, vó, tia, maninho, amigos e amigas que estão comigo na jornada de Nove Minutos com Blanda.

Obrigada MESMO.

E você quer me ajudar também? Deixe sua estrelinha para Nove Minutos com Blanda aqui: http://www.skoob.com.br/livro/sobre/90431 Não esqueça de colocar a estrelinha para avaliar o livro. Ou pode colocar em “+adicionar” que vai ler ainda. Se já leu e quiser escrever alguma coisa para incentivar os outros leitores, pode colocar sua resenha também. Obrigada, tá? Muito obrigada.

Alegrias,

Fernanda.

Para comprar Nove Minutos com Blanda, peça aqui.

Medos de criança

quinta-feira, abril 29th, 2010

Quando eu era criança, tinha medo de grampear o dedo. Era um dos meus maiores medos, eu achava que podia morrer se grampeasse o dedo. Isso porque um dia, enquanto fazia um trabalho de escola, sem querer machuquei o dedo com um grampeador e o susto assombrou meus pensamentos depois. Também tinha medo de ficar próximo aos carros, na rua, porque achava que poderiam passar por cima dos meus pés. Não me atropelar, mas passar por cima dos meus pés e amassá-los. São os medos absurdos e fantasiosos de criança, mas que hoje me fazem achar graça :-) Má tinha medo de atravessar a linha do trem, acho que era a síndrome de desenho animado, em que o trem só passava (muito rápido) quando o personagem colocava o pé na linha. Ele também tinha medo do homem do saco (que ele achava que era um homem que viu na igreja um dia). E eu também tinha medo de bola em jogos da escola – ops, essa é apenas uma desculpa para eu ter sido péssima jogadora sempre ;-)

E você, lembra qual era o seu medo de infância?

Alegrias,

Fernanda.

O que você queria ser quando crescesse?

terça-feira, abril 20th, 2010

A minha certeza deve ter nascido comigo. Sem exageros. Aos seis anos eu tive meu primeiro caderno de poesias (em breve mostro algumas páginas para vocês, se eu encontrar o caderno-sumido) e desde muito pequena dizia que seria jornalista e escritora. Assim, com todas as letras, sem dúvidas. Não passei por aquele perrengue da adolescência de não saber o que escolher no vestibular. Deve ser difícil. Eu tive um desvio no caminho no colegial (e o fiz por motivos justos e coerentes), mas faria de novo porque ganhei amizades (poucas, mas ótimas e valiosas). No vestibular eu só tinha Jornalismo como opção. E, por isso mesmo, não tive como opção muitas universidades.

Inspirada no texto do Alex Castro, “O sonho dos seus 12 anos”, lembrei de quando eu tinha essa idade lá no blog dele. E escrevi o seguinte: Quando eu tinha 12 anos, na sétima série, eu escrevia redações dizendo que seria jornalista e escritora. Montei um jornalzinho com minha prima e vendíamos exemplares na porta do prédio dela (do lado de dentro das grades). O pessoal comprava, tanto de fora quanto dos apartamentos. Eu realmente me tornei jornalista, concluí a faculdade em 2000, fiz especializações, trabalho em um jornal, gosto muito da minha profissão – embora ela seja pouco valorizada quando não se trata de “grande imprensa” e mal remunerada. E escritora eu engatinho para ser, mas já lancei meu primeiro romance em janeiro, Nove Minutos com Blanda. É um livro para adolescentes/jovens, uma comédia romântica bem leve. Escrever é a minha vida. Acho que eu não seria feliz sem escrever, não mesmo.

E é isso. Nunca pensei em ser algo diferente. Só há momentos em que fui mais jornalista e em outros, mais escritora. Ultimamente, estou na segunda opção. Mas sempre fui apenas essa Fernanda. E essa é uma das certezas da vida que eu não mudaria.

E você, o que queria ser (profissionalmente) quando crescesse? E o que se tornou?

Alegrias,

Fernanda.

Minha amiga árvore

quinta-feira, abril 15th, 2010

Eu cresci conhecendo a história da “minha” árvore. Ela foi plantada na frente da casa dos meus pais quando minha mãe ia para uma das últimas consultas de pré-natal, antes de eu nascer. Então sempre dizia que tinha uma árvore e que ela tinha a minha idade. Foi assim por 30 anos. Até que uma das tempestades em São Paulo partiu a árvore no meio. Ninguém se machucou, só ela. Minha amiga árvore precisou ser retirada e o local ficou vazio, sem sombra, sem galhos, sem os pássaros que iam lá. Ficou mais triste. Embora as pessoas não deem o menor valor para as árvores, eu as adoro.  Pena que não tenho mais “a minha”.

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Alegrias,

Fernanda.

Cisne ou patinho feio?

sábado, fevereiro 27th, 2010

Fernanda, outro dia fiz um comentario e o meu marido veio com a seguinte frase: “Nunca passa, ne?!”. Ele se referia aos comentarios maldosos que ouvimos na adolescencia, aquele momento da vida onde nao estar dentro dos padroes doi. Lembrei do que ele disse qdo li o q vc escreveu. Sei que eh dificil aceitar mas Fernanda, na boa, vc EH bonita! Nem vou entrar no merito do conteudo, q vc tb tem. Tente aceitar, vc eh uma mulher bonita! Olha suas fotos, sua expressao, nao se apegue a detalhes, pois perfeita vc nao eh, nem eu, nem ninguem. Mas olhe o conjunto, vc eh super bonita, vc tem uma expressao viva e vc brilha! Chega de falar q vc nao eh bonita, vc cresceu, vc mudou, deixe o Patinho Feio no passado e assuma o Cisne no qual vc se transformou. Beijo, Re

(mais…)

Macarrão doce

quinta-feira, fevereiro 11th, 2010

Outro dia eu ouvi alguém chamando por uma tal Dona Jenny. Não tenho a menor ideia de quem era, mas na hora eu lembrei do macarrão doce. Minha memória encontrou lá no fundo a Dona Jenny que eu conhecia, que fora vizinha da minha avó havia muitos anos e que minha mãe considerava como tia. Quase pude sentir o gosto do único macarrão doce que eu comi na minha vida - possivelmente nunca comerei outro igual, porque aquele tinha o sabor da infância.

Em uma das visitas à casa de Dona Jenny, eu com uns sete ou oito anos, sentei à mesa enquanto ela servia macarrão doce. Nunca tinha visto na vida. Eram uns fiozinhos de macarrão bem finos e docinhos. Não consigo explicar, mas sinto o gosto. Repeti. Ela perguntou se eu queria mais, e eu repeti mais uma vez. Não sei quantas vezes isso aconteceu, mas repeti até acabar. Comi tudo, tanto, foi delicioso. Nunca mais esqueci. Todos riram, uma pequena menina se acabando de tanto comer.

Não comi mais o macarrão doce de Dona Jenny, sequer sei prepará-lo. Queria aprender. Ela foi ao meu casamento, me deu abraço, beijo, tão fofa no vídeo. E então faleceu dias depois. Deve estar a preparar macarrão doce para os anjos.

Alegrias,

Fernanda.

Como é bom ir ao teatro!

sábado, novembro 21st, 2009

Tudo bem, estou superatrasada com as fotos, é verdade. Mas o meu celular resolveu não baixar mais nada para o computador. Eis que hoje consegui novamente e aqui está a foto do sábado passado e em seguida virão outras da semana. Eu e Má no teatro antes da peça começar. Fomos ver “Trair e Coçar é só Começar”.

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Eu assisti a essa peça pela primeira vez em 1993 (cof cof) e não me esqueço! Fomos eu, meus pais, meu irmão e a vó ao teatro e a empregada era interpretada pela Denise Fraga (maravilhosa). Acho que foi a primeira peça “de adulto” que eu vi, aos 13 anos, embora já fosse acostumada ao ambiente. Desde os cinco anos, mais ou menos, eu frequentava teatros com meus pais. A primeira peça foi “A Branca de Neve”. Os sete anões eram crianças escolhidas na plateia!! Eu já era esse ser rinítico e alergítico que sou hoje, mas na velocidade cinco do créu, então eu fui escolhida entre todas as crianças para ser o Atchim.

Imaginem que coisa fofa… Eu toda pequenininha, espirrando, felicíssima por estar no palco. Bom, nem preciso dizer que gamei, né? Já tinha feito uma peça na escolhinha antes com o Ursinho Pimpão (haha, ele mesmo, moçada, da Simony), porque meus pais me botaram na escola porque eu era muito tímida (nem sabiam o que os esperavam uuuuahahaha!). Bom, não é à toa que na adolescência fiz teatro por tantos anos. E que sinto falta até hoje. E que de tímida não tenho nada.

Tudo isso pra dizer que voltei a ver a peça, tantos anos depois, mas com o Má dessa vez. E foi bom demais. Montagem boa, texto sempre atual, ótimos atores, tudo bacanérrimo. Menos o calor do teatro, sem ar condicionado e o povo saindo pra tomar um ar, de tão feia que tava a coisa. É, né… Eu falo e o povo num credita ni mim.

Alegrias,

Fernanda.

Saudade

segunda-feira, novembro 16th, 2009

Este é mais um post republicado, mas eu gosto tanto de lembrar do meu avô… Espero que gostem dessa recordação.

Eu nunca deixei de pensar no meu avô, nunca. Este ano completamos 10 anos sem ele conosco, porque se foi cedo, quando eu tinha 19 anos e ele ainda teria muita vida pela frente. Queria que pudesse ver como sou feliz, que tivesse ido ao meu casamento, que lesse meus livros. Mas, no fundo, eu acho que ele faz tudo isso sem que eu veja.

abr09_vovowalter03peqMaio de 1985 – Meu irmão, vô Walter e eu.

O vô Walter era o marido da vóva Lourdes, de quem sempre falo aqui. Pais da minha mãe, moravam ao lado da nossa casa, mesmo quintal, bairro italiano e família de origem portuguesa. Era um tanto chato quanto adorável. Quando eu era adolescente, chegava na ponta dos pés das baladas, de madrugada, mas sabia que ao passar pelo quintal ele abriria a janela de seu quarto e diria “isso são horas de chegar?”. Era preocupação e um amor do tamanho do mundo.

Meu avô não gostava de festas, de fotos, de badalações, de eventos. Mas me chamava de filha, soube anos mais tarde que carregava uma foto minha na carteira e não podia me ver doente que começava suas orações poderosas. Era um homem de muita fé, uma fé inabalável. Dava-me comprimidinhos para dor e pedia que eu deitasse em sua cama, onde o cachorro Stopa sempre dormia como seu fiel companheiro.

abr09_vovowalter01peqVovô Walter e Vovó Lourdes, em mil novecentos e bolinha.

O vô tinha um gênio que poderia ser difícil para alguns, mas era um homem bom, muito bom, de coração grande, de preocupação extrema, de carinho que transbordava. Andava pela casa com um sanduíche na mão e deixava migalhas por todos os cantos, como uma criança. Trocava o nome do gato, mas gostava muito de animais. Falava “ô ô ô” no início das frases e tinha os olhos azuis mais bonitos que eu já vi.

Esta semana eu pensei muito nele e sonhei com sua perfeita imagem sorrindo para mim e dizendo que me ama. Como se tivesse me feito uma visita.

Como uma homenagem ainda uso seu nome como meu nome. Tenho um bonito sobrenome da família de meu pai, mas passei a assinar o França e hoje gostaria que meu avô visse que o carrego em todos os trabalhos. É uma homenagem à família, de certa forma. Uma homenagem ao amor que não tem erro, que é puro e sincero. Amor de avô, sabe? Eu não o tenho mais comigo aqui, mas o seu amor ainda vive.

abr09_vovowalter02peqJulho de 1981 – Eu, com 1 ano e 10 meses, no colo do meu avô. Da esquerda para a direita: Vó Lourdes (de óculos), tia Lene, Tio Carlos (em pé), primo Luciano (escondido) com prima Carol no colo, Tia Tereza com meu irmão Flávio no colo (ele com dois meses), eu e o vô e meu pai Osvaldo. Mamãe devia ser a fotógrafa.

Família é TUDO.

Alegrias,
Fernanda.