Archive for julho 27th, 2008

Despedida sem adeus

domingo, julho 27th, 2008

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Elvis e Freddy, de língua pra fora

Há quase um ano eu escrevi sobre a chegada de Freddy (clique para ler). Minha mãe o resgatou da escola onde ela trabalhava porque os alunos queriam matá-lo. Eu estava indignada com a maldade do ser humano e hoje posso dizer que estou ainda mais.

Freddy chegou na casa dos meus pais com cerca de um ano e meio, traumatizado por ter passado fome, sede e maus tratos. Ganhou veterinário, coleira, carinho, amor e dois irmãos felinos: Elvis e Pretinho. O Pretinho era mais como um pai dos dois moleques e Elvis e Freddy eram inseparáveis. Dormiam juntos, brincavam o dia inteiro e um não ficava sem o outro.

Freddy quase não saía de casa nem para ir ao quintal. Minha mãe dizia que ele tinha medo de ser abandonado novamente. Nunca! Mas um passeio breve a algum vizinho lhe custou a vida. Freddy foi envenenado. Ele sempre foi o mais guloso de todos, mas o tempo que sofreu nas ruas explicava o medo de passar fome. Então alguém lhe deu comida com veneno de rato. E o gato meigo e agradecido voltou para morrer em casa. Agonizou, mas foi levado ao veterinário. Ainda tomou remédios, tentaram salvá-lo e chegou a voltar para casa.

Há quem não acredite que esses animais compreendem muito mais do que podemos imaginar. Eu acredito. Freddy estava muito mal, mas bastou Elvis chegar para que ele levantasse a cabecinha, passasse uma patinha nele e caísse no sono eterno. Acho que quis dizer tchau para seu amigo. E sei que foi um gato feliz e teve o ano mais feliz da sua breve vida lá na casa da minha mãe. Meus pais fizeram tudo para ele, mas alguém, algum ser humano que para mim não mereceria ser chamado de humano, tirou a vida de um animal sabe-se lá por qual motivo.

Freddy era um gato extremamente agradecido. Carinhoso, meigo e apaixonante. Mesmo se você não gosta de gatos, iria gostar dele. Não tinha como não gostar. E eu repito a mesma pergunta que fiz há um ano: quem pode ser capaz de querer matar um gatinho? O gato é uma criatura de Deus como qualquer outro animal, como eu, como você, como todos nós. E a humanidade me decepciona mais uma vez.

Não tive tempo de me despedir do gatinho. E o mais triste é saber que sua vida foi interrompida pela maldade de alguém. Nunca, nunca pense em falar comigo se você for a favor desse tipo de coisa. Não espere que eu entenda, eu não vou entender nunca. E não serei capaz de ser sua amiga.

Uma excelente semana a quem é do bem. A quem não é, que a luz invada o coração.

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Tchau, Freddy. Nós te amamos!

Fernanda.