Manchete de hoje sobre o Chile

MEGATERREMOTO

Número de mortos no Chile chega a 723

A região mais atingida foi Maule, com 544 mortos e 4 desaparecidos

Fernanda França

O terremoto de 8,8 de magnitude que atingiu o Chile às 3h34 de sábado já tem um saldo parcial de 723 mortos e 19 desaparecidos. A última informação foi divulgada pela Onemi (Oficina Nacional de Emergência) do Chile pelo jornal chileno La Tercera. O periódico do país informou que a região mais atingida foi Maule, com um total de 544 mortos e quatro desaparecidos. A imprensa local chama o ocorrido de megaterremoto.

A região de Valparaíso registra 16 mortos e oito desaparecidos, a região Metropolitana está com 38 mortos e cinco desaparecidos, em O’Higgins são 48 mortos e dois desaparecidos, Bío Bío contabiliza 64 mortos e Araucanía 13 mortos. O epicentro do tremor foi localizado no mar, a 35 km de profundidade, em Maule, a 99 km da cidade de Talca. Este foi considerado o quinto maior terremoto da história, com cerca de um minuto de duração. O tremor atingiu até mesmo a capital, Santiago, a 325 km de distância.

A presidente do Chile, Michelle Bachelet, decretou estado de catástrofe nas regiões de Maule e Bío Bío. O sismo e os tsunamis provocados pelo terremoto afetaram mais de 2 milhões de pessoas e cerca de 1,5 milhão de casas foram atingidas. O governo brasileiro anunciou na tarde de ontem que irá enviar um hospital de campanha da Marinha ao Chile para ajudar as vítimas do terremoto, além de equipes de busca e aeronaves da FAB (Força Aérea Brasileira). Há cerca de 600 brasileiros no país.

Ontem a comunicação em Santiago voltava à normalidade, embora alguns setores ainda estivessem sem eletricidade. Nas cidades de Maule e Bío Bío, segundo o jornal La Tercera, a situação é muito mais complicada devido ao nível de destruição. Os trens metropolitanos iniciaram viagens que seriam realizadas até as 22h00 da capital para o norte do país.

Concepción teve o primeiro toque de recolher na noite de domingo, decretado pelas autoridades após saques a lojas e supermercados. Na área costeira da mesma cidade, um tsunami posterior ao terremoto provocou danos, assim como em Talcahuano e Penco. A região de Maule teve um novo terremoto na manhã de domingo com magnitude 6,1, a 184 km ao sul de Santiago. No final da tarde de ontem, um pequeno avião que ia prestar ajuda em Concepción caiu com seis pessoas. Até a tarde de ontem as causas eram desconhecidas.

REDES SOCIAIS

Nas regiões em que há comunicação pela internet, moradores informam pelas redes sociais a situação de cidades após o terremoto. No Twitter, as informações vão desde como ajudar o país até dicas para as pessoas que estão no Chile, como desbloquear a senha da internet wi-fi para que outras pessoas possam usar para se comunicar nesse período em que a comunicação ainda não foi restabelecida. No Facebook, são dadas informações de jornais, rádios e há pedidos de informação sobre parentes e amigos desaparecidos.

EM MOGI GUAÇU

Chilenos tentam contato com parentes

Comunicação ainda não foi totalmente restabelecida

Em Mogi Guaçu, algumas pessoas tentam contato com os familiares após o terremoto que atingiu o Chile na madrugada de sábado. A comunicação ainda não havia sido restabelecida completamente na tarde de ontem. O professor de espanhol e administrador de restaurante Luís Enrique Soto, soube do ocorrido na manhã de sábado. Seus pais, que também moram em Mogi Guaçu, estão de férias em Concepción na casa de parentes. A região foi muito atingida pelo terremoto.

Soto tentou contato pela internet e telefone e não conseguiu. Seu irmão obteve notícias dos familiares no site de relacionamentos Facebook com uma prima que mora no Uruguai. Os pais e os demais familiares estão bem, apenas uma prima ainda não foi contatada. “Dentro do próprio país não havia comunicação e entrar em contato com eles estava difícil. Mas o Chile é um país que está preparado para catástrofes”, disse o professor.

Soto comparou a situação do Chile com demais terremotos, como o ocorrido no Haiti em 12 de janeiro, e a relação do número de mortos. “Mas quando morrem 10 pessoas, são 10 pessoas e não somente um número”, lamentou. A comparação foi para explicar que com a magnitude do terremoto que atingiu o Chile, as destruições poderiam ter sido ainda maiores caso o país não fosse preparado.

O chileno contou que houve uma série de réplicas de magnitude até 5,0. “Eu já passei por tremores de até 3,0”, contou. O professor de espanhol nasceu em Laja, cidade próxima a Concepción, veio para o Brasil ainda criança e mora em Mogi Guaçu há mais de 20 anos. “Não dá para ficar tranquilo porque existem as réplicas. Os telefones ainda estão mudos, está muito difícil”, completou Soto, que só estará tranqüilo quando os pais voltarem ao Brasil, o que deve ocorrer nas próximas semanas.

A professora de espanhol e comunicadora social Nancy Arismendi nasceu em Valdívia e mora no Brasil há mais de 30 anos, para onde veio com os pais e os irmãos. Veio para Mogi Guaçu em 2002. Atualmente, está entre Mogi Guaçu, onde mora um irmão; Campinas, cidade em que está a filha e o neto e Paraguai, onde mora a irmã. Nancy ainda tem um irmão no Canadá.

EXPERIÊNCIA

Quando soube do terremoto de sábado, o irmão de Nancy, Juan, que mora em Mogi Guaçu, tentou contato com os parentes pela internet e telefone. Somente no domingo foi possível telefonar para as primas, que estão em uma cidade próxima a Valparaíso. Estão todos bem. “Eu já passei por dois terremotos e nos dois estava em edifícios, uma vez no 10º andar. É a sensação de que você não sabe se vai viver e que não pode escapar dali”, relatou a professora de espanhol.

Nancy disse que se coloca no lugar das pessoas que passam por isso, não somente no Chile, mas em todo o mundo, e que um dos motivos que a faz ficar no Brasil é evitar os terremotos. “A nossa vida é um tesouro e a sensação do terremoto é muito ruim porque você não sabe se o que vem depois será pior”. (FF)

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Uma resposta to “Manchete de hoje sobre o Chile”

  1. Carolina Says:

    Minha amiga-irmã DOMINA as manchetes !!!
    uhuuuu

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