E aí, mulheres?

Assisti ao documentário “Indústria do Orgasmo” na GNT e quis anotar os pontos para passar para vocês, mas no fim das contas não deu tempo. Em resumo: tratava de medicamentos para mulheres e homens e falava de tratamentos com remédios e de problemas que nem seriam problemas (afinal, não existe um certo ou errado no sexo) e de mulheres que buscam vaginoplastia, uma cirurgia plástica na vagina.

Eu quero discutir algumas questões com vocês.

- Todos os problemas da sexualidade feminina se tratam com remédio? As indústrias farmacêuticas têm interesse em divulgar seus feitos, mas e a parcela do relacionamento, onde fica?

- Existe um normal para relacionamento sexual? Tantas vezes por dia, tantas vezes por semana, tantas vezes por mês? Por favor! Existe o que satisfaz você e seu parceiro. Existe isso, ser feliz.

- Há “tratamentos” como a implantação de um aparelho na coluna da mulher, operado com controle remoto, para ela sentir orgasmo quando desejar – e a balança do documentário aponta que os perigos podem ser desde dores até a mulher não andar mais, enquanto os benefícios são desconhecidos. Será que não estamos indo além do limite?

- Muitos problemas devem ser tratados, sim. Existem mulheres e homens que precisam de atenção médica, sim. E essas pessoas devem buscar auxílio, sim. Mas não é delas que estamos falando aqui.

- No documentário, uma afirmação me deixou pensativa. “Qualquer cirurgia desnecessária na região genital é uma mutilação”. Tantos povos ainda lutam para combater a mutilação feminina e a mulher, por livre e espontânea vontade, quer mudar porque… é “feia”, é “grande”, é “pequena”. Digam: quem disse isso? As revistas, a moda, a mídia disseram que a mulher tem que seguir um padrão de beleza em todos os sentidos? E você acreditou que para ser feliz é assim que funciona? Não é, não. Ou daqui a pouco seremos todas robôs – e robôs clones.

Eu acabei de assistir ao documentário e por isso estou tão pensativa. Acho que para sermos felizes precisamos fechar os olhos e tapar os ouvidos para um tanto de besteiras que vemos por aí. Não existe felicidade padronizada e beleza não é igual para todas. O conceito de ser bonita vai muito além do que você vê em revistas. E ser uma mulher “saudável” depende do seu conceito. E de mais ninguém. Você é feliz? Só isso importa. Vai por mim. Só isso.

Alegrias,

Fernanda.

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7 Respostas to “E aí, mulheres?”

  1. Ana Says:

    É difícil comentar sem ter visto o documentário e sem conhecer minimamente a realidade de quem procurou os tratamentos. Mas, assim, do jeito que você expôs, realmente há coisas desnecessárias hoje em dia.

    As pessoas (inclusive eu) são complicadas, mudam muito, não mudam nunca e no meio disso tudo ainda sofrem influências externas, a sexualidade muitas vezes é afetada. E traz sofrimento. E nem todos tem acesso a psi-qualquer coisa, nem todos tem uma boa estrutura emocional. Não aprovo muitas coisas na medicina e terapias alternativas mas entendo quem se desespera e acaba caindo numa furada.

    Acredite, existe mais gente sofrendo com questões emocionais, sem saber direito como resolver, do que se imagina.

    Fernanda França Reply:

    Amiga, o documentário mostrava o poder da indústria farmacêutica – que em lucro só perde para o petróleo e a tecnologia, mas lucra mais do que automobilística e outras poderosas. Uma das frases me chamou a atenção: “Pessoas saudáveis estão sendo transformadas em pacientes”. É disso que eu falei. E dessa pressão da sociedade/mídia para que sejamos sempre “perfeitas”. E qual o poder que essa pressão tem sobre uma pessoa, não é? Não precisamos seguir um padrão para ser feliz! Eu creio nisso. Beijo, querida.

  2. lustevenson Says:

    Eu ja vi reportagens e historias parecidas e sempre fico pasma com as coisas que certas mulherem fazem pra ‘agradar’ o parceiro. Cada caso eh um caso, mas acredito que a maioria talvez poderia beneficiar de uma ajuda psicologica. Na minha opiniao, a melhor maneira de ter um bom relacionamento, inclusive sexual eh vc estar e se sentir bem com vc mesma, com quem eh! Se isso esta em ordem, tudo mais segue. Bjinhos

    Fernanda França Reply:

    Lu, eu concordo com você!! Beijos, Fê.

  3. Luciana Says:

    Eu achei tudo muito confuso… Sorry!
    Eu li um livro interessante esse ano, chama-se Simplesmente faça! 101 dias consecutivos de sexo. É uma história verídica e eles tentaram de tudo para melhorar a vida sexual deles… E o interessante é que eles já revelam o segredo no título do livro: simplesmente faça!
    Sei lá, eu não curto essas “soluções” propostas para esses “problemas”… Isso é falta de afinidade, de sintonia… Quando estamos com a pessoa certa, nada disso tem importância!
    Será que viajei no tema?
    Beijos

    Fernanda França Reply:

    Ai Lu, ficou confuso, né? É porque fica mais fácil para quem vê o vídeo. Mas é isso aí, você disse e eu concordo com a questão da sintonia. Beijos, Nanda.

  4. Lelei Says:

    Você está certíssima querida, eu concordo em cada número gênero e grau. Mas é o tal negócio as distorções são tantas muitas vezes que pessoas fracas perdem o centro e único jeito de serem felizes é consumir o que vêem nas revistas, filmes, programas de TV, etc… Triste mas e aí como faz?
    Na minha opinião ao invés de oferecerem cirurgia plástica e remédio pra elas, deveriam oferecer terapia e auto conhecimento pra se sentirem fortes o suficiente para serem felizes do jeitinho que são ;)
    Mas como julgar, só estando na pele pra saber né?

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