Dar valor ao que importa

Primeiro nós passamos horas na enfermaria, depois dividimos o quarto com um rapaz que estava com dengue (a doença me deu medo, acreditem) e só então fomos para o quarto, ainda sem o diagnóstico do que marido tinha. Assim se passaram dias desde a terça à noite até o sábado de manhã quando, com a certeza do problema, marido foi operado. Confesso que fiquei com medo antes, que chorei, que supliquei por sua melhora. Tudo ao meu redor, absolutamente tudo, perdeu o sentido. Só queria que ele ficasse bem e agora meus desejos estão sendo atendidos. Ainda internado, está acompanhado pelo meu pai – enquanto tento voltar ao trabalho depois de todos esses dias – e apresenta melhoras a cada momento. Em casa ainda vai ser mimado, quando voltar. E ter uma licença forçada, porque só nessas horas que vemos que a máquina do corpo humano também tem seu limite.

Eu sempre disse que saúde era o mais importante nessa vida (leia o post passado, por favor). Parece que quando passamos por uma situação difícil, acreditamos que estamos “imunes” ao repeteco. Mas não é assim. Lidar com nosso próprio sofrimento não é fácil, mas posso dizer que quando vemos quem amamos sofrer, a dor é como se fosse em nós. Por que, como, de repente, aquele homem saudável e brincalhão sofria com dores? Como assim precisaria ser internado, sem previsão de tempo de cirurgia? Não dá para entender e a aceitação só vem com a fé. Não estamos livres de nada, não podemos prever o futuro, não temos controle nem mesmo da nossa própria vida. Nas nossas mãos estão a saúde – para darmos valor – e a chance de fazer um dia melhor do que o outro. Com valores certos àquilo o que realmente importa.

Mais uma vez, um brinde à saúde. De quem tem para sempre ter, de quem perdeu para recuperar e de quem se recupera para não esquecer o quanto é valiosa.

Excelente semana a todos.
Alegrias e saúde,
Fernanda.

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