Archive for the ‘Viagens – Uruguay e Argentina’ Category

11 – Colonia – FIM

quarta-feira, outubro 22nd, 2008

(Galera do bem, acabamos aqui o roteiro – imenso, eu sei – da viagem ao Uruguai com uma passagem pela Argentina. Obrigada a todos que acompanharam essa aventura. Espero termos mais em breve, porque viajar é bom demais. Agora vamos todos trabalhar, que o trabalho enobrece o ser humano e destrói a sanidade. Vambora! Tô cheinha de idéias pros próximos posts, pode deixar sua dica aí também. Ah, você já conhece nossa comunidade no orkut? Vai lá!)

Saímos de manhã do albergue em Buenos Aires, pegamos o Buquebus e voltamos ao Uruguai, na cidadezinha que é a mais próxima da Argentina: Colonia Del Sacramento. O território foi, por muitos anos, motivo de luta entre Espanha e Portugal. Acabou sendo colonizado em parte por cada um dos dois países e é um espaço único no mundo. Seu apelido, inclusive, é “maçã da discórdia”. De um lado se vêem casas tipicamente portuguesas, de outro estão as casas espanholas. É tudo tão bonito, detalhado, preservado, que vale a pena visitar. Para nós, no Brasil, uma cidade colonial assim é mais comum do que para os uruguaios, ainda assim, Colonia tem charme e elegância.

uruguay01Construção da charmosa Colonia

Ficamos no hotel Bahia Centro, no centro comercial, a dois minutos a pé do centro histórico. Há uma grande vantagem na localização do hotel: quando chegamos com as malas no porto (o mesmo vale para quem chega de ônibus, porque a rodoviária é ao lado), não precisamos nem de táxi, porque estávamos a apenas três quadras do hotel. E ao mesmo tempo, estávamos muito próximos ao centro histórico. Além disso, o hotel tem bom preço, ótimo atendimento, quarto limpo e ainda passa por uma reforma, o que deverá deixá-lo ainda melhor.

uruguay02Meu amor em Colonia

Deixamos as malas e fomos caminhar. Visitamos a Igreja Matriz e almoçamos no restaurante logo em frente, o Drugstore, em que se pode comer dentro de antigos carros. Vimos a Plaza de Armas (linda), o forte e a Porta da Cidade, ainda mantida intacta, tão bela! Lá era o local de trabalho de um simpático artista vestido de palhaço. Fomos à Plaza Mayor, também chamada de 25 de Mayo e chegamos à Casa de Pou, que foi recuperada e hoje abriga diversas atividades para a comunidade local.

uruguay03Restaurante Drugstore

uruguay04A “porta” da cidade ainda preservada

Conhecemos a famosa Calle de Los Suspiros. Possui casas lindas e típicas e foi local onde rodaram filmes. Quanto ao nome, bem, é dito que ficou conhecida porque na rua havia uma casa de lenocínio (crime que consiste na exploração da prostituição, ou no estímulo de alguém à sua prática). Isso aí eu li num livro, desse jeito, então nem vou comentar ;o)


Calle de Los Suspiros

Fomos ao Museo Del Periodo Histórico Portugues, que fazia parte de um roteiro da cidade: paga-se um único valor para visitar todos os museus. Vale a pena! Vimos a Casa Lavalleja e depois fomos ao Museu Casa de Nacarello, que é uma típica casa portuguesa preservada. Muito interessante. O seguinte a ser visitado foi o Museo Municipal, também chamado de Casa Del Amirante Brown, construção de 1795. Também fomos ao Archivo Regional (chamado de Casa de Palácios) e me encantei com a preservação de pedaços da Casa Del Virrey, na Calle de Lãs Misiones de Los Tapes. Havia um museu com azulejos antigos, mas estava fechado, bem como o museu indígena. Vistamos o Farol, ao lado das ruínas do convento de San Francisco. Que lugar lindo!


Natureza em Colonia


Ruínas do Convento de San Francisco

Continuamos o passeio pela cidade e visitamos a Plaza Del Theatro e o Museo Del Periodo Histoico Español estava fechado para reformas, infelizmente. Fomos à Feira de Artesanatos, vimos a sede da Prefeitura local e fomos andando (não façam essa loucura, é muito longe) ao Colonia Shopping, pequeno, mas organizado.

Jantamos no ótimo Parrillada El Porton (na avenida General Flores, 333). Com ambiente agradável e comida deliciosa, bebemos um vinho uruguaio maravilhoso. Mas o melhor mesmo ficou para o final: um doce chamado “chaja”, tão bom que repetimos. Não dá para explicar: era uma espécie de bolo muito macio, com uma receita diferente, recheado de doce de leite e com pêssegos. A água está escorrendo da boca só em pensar.


Chaja – maravilhoso!

Voltamos a pé para o hotel e no dia seguinte seguimos para Montevideo de ônibus. Compramos as passagens no dia anterior na rodoviária e fomos com a empresa COT, que possui diversos horários. A viagem foi tranqüila e durou cerca de 2h30. Já na rodoviária de Montevideo, compramos passagens para o aeroporto de Carrasco. Chegamos com antecedência e “almoçamos” no aeroporto, onde comemos empanadas e alfajores. Lá deixamos nossos últimos pesos uruguaios.

Do avião, avistamos o pôr-do-sol e nos despedimos desse país que nos conquistou.

FIM DO RELATO

10 – 2º dia Buenos Aires

segunda-feira, outubro 20th, 2008

Dia 20 de agosto de 2008. Estávamos decididos a voltar antes para o Uruguai. Passamos o dia anterior em Buenos Aires, teríamos mais um dia na cidade e a idéia era voltar mais cedo para aproveitar o final da viagem no país que nos acolheu muito bem. Trocamos as passagens de Buquebus para o dia 21 de manhã, em vez do dia 22. Então no dia 20 apriveitamos o último dia de Buenos Aires.

Acordamos e fomos para Palermo. Primeiro passeio: o Jardim Japonês. É mesmo muito bonito, mas tivemos o azar de pegar um dia nublado e chuvoso. No jardim não havia mais ninguém além de nós e a garoa atrapalhou um bocado, mas pudemos ver as enormes carpas com seus bocões abertos pedindo comida. Eu adoro peixes, tiramos fotos, passeamos, mas logo fomos embora.

Passamos em frente ao Zoológico e fomos ao Museo Evita. O lugar foi uma surpresa positiva: organizado e muito bonito, com fotos e objetos que pertenceram à primeira-dama mais querida do país. Um senhor local parou para conversar com o marido e ficaram um tempão falando sobre Eva Perón e Juan Domingo Perón.

De lá, fomos ao Malba (Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires). Moderno e enorme, o lugar é muito bacana para quem gosta de arte. E lá ficamos, ao lado do Abaporu, de Tarsila do Amaral, admirando a nossa arte exposta no país vizinho.

Passamos pelo palácio Alcorta e fomos parar no Museu Nacional de Arte Decorativa. Lindo. O local abrigava uma exposição com esculturas belíssimas, entre elas Rodin e Camille Claudel. Foi um dos museus mais interessantes que visitamos na cidade. Então fomos conhecer a famosa Flor Metálica, onde todos os famosos de Caras vão para tirar fotos que saem na revista. Nós fomos.

Então, sobre a avenida Alcorta, na passarela, pudemos ver a cidade iluminada no início da noite, o prédio da Faculdade de Direito e a Flor Metálica ao fundo. A passagem para o outro lado da avenida teve como objetivo a chegada ao Museu Nacional de Bellas Artes. Completo, gigantesco, lindo. Passamos horas lá, mas ainda foi pouco. É possível passar dias admirando cada obra, em diferentes áreas do museu. Lá eu vi obras de pintores incríveis: Modigliani, Kandinski, Paul Klee, Picasso, Degas, Monet, Cézanne, Gauguin, Toulouse Lautrec, Manet, Van Gogh, Pissarro e tantos outros. Foi ótimo.

Passamos pelo Buenos Aires Design (onde fica o Hard Rock Café) e pelo Cemitério da Recoleta. Como já era noite, estava fechado, mas mesmo se fosse dia, não entraríamos. Não fazia parte do nosso roteiro visitar um cemitério, por mais famoso que seja (se existem duas coisas que detesto são cemitérios e hospitais).

Naquele dia, jantamos no La Madeleine, um lugar “coma até cair”, com todo o tipo de comida deliciosa (inclusive sem carne, vejam cada achado que fizemos) e com atendimento simpático – o nosso garçom era uruguaio e batemos um longo papo sobre o seu país, enquanto ele anotava, em português, o nome de palavras como garfo, faca e colher. “Preciso atender bem meus clientes brasileiros”. Uma simpatia! Comemos bem e por um preço justo. Adoramos. Voltamos de táxi para o albergue. O dia seguinte seria de mais viagem, de volta ao Uruguai, na última cidade antes de voltarmos ao Brasil.

(Continua…)

9 – 1º dia Buenos Aires

sábado, outubro 18th, 2008

A viagem de ferry boat foi muito boa. Três horas de duração entre as duas capitais – Montevideo, no Uruguai, e Buenos Aires, na Argentina. Quase não conseguimos lugar porque, sem saber, aquela segunda-feira era um feriado na Argentina. Passamos a viagem conversando com um senhor simpático que sentou ao nosso lado, o alemão Rolf Seeler. Enquanto ele falava em espanhol e nós em português, passamos um tempo ótimo contando histórias. Ele disse que como seu nome era muito diferente e há anos ele morava na América Latina, as pessoas o chamavam de Rodolf. Então assim ficou.

Rolf é escritor de livros de viagem. Foi jornalista, trabalhou em uma multinacional e resolveu largar tudo para viajar. Cada viagem que esse homem já fez que não dá para acreditar! Morou em navio de carga e deu a volta ao mundo em três meses, morou nas Ilhas Fiji (elas existem), conhece o Brasil melhor do que muitos de nós e morava, até o momento que conversamos, em Punta Del Este, mas fazia viagens diversas pela América do Sul para escrever e revisar seus livros. “Um dia eu quero ser como o senhor”, eu brinquei, mas falando a verdade.

Chegamos em Buenos Aires e pegamos um táxi para o Che Lagarto Hostel, o albergue que escolhemos. Como em Buenos Aires a hospedagem é bem cara, optamos por algo diferente e mais em conta. O albergue pertence a uma rede e é simpático, com funcionários legais e um ambiente bom. Ficamos em um quarto privativo com banheiro e TV.
Deixamos a malinha e a mochilona e fomos passear.

Vale ressaltar que não me estenderei nas descrições de Buenos Aires porque a cidade é bastante conhecida dos brasileiros e há quem a conheça bem melhor do que eu pela internet afora. Mas darei meu relato e dicas. A começar pelo choque que tivemos logo ao chegar na cidade. O lugar é bonito? É. A cidade é interessante? Sim. Gostamos de lá? Gostamos. Voltaríamos? Não sei. O fato é que depois de sair do Uruguai, foi um pouco decepcionante chegar a uma cidade tão grande, com trânsito e, em geral, pessoas educadas, mas não simpáticas, percebem a diferença? Aquele calor humano e a empatia foram embora. Desculpem-me os amantes de Buenos Aires – e eu não generalizo porque ao contrário do Uruguai, não conhecemos a Argentina. Conhecemos apenas a sua capital e sabemos que isso pode não refletir o povo como um todo – a verdade é que preferimos qualquer cidade do Uruguai a Buenos Aires. Sem críticas, apenas uma observação, ok?

Nosso primeiro passeio foi andar até Puerto Madero, o famoso porto onde estão localizados restaurantes badalados. Fizemos nossa única refeição já eram mais de 18h00 no Il Gatto, um restaurante com preço justo, ambiente agradável e comida deliciosa, além da bela vista das janelas de vidro. Voltamos para o albergue e como combinado, o pessoal do El Viejo Almacen passou para nos buscar. Fomos a um show de tango.

Eu esperava mais, muito mais. O tradicional show de tango, oh, na verdade é um show muito bonito, sim, mas com tudo: música, dança, mais música, mais música, mais sei lá o quê e o que queremos ver – os dançarinos de tango – aparecem vez ou outra, perdidos num show grandioso. O lugar era acolhedor, serviu um delicioso vinho argentino, mas ficou a desejar, ainda mais se considerarmos o preço caríssimo do ingresso. Sem o jantar, vale dizer, porque caso contrário seria assalto à mão armada. Mas vale a pena conhecer, afinal, o tango é tão famoso por lá…

No dia seguinte, 19 de agosto, fomos primeiro ao Caminito, aquele bairro das casinhas coloridas, uma periferia alegre e intimidadora. Não fizemos city tour, mas pode ser uma boa opção na cidade. Resolvemos andar durante quase todo o tempo e aqui vale uma dica: não compre nada no Caminito, ali é lugar de turista, eles enfiam a faca no preço. Visitamos o museu do Boca Juniors e, bom, sem comentários. Nem marido, que quis tanto entrar, gostou. Não quis nem entrar no Estadio La Bombonera, que vimos apenas através de um vidro, o que foi suficiente.

De lá andamos muito, mas muito mesmo, algumas horas. E fomos parando pelo caminho, para conhecer bairros e monumentos. Vimos a replica da Casa Amarilla, do Almirante Brown, o parque Lezama, a Igreja Ortodoxa Russa e passamos por vários museus que estavam em reforma. Buenos Aires, aliás, parecia um grande canteiro de obras. O Museu de Arte Moderna, um prédio muito bonito, estava fechado, bem como o Museu do Cinema, próximo a ele e cujo prédio estava caindo aos pedaços. O Museu Penitenciário estava fechado porque não abre em todos os dias da semana e a igreja ao lado, a Parroquia San Pedro Gonzalez Telmo, belíssima por fora, estava em reforma.

Andamos mais um pouco e chegamos à simpática Plaza Dorrego e de lá pegamos um táxi para o Restaurante Bodhi, na rua Chile, 1763. A dica do restaurante vegetariano foi da amiga Luciana e fomos conferir o menu. Uma delícia! Tivemos uma ótima refeição sem carne na cidade que adora um bife! E continuamos a caminhada para o Centro – Monserrat, cuja primeira parada foi na Plaza de Los Congresos.

Conhecemos, mais à frente, o Palazio Carlos Gardel, onde funciona o Museo Del Tango, um dos lugares bacanas que vimos na cidade. Bem organizado, muito bonito e onde acontecem freqüentes apresentações de tango. Gostamos muito. Logo mais fomos ao Café Tortoni, dica do nosso amigo Rolf e ponto que merece uma visita. O prédio é magnífico e o chocolate quente uma delícia – eu pedi o normal com churros e marido um chocolate espesso.

Passamos pela Calle Florida, o famoso e lotado calçadão para compras, onde não compramos nada porque preços melhores podem ser encontrados em outras regiões e chegamos à Plaza de Mayo, com os prédios mais conhecidos da cidade. Vimos a bela Catedral Metropolitana, o Cabildo, a Sede do Governo de Buenos Aires, o Banco de La Nacion, o Palacio Del Congreso e a Casa Rosada, que mais parece ter a cor de terra desbotada e estava em reforma.

Nas redondezas, conhecemos a Parroquia San Ignácio de Loyola, que angaria fundos para uma restauração e conhecemos o Mercado de Las Luces, um lugar muito bonito e que faz parte da história do povo portenho. Continuamos caminhando e chegamos ao Museu Franciscano, ao lado da Capilla San Roque (fechada) e a bonita Parroquia San Francisco. O “complexo” fica em frente à Farmácia La Estrella, que funciona no local desde 1834. Aqui estamos entre as ruas Defensa e Alsina.

Voltamos à Plaza de Mayo e visitamos o Museo da Casa de Gobierno, sem comparação com o equivalente da capital vizinha. O espaço era menor, apesar de organizado, mas eram poucos os objetos de interesse. Vale pela história e pelo ingresso gratuito. E então vimos, de um outro ângulo, a Casa Rosada, na frente com seu monumento a Cristóvão Colombo. Caminhamos rumo ao Obelisco, passamos pela Secretaria de Comunicação (um prédio enorme e bonito) e paramos no Centro Cultural Jorge Luis Borges, lindo e iluminado à noite. A caminhada continuou e vimos o Teatro Colón e adivinhem? Está em reforma. Tão lindo por fora, mas inacessível do lado de dentro até, pelo menos, o final do próximo ano, segundo o segurança da porta.

A avenida 9 de Julio é muito bonita depois que o sol vai embora. Aquelas luzes, o obelisco e a visão daqueles prédios antigos e conservados é bonita, mas nada que seja tão diferente de São Paulo.

O lugar que eu mais gostei em toda a cidade, porém, veio a ser o último visitado no primeiro dia em Buenos Aires. Por indicação do amigo Ivo e reforço de Rolf para que não deixássemos de ir, fomos à livraria El Ateneo, que funciona em um antigo teatro. Imaginem duas das coisas que eu mais gosto na vida? Livros e teatro, juntos. O lugar era magnífico, passamos um bom tempo lá, trouxe para casa um exemplar em espanhol mesmo sem saber o idioma (eu posso começar, né) e a verdade é que não queria ir embora dali.

Jantamos próximo à livraria, no La Madeleine, onde encontramos vários pratos vegetarianos. Depois de comer bem, pegamos um táxi e fomos para o hotel descansar para o segundo dia corrido na capital da Argentina.

(Continua…)

8 – Cabo Polônio

terça-feira, outubro 14th, 2008

(Voltamos com a programação normal da viagem. Calor de quase 37 graus na cabeça destrói neurônios, viu? Mas vamos voltar no tempo para um clima agradável lá no Uruguai. Beijinhos!)

No segundo dia em Punta Del este, decidimos passear um pouco de carro sentido Chuí. A estrada é boa e são cerca de 120 km até o nosso destino final: Cabo Polonio. Basta seguir a ruta 9 até Rocha e entrar pela estrada do litoral como se fosse pra La Paloma. Quando estávamos quase lá, achamos que nos perdemos. Paramos em uma rua próxima à rodovia e um senhor, que estava no gramado em frente à casa, mostrou o caminho com um sorriso no rosto e uma educação que não consigo esquecer. Logo à frente, já na estrada, encontramos uma mulher com uma criança pedindo carona. Nunca fizemos isso, mas naquele momento decidimos retribuir a gentileza uruguaia e valeu a decisão.

Conhecemos, com a carona, Jimena Serrana e sua filha Güiday, que segundo Jimena, significa luz do luar em guarani. Elas iam para o mesmo destino que nós e enquanto as ajudamos, elas nos ajudaram. Jimena foi como guia turística, mostrando e falando sobre tudo no caminho e quando chegamos a Cabo Polônio, pegamos o mesmo carro até o povoado. É preciso deixar o carro estacionado (e não há nenhum perigo quanto a isso) porque só os 4X4 fazem o trajeto. O percurso dura por volta de 30 minutos e fomos conversando com nossas novas amigas. Foi um ótimo papo, nos entendemos como se estivéssemos falando a mesma língua.

out08_cabopolonio_meninasJimena, Güiday e eu

Chegando lá, quem nos levou combinou um horário para nos buscar. É sempre assim que funciona e marcamos para dali a pouco mais de uma hora. No lugar, não há muito que se fazer, apenas contemplar. E a verdade é que somente contemplar aquele lugar é maravilhoso.

out08_cabopolonio_povoadoCabo Polonio

Jimena nos mostrou o povoado e entrou para seu curso – ela quer ser guia turística e com certeza vai ser ótima. Depois da despedida, resolvemos conhecer o farol e lá de cima pudemos avistar os primeiros leões marinhos. Pequenos pontos na pedra, todos juntinhos, que eu precisei aumentar com o “zoom” da câmera para ver melhor. Tão lindo, tão lindo, tão lindo que é só isso mesmo o que eu posso dizer. Tão lindo.

out08_cabopolonio_leoesLeões marinhos, juntinhos, tomando sol

As casas do vilarejo são peculiares também. Vimos uma casa cujo vidro da janela era um vidro da frente de um carro e uma outra que tinha uma pia do lado de fora e um telhado coberto por grama, como um jardim.
Descemos do farol e fomos mais perto das pedras onde estavam os animais. Há um limite para nós, humanos, de forma a preservar os bichanos na tranqüilidade deles. Chegamos próximo à cerca e dali pudemos ver os leões tomando sol. Para quem gosta de animais e natureza, é incrível chegar a um lugar como esse, em que os leões marinhos vivem sem medo de nós, em que podemos observar como é a natureza de verdade. Para mim, foi a mais bela vista que eu tive na viagem inteira. Cabo Polônio não é um lugar comum – é exótico e por isso mesmo é incrível. Para aqueles que estiverem em Punta Del Este com um dia livre, eu sugiro uma visitinha a Cabo Polonio.

out08_cabopolonio_ferEu, feliz, feliz, feliz… e os leões no fundo

Quando percebemos, uma hora havia se passado e tínhamos que ir embora. Ainda deu tempo de parar em uma das barraquinhas “hippies” do local e conversar com um uruguaio que faz tocas e cachecóis para vender. Como há ovelhas e épocas de calor, elas são tosadas e a lã é usada para a fabricação dessas peças. Tudo natural. “Não machuca as ovelhas?”, eu quis saber. “É como cortar o cabelo”, brincou a esposa do homem que nos atendia. E então trouxe para casa um cachecol marrom lindo e rústico.

Voltamos com mais algumas pessoas no 4X4 e de lá seguimos para La Pedrera. A idéia era só conhecer e seguir para La Paloma, uma cidade bem recomendada. Andamos um trecho até que… o que houve com o carro? Não anda. Como assim, não anda? Atolou? Ai ai ai ai ai… Atolou!

Pois é, o carro atolou de bico na areia. Ela não estava lá, andávamos pela terra até que surgiu a areia e como num filme de comédia, lá estávamos nós dois, sozinhos em uma minúscula cidade praiana vazia (porque estava frio) e sem saber o que fazer. Procuramos galhos, madeira, tudo para ajudar, buscamos socorro nas casas e não havia ninguém e então algumas crianças apareceram e tentamos manter uma conversa para que elas entendessem a situação.

Os pais da criançada estavam passeando, elas também não eram de lá e nisso passamos um tempão tentando ligar para a locadora de veículos, sem sucesso ou procurar uma pessoa. Chegou um carro com mais três ajudantes, mas eram argentinos e também não conheciam ninguém na redondeza. Saíram para buscar ajuda, resolvemos trancar o carro e sair a pé, até encontrar alguém. As crianças se lembraram de um homem que conheciam, fomos até a sua casa, mas ele não sabia como ajudar e então foi conosco até a casa de outro conhecido dele, que tinha um Land Rover 1949. E então quando retornamos, encontramos novamente os argentinos e todos juntos vimos o jipe desatolar o nosso carro alugado, depois de umas três horas do início da aventura.

O episódio só nos mostrou, mais uma vez, como o povo local é bacana. Nenhuma das pessoas que nos encontrou foi embora. Todos tentaram ajudar de alguma forma, inclusive as crianças. Quando o carro desatolou, todos bateram palmas, foi muito engraçado e parecia, de fato, um filme. Agradecemos um por um, tiramos fotos e seguimos nossa viagem.

Quando chegamos a La Paloma, bem mais tarde do que o previsto e ainda sem nenhuma refeição na barriga, estava tudo fechado. A cidadezinha é mesmo linda, pequena e aconchegante, com vários restaurantes em volta da rua principal, mas todos fechados àquela hora. Paramos só para conhecer e seguimos para o primeiro posto de gasolina que encontramos, onde tomamos um chocolate quente e um sanduíche de queijo. Esse foi o nosso almoço, às 18h00. Voltamos para Punta e jantamos bem tarde, em La Barra, um sanduíche delicioso (embora caro, como tudo na região) no Flo Café e Bar.

No dia seguinte, 18 de agosto, seguimos de volta a Montevideo e devolvemos o carro. Pegamos um táxi até o porto para pegar o buque. Nossa idéia era ir até Colonia de ônibus e depois pegar o buque, mas como não compramos a passagem on-line e essa foi a única coisa que nos esquecemos de fazer pela internet, só havia passagem direto de Montevideo para o nosso destino. Uma dica de viajante é: compre as passagens online.

Naquele dia, por volta das 12h00, pegamos o barco rumo à Argentina, onde passamos um dia a menos do que o previsto, porque resolvemos voltar para o Uruguai. Acompanhe a nossa aventura…

(Continua)

7 – Punta Del Este

segunda-feira, outubro 6th, 2008

Chegamos a Punta Del Este no início da noite e fomos para o hotel que havíamos reservado pela internet, como quase tudo da viagem. O hotel escolhido foi o Amsterdam, na Calle El Foque, em frente à Playa de Los Ingleses. Considerando os preços abusivos de Punta, o hotel escolhido estava em uma boa média, com preço justo. Os atendentes são simpáticos e falam português, mas mesmo os que não falam, tentam e são gentis. Ofereceram um quarto com vista para o mar por cortesia, já que o hotel estava vazio porque estávamos em fora de temporada. E a visão da janela era muito bonita.

Fomos conhecer La Barra no mesmo dia, que é colada com Punta. O diferencial do lugar é a Ponte Ondulada, uma estrutura que mais parece um tobogã para os carros, em um sobe e desce interessante. Naquele dia jantamos em Punta, no restaurante Virazón. Como quase todos da cidade, o preço é absurdo. Tudo bem, a comida estava uma delícia, mas não vale o que se gasta. O atendimento é mais ou menos e mais uma vez eu repito: a conta é assustadora. Acho que nunca paguei tanto para comer em um lugar e a comida nem era tão magnífica assim. Só o musse de doce de leite. Esse era dos deuses, então valeu por ele.

set08_uruguay27_puntaonduladaLa Barra – Ponte Ondulada

No dia seguinte, 16 de agosto, fomos conhecer a cidade e a primeira parada foi o Puerto de Nuestra Señora de La Candelária. O lugar é belíssimo. Ficamos muito, muito tempo observando os leões marinhos, os pescadores e o movimento. Tiramos fotos, chegamos perto dos leões que esperavam comida (os pescadores lhes dão todo o resto do peixe após a limpeza para a venda e os leões, sabidos, aguardam a sua vez).

set08_uruguay26_puntaportoNo porto com um leão marinho

A primeira decepção veio quando buscamos um passeio para a Isla Gorriti. Não havia. É uma ilha próxima e parece linda, mas os “barqueiros” queriam nos vender um passeio para a Isla de Lobos. Os próprios funcionários do hotel já tinham nos alertado que não vale a pena, porque o passeio é caríssimo e lobos, afinal, podem ser vistos ali no porto mesmo. O preço do tal passeio era de 50 dólares (isso mesmo, tudo lá é em dólar) por pessoa. Como? Por duas horas sem poder nem sair do barco para conhecer a ilha? Sem chance. Infelizmente também ficamos sem o passeio para a Isla Gorriti e resolvemos passear pela cidade.

A verdade é que após um dia por ali eu já estava irritada. Não gosto muito dessa coisa de “glamour” porque prefiro a natureza. O belo me agrada, não o nojento, e este último eu acabei vendo bastante por lá.

A cidade é bonita, mas não tem nada de tão especial assim. É apenas bonita. Um dia por lá é suficiente. Tudo bem que estávamos fora de temporada e dizem que no verão o lugar fica cheio de gente. Mas se a intenção é estar no mesmo lugar com o mesmo tipo de gente e ainda por cima lotado, eu passo a vez, obrigada.

Como não tínhamos planejado nada para aquele dia, resolvemos conhecer Punta Del Este. Primeiro fomos ao Faro, o farol que está localizado na Calle 2 de Febrero. Bonito, logo em frente à Parroquia de Nuestra Señora de La Candelária. Simpática por fora, porque estava fechada e foi só o que pudemos ver.

set08_uruguay30_puntafaroO farol

set08_uruguay29_puntaigrejaA igreja

De lá, pegamos o carro e seguimos para a Playa Brava, a famosa praia com a escultura da mão que emerge da areia do artista chileno Mario Irrazábal. É uma escultura interessante, apesar de estar com vários “dedos” pichados. Saímos em direção à Feira Artesanal, entre as Calles El Corral e El Mesana. Compramos um leão marinho com o filhote, minúsculos, apenas como recordação. Um trabalho bem feito de um uruguaio local com quem conversamos. E de lá paramos para almoçar no restaurante Napoleon, em frente ao porto. O preço era caro, o que não era nenhuma novidade, mas o prato de paella para duas pessoas estava maravilhoso.

set08_uruguay28_puntamanoPlaya Brava – Escultura de Mario Irrazábal

Ficamos mais um tempo no porto e procuramos algo mais para fazer. Encontramos no guia o Museo Del Mar, que fica em La Barra, a cerca de um quilômetro da ponte, de onde já se vê placas para chegar até lá. Foi uma grata surpresa, porque o lugar é grande e muito bem conservado. Gostamos muito! Voltamos à Punta e passeamos de carro. Paramos na frente do Conrad Casino, o cassino mais famoso da cidade. E entramos, claro. Gastamos a módica quantia de dois dólares, o que era equivalente a duas fichas. Elas acabaram em menos de cinco minutos, mas valeu pela rápida diversão.

O jantar aconteceu no Punta Del Este Shopping Center, pequeno e meio sem graça para a frescura da cidade. Comemos no famoso Il Mondo Della Pizza pela segunda vez no país e de sobremesa pedimos o fantástico “rogel de dulce de leche”. É algo muito, muito, muito bom. Uma torre de bolo quase alfajor gigante com camadas de doce de leite. Pouco calórico, imaginem, mas uma coisa boa demais. E foi com ele que o dia acabou. Mas nem imaginávamos como seria o dia seguinte – cheio de aventuras, com direito a carro atolado e a conhecer a cidade mais bacana da viagem.

(Continua…)

6 – Punta Ballena

sábado, outubro 4th, 2008

(Oi, amigos! Tá muito chato acompanhar a viagem? Sempre que der eu trago novidades em um ou outro post sem ser sobre o Uruguai, certo? Mas com a correria das eleições – repórter trabalha nesse dia, né, gente – não vai dar para escrever muito agora. Fiquem com mais uma parte da viagem, superespecial para mim e marido. E os recados continuam sendo respondidos. Um abraço apertado em cada um de vocês).

Quase em Punta Del Este, apenas a cerca de 16 km antes do destino, paramos em Punta Ballena. Apesar de ser um lindo local, ele é conhecido exclusivamente pela presença do Museo-Taller de Casapueblo, do artista uruguaio Carlos Paez Vilaró. O lugar é tudo: hotel, casa do artista, ateliê, museu e lojinha dos seus produtos. Uma construção enorme, branca, que parece mais um palácio à beira-mar.

Entramos e fomos para a sala de vídeo, que mostra a história de Vilaró contada por ele mesmo. De lá, seguimos para o museu, onde pudemos ver ao vivo as belas obras desse importante artista uruguaio. E muitos gatos, do jeitinho que gostamos. Cada quadro lindo que não dá nem para explicar… e conhecer a história de perto é muito mais interessante.

Vilaró nasceu em Montevideo em 1923 e em novembro completa 86 anos. Morou, durante a juventude, em Buenos Aires. Em 1958 começou a construção da Casapueblo. Ele mesmo quis construir a casa, com as próprias mãos, e sua obra demorou mais de 30 anos para ficar pronta. O resultado está em uma construção estonteante, com uma bela vista para o mar, lugar que faz o pôr-do-sol ficar ainda mais bonito.

Andamos pelo prédio, vimos as obras, olhamos os quadros à venda e marido quis nos presentear, pelos nossos aniversários, com uma pintura. Eu pedi, na cara dura, para a atendente: “queria um autógrafo do artista” e ela disse que era só buscar a obra no dia seguinte. Então insisti: “mas eu queria uma foto com ele também”. A moça não resistiu ao apelo da brasileira, entrou em contato com Vilaró e eu a ouvi ao telefone “Sim, senhor Carlos, como não? Vamos agora mesmo” ou qualquer coisa parecida com isso em espanhol. O “como no?” eu tenho certeza que ela disse. Todos eles dizem.

Então ela nos disse que iríamos ao ateliê dele. As pessoas vão ali, conhecem o museu e eu iria conhecer o artista? Era demais para meu pobre coraçãozinho. Ele bateu forte, forte, e a cada batida mais forte eu subia um degrau. Subia, subia, e passamos pela sala. Ali estava a sala do artista! Uma sala linda, não vou me esquecer, com um sofá branco feito com o mesmo cimento com que ele fez a própria casa, e as almofadas coloridas em cima, um tapete colorido, tudo tão simples que nem eu, nem você e nenhum de nós poderia imaginar. Branco, colorido e simples. Tão lindo. E os livros? Por todos os cantos, em todas as paredes. Tão lindo que oh, deu vontade de chorar.

Então subimos mais e mais. O coração não batia, ele gritava. Fica bobo, não, caro leitor. Se teu sonho é conhecer os participantes do BBB, o meu é conhecer os artistas que eu mais gosto. Os pintores e escritores em especial. E lá estava eu na casa de um que é os dois juntos num só e muito mais. Chegamos a um espaço enorme e lindo, com uma mesa grande com telas em cima, cavaletes, tintas por todos os lados, quadros pendurados e mais livros. Passamos por um espaço para chegar à outra sala parecida. De um quartinho menor ele saiu, com casaco de frio, sorriso no rosto e uma alegria contagiante.

Deu boa tarde, perguntou nosso nome, cumprimentou. Deu beijinho. Ele contou que estava revisando mais um de seus livros, sobre o Tahiti. Ele morou lá um tempo. E eu disse que estava emocionada de estar ali, marido estava tão bobo quanto eu, que somos os dois amantes da arte e nos damos bem até nisso, aí Vilaró viu o nosso quadro de gatinho nas mãos e nos disse que aquela que íamos levar para casa era a Luna, uma de suas gatas. “Pinto muito gatos porque eu tenho gatos”. A Luna e o Sol moram em Punta Ballena, mas ele contou, rindo, que tem sete gatos na sua casa em Buenos Aires. “Um com nome de cada dia da semana”. Rimos todos.

O artista pegou a caneta e já sabendo nosso nome, repetiu e confirmamos. Escreveu “A Fernanda y Mauro, con mi cariño”. Assinou o nome e desenhou um peixinho embaixo. Enquanto assinava, contou que naquele dia tinha ido ao mercado para comprar comida para os gatos, assim, nessa simplicidade e doçura de quem conversa com os amigos. E rimos do jeito fofo dele falar sobre os gatos e dissemos que temos dois também, Polly e Teddy, resgatados das ruas. Ele também adota. Todos adotados. Contou sobre a Briggite Bardot, que certa vez passeava pela rua, viu um monte de gatinhos que iam morrer e pegou todos. Distribuiu para pessoas que adotaram. Coisa linda de viver, né? Gente famosa de bem.

Tiramos fotos. Tirei dele assinando, fiz um vídeo curto só para não esquecer mais a voz do artista, a moça da loja que subiu conosco ao ateliê bateu duas fotos nossas e pedi ao marido uma foto minha com ele. Estava emocionada e com os olhos cheios de água. Encostei a cabeça no ombro dele, que me abraçou como um avô faz. Perguntou de onde éramos, falamos Brasil, ele contou dos seus amigos brasileiros (de fato, Vilaró foi amigo de grandes nomes e ainda é amigo de outros tantos), do tempo que passou no nosso país. Agradecemos muito por ter nos atendido e ele disse que foi um prazer. Demos beijinhos e no fim, eu lembro bem, fiz um tchauzinho com a mão e ele respondeu “Adiós, Fernanda”. Não esqueceu meu nome, com a educação e gentileza de um grande artista, humano, educado e simpático como seu povo.

Desci as escadas tremendo. Tão feliz como uma criança que ganha brinquedo. Olhei para o marido, que estava igual. Ainda descemos no terraço, onde pudemos ver o sol se pondo. Uma alegria no cenário perfeito. Um momento que eu nunca mais vou esquecer na minha vida.

(Continua…)

5 – Piriápolis

quinta-feira, outubro 2nd, 2008

(Oba, mais um dia de viagem! Os recadinhos nos posts anteriores foram respondidos na própria caixa de comentários. Adoro conversar com vocês, mantém minha sanidade – se eu a tenho, mas me deixem na ilusão. E possuo bola de cristal, então você pode comentar no primeiro post do blog que eu vou ler, saber, amar e responder. Vamos à viagem. Saímos de Montevideo e fomos rumo a Punta Del Este, mas paramos pelo caminho. Você nos acompanha?)

O terceiro dia era de viagem com destino a Punta Del Este, que fica a cerca de 140 km de Montevideo. A verdade é que não imaginávamos como poderia ser bacana e especial fazer algumas paradas antes de chegarmos. A primeira delas foi em Piriápolis, após 100 km de estrada boa e tranqüila.

Na Rambla de Los Argentinos, na entrada da cidadezinha, encontramos um posto de informações. Em todo o país é possível encontrar um posto desses, o que facilita a viagem. Pegamos um mapa e tivemos a sorte de conhecer mais uma pessoa simpática, que nos mostrou vários locais que poderíamos conhecer. Naquele momento tivemos vontade de dormir ali mesmo. Então eu recomendo: quem passar por Piriápolis, reserve pelo menos algumas horas do dia para apreciar o local. Com o ponteiro do relógio correndo, escolhemos alguns locais e voltamos a ser turistas.

Piriápolis é uma cidade muito agradável, pequena e interessante, a começar por sua história. O Município foi fundado por Francisco Piria, que nasceu em Montevideo em 1847 em uma família rica. Trabalhou em várias áreas (foi até mesmo escritor) e ganhou muito dinheiro, principalmente loteando terras. Mas o seu desejo maior era construir uma cidade. Assim o fez, e o nome não poderia ser outro. Quem sabe, um dia, eu ganho uma Fernandalândia?

Primeiro subimos no Cerro Santo Antonio, que é o morro mais conhecido da cidade. Pode-se subir de teleférico ou carro e optamos pelo segundo método pela rapidez. O resultado é o mesmo: lá de cima vê-se toda a cidade e o lindo mar. No topo há uma lojinha e uma pequena capela com a imagem do santo que dá nome ao local.

Na mesma linha imaginária da capela, ainda no morro, está situada a Ermita Virgen Rosa Mística, que é a imagem de Nossa Senhora sobre a pedra fundamental da cidade. Não é lindo? Paramos para almoçar e, pela dica que recebemos da simpática moça do posto de informações, procuramos algo próximo à Punta Fria, a região com restaurantes mais aconchegantes e gostosos. Escolhemos a “Trattoria da Piero” e pedimos dois pratos com o peixe típico da região, recém-pescado e delicioso: a brótola. O almoço estava ótimo.

Não poderíamos ir embora sem antes conhecer o trabalho do SOS Rescate Marino, localizado logo após a Playa San Francisco, em direção à Punta Colorada. Fomos recebidos por um rapaz simpático que nos explicou que o horário de visita seria bem mais tarde. Não seria possível… fiquei com cara de desolada porque, para mim, aquele era o lugar mais interessante da cidade. “Vou abrir uma exceção para vocês”, ele disse. E nos levou para conhecer onde os animais são recuperados (contaminação com óleo, machucados pelos barcos, doentes) antes de serem soltos novamente na natureza.

Foi incrível. Conheci leões marinhos lindos, um deles inclusive gostava de receber carinho – ainda bebê, era mais receptivo ao contato humano. Havia também um elefante marinho e muitos, muitos pingüins. Peguei um bem manso e fiquei, durante longos minutos, observando o comportamento dos animais e o carinho dos tratadores. A equipe busca patrocínio de empresas ou do governo, porque vive de doações. Um trabalho bacanérrimo e que merece ser visitado.

E de lá seguimos para Punta Del Este, mas ainda teríamos uma parada pelo caminho… uma parada que se tornou a mais especial da nossa viagem.

(Continua…)

4 – 2º dia em Montevideo

domingo, setembro 28th, 2008

(Oi pessoal bacana! Vamos voltar aos posts com o roteiro da viagem. Estamos agora no segundo dia de Montevideo e ainda há muito para acontecer. Notícias no post anterior, em “Notinhas da Fê” que, aliás, deve voltar em breve por aqui. Continuem escrevendo, mandando recados, beijos e abraços porque só assim meu dia fica mais feliz)

Dia 14 de agosto de 2008. Começamos o dia no Museo Del Gaucho y La Moneda (avenida 18 de Julio, 998). Na verdade, são dois museus em um único prédio, belíssimo, na avenida mais importante da cidade, sendo que cada um funciona em um andar diferente. Há vestimentas de época, obras de arte e moedas desde 1840. O ingresso é gratuito e o lugar merece uma visita. A construção é chamada também de “Palacio Heber” e data de 1896-1897. Hoje pertence ao Banco de La República Oriental Del Uruguay, que destinou o prédio aos museus.

Logo em frente está localizada a Plaza Fabini, que leva o nome do engenheiro Juan Fabini e possui no centro o monumento Entrevero de José Belloni, inaugurado em 1967 e rodeado por água. A praça, pequena e agradável bem no centro de Montevideo, é refúgio das pessoas no meio do dia. Ao seu redor é possível ver que o sol abriga muita gente.

Andando pela avenida chega-se à Plaza de Cagancha, que relembra a batalha de mesmo nome ocorrida em 1839. A praça possui no seu entorno construções importantes como o Ateneo, o Palacio Piria e o Museo Pedagógico. Neste último entramos apenas com a intenção de pedir informações para a próxima etapa do passeio, mas a simpatia da atendente foi tanta que não resistimos e conhecemos o prédio. “Entrem, fiquem à vontade, podem tirar fotos. Estão vendo aquela porta ali? Podem entrar. Temos uma biblioteca grande também”, disse a moça da porta. Entramos e gostamos, o lugar é preservado, bonito e organizado. Na saída, ela ainda perguntou “Tiraram muitas fotos?” e ficou feliz ao saber que eu tinha registrado tudo. No local funciona a Biblioteca Pedagógica Central.

A próxima parada foi no Palacio Santos, na mesma avenida, onde funciona atualmente o Ministério das Relações Exteriores. A casa rosada leva o nome de um antigo presidente, Máximo Santos, mas não pode ser visitada.

Um pouco mais à frente está a Intendencia Municipal de Montevideo, um belo e imponente prédio. O segredo maior se esconde na rua atrás, onde se encontra o Mercado de La Abundancia, um espaço onde se pode encontrar comida boa e barata. Quase não se vê turistas e os restaurantes estão lá há cerca de 10 anos. Antes disso havia uma espécie de feira. Na parte de baixo está o mercado de artesanato, com várias barraquinhas com arte local. Vale a pena pesquisar os preços e o pagamento é realizado em um caixa único, que inclusive aceita cartões de crédito.

Nesse dia almoçamos no mercado uma paella de frutos do mar no Bar Los Refranes. Estava uma delícia, o prato era enorme, com preço justo e o atendimento foi ótimo. Para duas pessoas, a paella custou 380 pesos uruguaios, pouco menos que R$ 38. Mas serve três pessoas numa boa.

Depois do almoço e das compras, voltamos andando pela avenida. Foi delicioso entrar nas lojas, conversas com as pessoas, pedir informações e ser bem atendida, parar no jornaleiro e conversar sobre as publicações locais e perceber, mais uma vez, que o povo uruguaio é incrível. Passear na avenida principal da cidade, por si só, já é muito bom. Pegamos o carro e seguimos rumo ao Obelisco a Los Constituyentes, feito com granito rosado.

De lá fomos a outro canto da cidade, próximo ao Estádio e ao Museo Del Futbol. Gostei. O museu não possui somente a história do Uruguai, mas de todo o futebol, com camisas de grandes craques, fotos, taças e pedaços de histórias desse esporte. Vale o ingresso e a visita ao Estadio Centenario, grande e muito bonito – mais para frente descobrimos que o estádio do Boca Juniors, em Buenos Aires (Argentina) não chegava nem aos pés desse em Montevideo.

A última visita foi ao Parque Rodó, onde funciona o Museo Nacional de Artes Visuales. Belo parque, lindo museu. Ainda demos a sorte de encontrar por lá o artista uruguaio Anhelo Hernández, pintor que está com 85 anos de idade e é um importante ícone para a pintura local. Vimos sua exposição, conversamos brevemente com ele e tiramos fotos. Como seu povo, Anhelo é solícito e gentil. É discípulo da arte de Joaquín Torres-García.

Ainda andamos pelo parque, saímos e avistamos o prédio do Mercosul, andamos pelas Ramblas, fomos ao Shopping de Montevideo (mas o Punta Carretas é bem mais agradável, apesar de menor) e jantamos na rede local Il Mondo Della Pizza. Uma pizza para dois de quatro queijos, deliciosa, com bom preço. Terminamos o dia no Baar Fun-Fun, tomando mais uma Uvita para nos despedirmos da cidade que nos conquistou.

(Continua…)

3 – 1º dia em Montevideo

sábado, setembro 20th, 2008

Queridos, antes de começar, eu quero agradecer os recados dos últimos posts. Já respondi tudo nas próprias caixas de comentários, ok? Se tiverem alguma dúvida, podem perguntar que continuarei respondendo. Vou colocar fotos da viagem em todos os textos, para que possam conhecer os lugares. Espero que apreciem os registros que separei especialmente para colocar aqui para vocês. E continuem acompanhando essa viagem, pois estamos apenas no começo…

Nosso primeiro dia começou na Plaza Independencia. Colocamos casacos, mas não imaginávamos que aquele lindo dia de sol nos reservava seis graus. Apesar do frio e da pouca roupa, eu adorei a temperatura. Tudo perfeito: um dia ensolarado com um clima ameno e céu azul. Porque Montevideo é uma capital federal, mas o céu não é cinza. É de um azul limpo e que não dá para esquecer.

A praça está localizada em uma área chamada de Ciudad Vieja e onde estão os mais importantes pontos de visitação. A Plaza Independencia é a maior da cidade e data de 1836 e tem como monumento principal a Estátua de Artigas. Na parte de baixo da praça está o mausoléu do político e militar Jose Gervasio Artigas, herói uruguaio nascido em 1764 e falecido em 1850. Sua participação na história começa em 1810 quando passou a defender os “orientais”, moradores da margem oriental do Rio Uruguai. Participou da Revolução oriental contra o Governo Hispânico Conservador, em 1811 comandou as tropas na Batalha de San Jose e a formação da Liga Federal e passou a ser chamado de “protetor dos povos livres”. A história de exílio no Paraguai não o permitiu voltar nunca mais ao seu país e seu nome aparece hoje em diversas ruas de diferentes cidades do Uruguai.

A Plaza Independencia é rodeada por construções antigas que parecem sair de um filme dos anos 50. O cenário fica completo com os carros estacionados ou em movimento, muitos antigos como é difícil encontrar em qualquer outro lugar. A impressão que dá é que lá os carros são usados para sempre, até não funcionarem mais. E é bonito ver carros antigos conservados e nas ruas.

Um dos prédios da praça é a Casa de Gobierno, que possui uma inscrição de 1880 junto à cabeça de um leão. No local funciona atualmente um museu que nos impressionou pela organização e qualidade de material exposto. Gratuito e com um simpático senhor na porta que puxou papo conosco, o local merece ser visitado e a construção antiga é belíssima. Ao lado está sendo construída uma nova, moderna e espelhada Casa de Gobierno.

Muito próximo está o Palacio Salvo, que atualmente é um prédio de moradias – descobrimos porque tentamos entrar e um senhor perguntou gentilmente se precisávamos de algo. O prédio foi construído entre 1922 e 1928. Ao lado está o Palacio Rinaldi, também com apartamentos.

Um pouco afastado da praça, mas na mesma região e localizado entre as Calles Buenos Aires, Juncal e Reconquista, está o Teatro Solís, que foi construído em várias etapas. O prédio principal foi erguido entre 1842 e 1856 e as alas em 1869.

No princípio, a classe mais abastada entrava no teatro pela porta central, enquanto os demais entravam pelas laterais. Com a grande reforma pelo qual o prédio passou, essa diferença foi extinta. Há visitas guiadas para o teatro, mas vale confirmar antes, já que em dias de apresentação os horários são reduzidos e existe a possibilidade de não ver a sala principal. O teatro é lindo e os funcionários que realizam a visita – inclusive em português – são prestativos e simpáticos. Às quartas as visitas são gratuitas e nos demais dias custam 20 pesos uruguaios em espanhol e o dobro em outros idiomas.

Em frente ao teatro está a Peatonal Bacacay, um calçadão só para pedestres que vai até a Peatonal Sarandí. No caminho há cafés, restaurantes e lojas. Nesse primeiro dia de Montevideo almoçamos na Bacacay em um restaurante chamado Parrilla Del Solís e para entrar no clima do nome, pedimos a especialidade, uma parrilla de frango. Não estava ruim, mas não levem em conta a opinião de dois seres que não comem carne vermelha e estão tentando parar de comer frango. Não é exatamente a melhor refeição que poderíamos ter, mas o local é lindo, os pratos são feitos de forma que os clientes podem ver o preparo, há muitas opções de guarnições e provamos uma entrada muito boa, um pão temperado.

E ali, bem perto, está o monumento que não conseguimos ver, a Puerta de La Ciudadela, que estava em plena restauração, com um enorme pano que a cobria. As pedras datam de 1746 e a maneira certa de vislumbrar esse pedaço da história é da Peatonal Sarandí. E esse mesmo calçadão nos leva a uma outra praça importante da cidade, a Plaza Matriz, também chamada de Plaza de La Constituición. É a praça-mãe da cidade, de 1726 e uma das mais agradáveis também.

Nos arredores da praça está o Club Uruguay (Sarandí, 584) e a Catedral Metropolitana, onde casou o general Artigas. A igreja é muito bonita, de estilo neoclássico do final do século XVIII. Do outro lado da praça está o prédio do Cabildo, local onde se jurou a Constituição de 18 de Julho de 1830 e onde está o arquivo e histórico municipal.

Resolvemos voltar pela Sarandí depois da visita à Plaza Matriz. E naquele calçadão (Sarandí, 683) encontra-se o Museo Torres-García, uma descoberta muito agradável. O museu é gratuito, mas aceita colaborações e possui uma lojinha com produtos bacanas logo na entrada. Joaquín Torres-Garcia (1874-1949) é um dos pintores uruguaios mais importantes e realizou muitas exposições e conferências sobre a arte construtivista, uma veia do abstracionismo.

Seguindo a Sarandí chega-se à Plaza Zabala, pequena e reservada. Próximo à praça (Calle Rincón, 437) está a Casa Rivera, que foi a casa do primeiro presidente da República e hoje faz parte do Museu Histórico Nacional. Outro museu muito bem organizado e com funcionários educados. A casa, por si só, já é um grande espetáculo com seus enormes cômodos que, um dia, já foram usados por gente muito rica.

Apesar de termos ido de carro, de lá é possível caminhar até o Mercado Del Puerto (entre Calles Perez Castellano (Peatonal), Piedras e Rambla 25 de Agosto), que funciona das 8h00 às 19h00, mas é muito mais movimentado no horário do almoço. Uma boa opção para almoçar barato e em restaurantes ou lanchonetes típicas.

Já no final do dia, resolvemos dar um passeio de carro pela principal avenida da cidade, a avenida 18 de Julio, que nasce no Palacio Salvo e vai até o Obelisco, onde começa a chamada Cidade Novíssima. Apesar do trânsito intenso do fim de tarde, algo que observamos em todos os passeios como pedestres (e aplicamos como motoristas) é que o pedestre tem preferência. Principalmente nas ruas menos movimentadas, basta pôr o pé na faixa de segurança que o carro pára na hora. Não tivemos o menor problema com isso e ficamos admirados por ser um costume local.

Chegamos ao Palacio Legislativo, um prédio simplesmente maravilhoso. De lá a vista para a avenida 18 de Julio é ainda mais bonita, com o entardecer e as luzes doa carros acesas (lá os carros precisam andam com a luz acesa em qualquer hora do dia). Também é possível ver a Torre de Telecomunicaciones, o edifício mais alto do país e símbolo da modernidade em um lugar em que existe a preservação do antigo. Chamamos a torre carinhosamente de “Torre de Dubai”, pela semelhança no formato com o original do outro país, Burj Dubai.

Para finalizar o dia fomos passear no Shopping Punta Carretas, no bairro de mesmo nome e onde funcionava um antigo presídio. Na praça de alimentação há opções para todos os gostos e ficamos felizes em encontrar o Verde & Wok, onde tivemos uma janta deliciosa, leve e vegetariana. O Shopping é muito agradável e os preços, embora o nosso dinheiro seja mais valorizado, são equivalentes aos do Brasil. Artigos para o frio são mais baratos, já que lá todos usam e é muito comum encontrar casacos, tocas, luvas e cachecóis em todos os cantos.

Dentro do próprio shopping fomos ao mercado Risco. Não resisto a um mercado. Você quer saber o que um povo come? Vá ao mercado. É o lugar mais típico, embora o menos atraente, para se conhecer em um novo país. E lá vimos prateleiras lotadas com alfajores. Muitos, de todos os sabores e marcas. Escolhemos um da marca Sierras de Minas, depois de conversar com atendentes do mercado, que nos explicaram que é fabricado no interior, é o mais caseiro e é considerado o primeiro alfajor do país. Delícia, simplesmente delícia. E para completar, compramos um refrigerante que vimos muito por lá, o Pomelo. É muito bom, mais doce do que soda e ainda assim mantém o azedinho. Ir a mercados também pode proporcionar refeições rápidas, típicas e muito baratas para quem quer economizar.

O dia acabou assim, depois de muito passeio e uma longa caminhada. E na quinta-feira teríamos nosso segundo dia de Montevideo. Hoje eu sei que ficaria ainda mais. Muito mais.

(Continua…)

2 – Chegada a Montevideo

segunda-feira, setembro 15th, 2008

Eu e marido viajamos de Gol e optamos por chegar e voltar por Montevideo, devido ao preço das passagens. Hoje eu digo que esse pensamento é bastante relativo. Se a idéia é passear no país vizinho, a Argentina, provavelmente você irá gastar com ferry (também chamado de buque por aquelas bandas) para atravessar para Buenos Aires. Assim sendo, não é má escolha ir por Montevideo e voltar por Buenos Aires ou o caminho inverso. Tudo depende dos valores encontrados nas passagens na época da viagem.

Outro ponto a ser observado é o dinheiro. Não esquente a cabeça com o câmbio no Brasil. Lá no Uruguai é muito mais fácil trocar qualquer moeda, por preços justíssimos. Leve Real. O Real é aceito em muitos estabelecimentos, basta apenas ficar atento ao câmbio praticado no local. Se não for bom, a opção é trocar o real em uma casa de câmbio e existem muitas delas em todas as cidades. O Dólar também é aceito e trocado com facilidade e uma opção muito boa é sacar dinheiro local com um cartão internacional. Como são cobradas taxas por saque, pense bem o valor de sacar antes de fazer a operação. O cartão de crédito internacional também é uma boa.

Lembre-se apenas de não voltar com pesos uruguaios na sua carteira. Aqui no Brasil eles serão trocados a valores muito pequenos, não vale a pena. Gaste no aeroporto comprando alfajores. Cada Real valia, em agosto de 2008, cerca de 11 pesos uruguaios nas casas de câmbio locais.

Chegamos ao aeroporto de Carrasco por volta de 17h00 no dia 12 de agosto de 2008. O aeroporto fica a cerca de 20 ou 30 minutos do centro de Montevideo, mas como alugamos um carro e acertamos tudo por e-mail, já saímos motorizados de lá. Alugar um carro não é necessário porque a cidade é pequena, mas é uma delícia andar pelas Ramblas (as avenidas costeiras, lindíssimas). O melhor preço encontrado para aluguel de carro foi na Dollar Uruguai, onde o atendimento também é muito bom. Vale lembrar que reservar hotéis e carros por e-mail facilita a vida do viajante e não custa nada a mais.

Com o hotel também já reservado, fomos para o Íbis, na Calle La Cumparsita. O hotel é muito bem localizado, tem boa relação custo/benefício e recomendo. Já na chegada à cidade, a impressão foi ótima. Apesar do movimento do rush do final da tarde, era possível ver o mar e no calçadão pessoas caminhando ou andando de bicicleta. Como pedestre, aliás, é fácil perceber que os uruguaios respeitam as faixas de segurança. Mesmo com o sinal fechado, basta pisar na faixa que os carros param.

Na mesma noite decidimos visitar o Baar Fun-Fun, na Calle Ciudadela, 1229. Quem visita Montevideo e não conhece o Barr Fun-Fun perde um pouco da visita à cidade. O bar foi fundado por Augusto López em 1895 onde funcionava o Mercado Central. A clientela começou a se formar principalmente devido às principais bebidas do local: el Pegulo e la Uvita. Esta última ainda é sucesso absoluto, tem fórmula que dizem ser secreta, é patenteada e já levou famosos ao bar para experimentá-la, como Carlos Gardel em 1933.

O local também é ponto de encontro para apreciar um bom tango, de quarta a sábado. Infelizmente ainda era terça-feira, mas prometemos voltar ao bar antes de sair da cidade. Ah, a Uvita é mesmo deliciosa. Como o bar está localizado não muito longe do hotel, logo seguimos, já que o dia seguinte prometia grandes aventuras.

set08_uruguai02_funfun

Baar Fun-Fun, um pedacinho da história de Montevideo e o único lugar onde você poderá encontrar la Uvita ;o)

(Continua…)

1 – A viagem ao Uruguai

quarta-feira, setembro 10th, 2008

“Mas o que você vai fazer no Uruguai?”, eu ouvi diversas vezes antes de viajar. O destino não é muito comum entre os brasileiros, mas posso garantir que é inesquecível. Lá eu me senti em casa, completamente à vontade e feliz. O povo uruguaio é tão simpático que não é possível explicar com poucas linhas a gentileza dos atos e das palavras. Não é nada forçado, não. É deles mesmo. São pessoas educadas, gentis e prontas a ajudar. Foram muitas vezes em que recebemos um sorriso ao pedir ajuda e sempre ganhávamos mais do que esperávamos.

Durante 10 meses, há cerca de oito anos, eu fiz aulas de espanhol no meu antigo trabalho. A verdade é que nunca fui capaz de aprender nada porque nunca tive vontade. Que vergonha! Uma amante do português, que fala outros dois idiomas, simplesmente não tinha a menor vontade de aprender espanhol. E assim passaram-se anos e nada de eu aprender. E eis que em apenas alguns dias os uruguaios conseguiram fazer por mim o que nem eu mesma tinha conseguido. Voltei com uma enorme vontade de aprender a língua dos nossos irmãos. Vontade séria.

Durante a viagem eu falei português, os uruguaios falaram espanhol e nos entendemos muito bem. Eles falam devagar, repetem se for preciso, tentam compreender o que falamos e muitos até sabem a língua portuguesa. O que o Uruguai tem de melhor, sem dúvida, é o seu povo. Mas há paisagens que nunca sairão da minha memória, lugares lindos que visitamos, museus incríveis e pedacinhos escondidos que são parte do paraíso. Por tudo isso, hoje eu sei muito bem o que fui fazer no Uruguai. Se você não sabe, venha descobrir comigo.

set08_uruguai01_vilaro

Um dos momentos mais emocionantes da viagem, eu e Carlos Páez Vilaró, que além de talentosíssimo é uma simpatia. Mas calma… eu ainda vou chegar lá! ;o)

(Continua…)

¡Hola!

sábado, agosto 16th, 2008

O que o Uruguai tem de melhor? Lindas paisagens e um povo simpático e acolhedor. A viagem está sendo ótima, a cada parada conhecemos pessoas bacanas e lugares maravilhosos. Como tanta coisa incrível já aconteceu (e emocionante também), melhor deixar para escrever na volta, com tempo e carinho. Preparem-se para ler muito… Por ora, só um “hola” do hotel, rapidinho, para vocês que vêm aqui (e eu adorei ler os recados, obrigada!). Relato completo na volta, depois de uns dias ao lado da família, combinado? ;o) Cuidem-se!

Alegrias,
Beijos do Uruguai,
Fernanda.