Archive for junho, 2008

Pedido especial

segunda-feira, junho 30th, 2008

Hoje venci um trauma. Há cinco anos eu choro quando tiro sangue, fico zonza quando entro em hospitais. Tenho motivo, mas a razão de eu quebrar essa barreira merecia minha atenção. E então, depois de muito tempo no “vou fazer… depois eu faço…”, eu fiz. Tirei sangue para a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). A amostra será analisada no exame HLA, de compatibilidade de tecido. As informações são incluídas no Redome (Registro Brasileiro de Doadores de Medula Óssea).

É muito difícil encontrarmos pessoas compatíveis, mas quanto mais gente se cadastrar, maiores são as chances para quem enfrenta a leucemia, uma doença covarde e que pode matar. E para os doadores, qual o problema? Nenhum! O voluntário precisa coletar 10 ml de sangue, que será analisado no exame HLA. As informações são incluídas no banco de dados e quando um receptor é identificado, o voluntário é contatado. São realizados exames mais específicos e só depois, se o doador aceitar, é feito o transplante.

A quantidade de medula doada é de apenas 10% da medula total e em 15 dias ela está recomposta. Ou seja, para o doador, não há problemas, mas para o receptor pode significar a diferença entre a vida e a morte. Para buscar pessoas compatíveis, o Inca (Instituto Nacional de Câncer) é responsável por centralizar as informações de dois bancos de dados, um referente aos doadores, o Redome (Registro Brasileiro de Doadores de Medula Óssea) e outro referente aos receptores, o Rereme (Registro Brasileiro de Receptores de Medula Óssea). O Redome coordena a pesquisa de doadores nos bancos brasileiros e estrangeiros.

Eu faço um convite. Procure o local mais próximo da sua casa e se cadastre. Para ser doador de medula, é preciso ter de 18 a 55 anos e boas condições de saúde. Acesse esta página do Inca para mais informações e esta para conhecer os locais de cadastro.

Aceite o meu convite. Nós podemos fazer a diferença na vida de alguém. Pense nisso.

Se ainda precisar de mais motivos, conheça o Felippe, um cara que luta contra essa doença e busca um doador compatível. Não podemos conhecer histórias assim e ficar de braços cruzados, não é?

Um ótimo início de semana a todos.
Alegrias!
Fernanda.

Querer, planejar e agir

terça-feira, junho 17th, 2008

Eu tive um professor na faculdade que dizia “10% do nosso trabalho é inspiração, 90% é ralação”. No começo eu discordava porque, como assim, a inspiração tem um valor tão pequeno? Hoje em dia em compreendo e credito uns 40% à inspiração e outros 60% à ralação. Mas como eu sou péssima em estatística, podem optar em acreditar no meu professor.

O fato é que nenhum resultado chega sem suor. Sem contar os casos daqueles sortudos que ganham milhões na loteria e aquelas pessoas sem ética ou escrúpulo, quem é honesto precisa ralar, sim. O resultado de uma prova é tudo o que você estudou, a conquista de um emprego é pelo merecimento de seu trabalho, a finalização de um projeto depende do empenho colocado nele.

Eu acredito, sim, na sorte e no pensamento positivo. Acho que a mente é poderosa e pode nos ajudar, mas não sem ação. Precisamos agir para conquistar. Ninguém consegue mudar de casa, de trabalho, de namorado, de situação financeira, de humor, se ficar parado. “Mas minha vida é uma droga, nada acontece de bom”, você vem e diz. Mas você faz algo de bom pela sua vida?

O mais fácil, em qualquer situação, é culparmos os problemas externos. Eles até existem e nos atrapalham muito, mas a força que empregamos em mudar uma situação é definitiva. Para mudar, então, é preciso querer, acima de tudo. Depois planejar e então agir. Pode ser que você tenha que insistir, mas a persistência, na hora certa, também é uma virtude.

Desculpem pela falta de textos, mas estou suando, ralando, batalhando e trabalhando muito. Porque desistir não está nos meus planos. Volto em breve com muitos posts.

Uma ótima semana a todos!
Alegrias,
Fernanda.

Cartas e lembranças

quinta-feira, junho 12th, 2008

Eu fico pensando, acho que seria melhor se eu não parasse tanto para pensar, porque muitas vezes fico em dúvida e outras chego a conclusões que não quero aceitar. Talvez seja porque a realidade é incrivelmente mais dura que os meus doces e ternos sonhos. Neles as coisas sempre são corretas, as pessoas felizes e eu, completamente satisfeita, sem dúvidas ridículas que eu normalmente possuo no meu dia a dia. Aí eu penso o quanto somos fortes e não sabemos… somos corajosos por enfrentar novas situações e pessoas estranhas e diferentes por inovar, ou pelo menos tenta… a mudar este país. Somos parte do que é a alegria que move o mundo, considerados a esperança do amanhã. Somos diferencialmente distinguidos por nossas aptidões e vocações pessoais e, acima de tudo, sonhadores. Eu sonho tanto e não tenho receio de dizer isso a ninguém. Mas queria, ao menos às vezes, poder entender porque na vida real estes mesmos sonhadores que compartilham o mundo com você te fazem sofrer, magoam e nem se quer se preocupam em entender seus sentimentos… Ah, queria…

Esta sou eu, aos 16 anos, em 17 de março de 1996. O texto foi resgatado pela minha amiga Luciana, com quem eu trocava longas cartas na adolescência – que se transformaram em longos e-mails hoje em dia. Há pouco tempo ela me emprestou umas dezenas de cartas que escrevi para ela nessa mesma época. Minha idéia era fazer a pesquisa para um livro, que ainda penso em escrever, e ainda não consegui devolver o material. Lá estão as minhas palavras, memórias, pensamentos… E quando eu leio, penso “como eu podia ser tão adulta e ao mesmo tempo tão criança?”.

Resgatar os meus escritos foi um dos presentes da minha amiga. Em folhas de caderno da escola, em qualquer papel que encontrava pela frente. A nossa troca de cartas selou uma amizade que começou há 14 anos, em um momento turbulento da nossa adolescência, mas só aumentou e seguiu por todos os anos seguintes, em que pudemos compartilhar lindos acontecimentos.

Acabo de completar um ciclo importante. Fechei um processo que se iniciou em outubro de 2006, quando essa mesma amiga me incentivou de tal maneira que eu não tive como ter outro pensamento além de acreditar em mim. Quando eu “esquecia”, ela pedia novas páginas. Muitas pessoas perguntam por que nunca enviei meus escritos, mas eu sou assim. Apesar de falante e escandalosa, não sou de incomodar ninguém, não. Minha modéstia exagerada me impede de “mostrar” o que faço. Montar esse site aqui, acreditem, foi o resultado de uma luta interna muito grande. E hoje aprendo a ser diferente.

A Lu sempre esteve ao meu lado, não importava a distância de nossas casas. Ela pedia mais, fazia campanha, escrevia textos alegres e eu não tinha como dizer não. Assim construí uma história. Tenho muito a agradecer a muitas pessoas que me incentivam nessa caminhada, muitas amigas queridas que me escrevem, me ligam, me mandam recadinhos, me esperam no shopping enquanto faço pesquisa, me aturam. Nesse processo todo, não posso esquecer da minha primeira editora informal, editora amiga, editora on-line. E ela ainda me deu esse texto lindo de presente no blog dela.

Vamos brindar o dia de hoje.

Alegrias a todos e Feliz Dia dos Namorados ao meu namorado-marido!

Fernanda.

Fala, Zé!

sábado, junho 7th, 2008

Quando o anjo Gabriel encontra José de Abreu e diz “Fala, Zé!”, a platéia ainda não tem idéia do show que vem pela frente. Em mais de duas horas de espetáculo, o ator conta sua própria história em meio à ficção, com humor e registros históricos. José de Abreu emociona, entusiasma, faz rir e chorar com a facilidade que só os mestres do palco têm.

Jornalista de lado, agora quem escreve é a fã.

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Mauro, Zé e Eu

ESSE CARA É DEMAIS!
Eu e marido fomos assistir à peça “Fala, Zé”, com José de Abreu, na sexta-feira, quando ele veio para a cidade onde moramos. Na semana anterior eu havia escrito uma matéria de capa para o caderno de Cultura do jornal (quem quiser ler, é só clicar aqui). Foi apenas uma matéria informativa, com dados sobre a peça, local, o ator, porque eu ainda não tinha assistido ao espetáculo. Depois que vemos o show, sempre fica mais fácil escrever, mas eu precisava avisar os leitores da cidade sobre a vinda da peça e foi isso o que fiz.

O espetáculo é belíssimo. José de Abreu mantém o público atento em mais de duas horas sozinho. Vocês sabem o que é isso? Algo que só um ator muito, muito bom consegue fazer. E o monólogo é, na verdade, uma conversa entre vários personagens interpretados por ele mesmo, seja no palco, na tela de plasma ou nos telões que compõem o simples e funcional cenário. Vemos cenas de momentos históricos do Brasil, ouvimos os causos de Zé e é impossível não pensar em nossa própria trajetória na política. Não vou contar mais para não estragar a surpresa para quem for ao teatro, mas garanto: é excelente.

E eu sou fã, né. Agora sou fãzaça. Já trabalhei em rádio e me recordo que muitas vezes não quis nem tirar foto com meus entrevistados. Era tão normal ver um ou outro… mas dessa vez foi diferente. Morri de vergonha para entrar no camarim, mas não quis ir para casa sem tirar uma foto. E descobri que além de um mega ator, o Zé de Abreu é um cara nota 10. Simpático, atencioso e muito divertido. Olha, não é que vou virar tiete pela primeira vez? (risos)

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Notem a minha cara feliz!

Acompanhem o blog do Zé e as datas e locais das próximas apresentações.

Alegrias a todos e uma ótima semana.
Fernanda.

Ficção – Identidade

quarta-feira, junho 4th, 2008

ELA – Acho que estou com crise de identidade.

ELE – Crise de quê?

ELA – Identidade.

ELE – Ah, tá.

(silêncio)

ELA – Você ouviu?

ELE – Ouviu o quê?

ELA – Como ouviu o quê?

ELE – Ah, da crise. Ouvi.

ELA – E não vai dizer nada?

ELE – E tem alguma coisa para dizer?

(silêncio)

ELA – O meu problema é você.

ELE – Ei, não me meta nessa história.

ELA – É você, sim.

ELE – Não tenho nada a ver com a sua identidade. Ou falta de identidade. Ou sei lá o que você quer dizer com isso.

(Amália inquieta)

ELA – Me diga: qual é a minha cor preferida?

ELE – O que a sua cor preferida tem a ver com o seu problema de cabeça?

ELA – Não é de cabeça. É de identidade.

ELE – Dá no mesmo. Mas é azul, por quê?

ELA – A SUA cor favorita é azul.

ELE – A sua também.

ELA – Não, é a sua. Esse é o problema.

ELE – Tem algum problema em gostar de azul?

ELA – Adalberto!

ELE – Ou problema em você gostar da cor que eu gosto?

(indignada)

ELA – Adalberto!

ELE – Não entendi.

(silêncio)

ELA – Somos casados há vinte e dois anos e você não sabe a minha cor preferida?

ELE – Você me disse que era azul. Deve ter dito, sei lá, quando namorávamos.

ELA – Você é quem gosta de azul.

ELE – Você também.

(longa pausa)

ELA – O problema é meu.

ELE – Eu não sei qual é o problema, mas há um minuto ele era meu.

ELA – Vamos, agora responda: qual é a comida que eu mais gosto?

ELE – Não é possível. Você endoidou, Amália.

ELA – Dá para responder?

ELE – Picadinho.

ELA – Claro, picadinho.

ELE – Viu?

(irritada)

ELA – Picadinho é a SUA comida preferida. Não agüento mais comer picadinho. Para ser sincera, eu nunca suportei comer picadinho. Eu detesto picadinho. Eu sempre detestei picadinho! Pior do que o meu picadinho, só o picadinho da sua mãe.

ELE – Você me disse…

ELA – …esqueça o que eu disse! Abra bem os ouvidos a partir de agora: De-tes-to picadinho. Entendeu?

ELE – Entendi. Mas…

ELA – É, o problema é mesmo meu. E é meu desde que eu permiti que você ditasse as regras. Que você impusesse o que você gosta como regra geral. Que você determinasse o que eu mesma gosto. Adalberto, eu não sei mais do que eu gosto. Eu sei que a minha cor preferida não é o azul e que jamais colocaria picadinho em meu cardápio se não fosse para agradar você. Só isso.

ELE – Eu sempre achei que você gostava de picadinho. E da cor azul. Lembra que eu te dei uma saia azul que você adorava?

ELA – Não, eu não adorava. Para ser sincera, sequer gosto de saias. Eu prefiro as calças, porque me deixam mais à vontade e me sinto mais bonita. E aquela saia azul era brega.

ELE – Você usou a saia diversas vezes, Amália.

ELA – Sem gostar. Essa é a verdade. Desculpe.

ELE – (olhando para o teto) Eu nunca entendi muito as mulheres, mas agora entendo menos ainda.

ELA – Como você não me entende? Você nunca percebeu que eu não comia picadinho com a mesma vontade que eu comia carne mal passada?

ELE – Carne mal passada? Nunca fizemos carne mal passada em casa.

ELA – Engano seu. Eu fiz algumas vezes, quando as visitas vinham. Mas a sua era bem passada, como sempre.

ELE – Pensei que você também preferia a carne bem passada.

ELA – Pois não. Não mesmo.

ELE – Então por que comia?

(Amália abaixa a cabeça e muda o tom de voz)

ELA – Não sei. Esse é o problema.

ELE – Primeiro o problema era meu, depois era seu e agora você não sabe a quem ele pertence?

ELA – Mais ou menos isso.

ELE – E para que você precisa saber disso agora? Não está tudo bem?

ELA – Como pode estar tudo bem depois que eu descobri que perdi minha identidade?

ELE – De novo o papo da identidade…

ELA – Você sabe me responder qual é o presente que você me deu e que eu mais gostei até hoje?

(pensativo)

ELE – Hummm… aquele par de brincos de diamante.

ELA – Sem dúvida foi um belo presente. Bonito, de bom gosto e que todas as pessoas elogiaram. Mas o que eu nunca me esqueço foi quando eu quebrei os dois pés, você se lembra disso? (risada). Eu me lembro com carinho daquela época. Porque eu estava com os pés quebrados e em todos os dias você nunca se esqueceu de me trazer um bombom e uma rosa. Naqueles dias você fez o jantar para mim e jantamos juntos na cama. Foram os seus melhores presentes.

(Adalberto fica atônito)

ELA – Você não sabe nem que eu sou, depois de tantos anos juntos. Simplesmente porque eu mesma não sei quem eu sou.

ELE – Você é a mulher que eu amo.

ELA – De qual jeito você me ama? Assim, com os seus gostos, ou com os meus próprios? Você não sabe quem eu sou para me amar. Eu me transformei em alguém que não recorda os próprios gostos.

(Amália sai e volta com uma mala)

ELA – Preciso ficar sozinha.

ELE – Amália, o que significa essa mala? Por que você precisa ficar sozinha? Você vai voltar?

(Amália abre a porta)

ELE – Mas… Mas… Para onde você vai?

(Amália olha e sorri)

ELA – Procurar minha identidade.

(Amália bate a porta e sai).

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Leitor, você é quem manda. Qual o tema gostaria de ver por aqui? Está com um problema e não sabe o que fazer? Quer uma dica, uma opinião, uma chata metendo o bedelho em alguma história? Ou quer ler um texto sobre determinado assunto? Escreva. Pode deixar um recado aqui nesse post ou, se preferir, mande uma mensagem pelo campo de contato do site (no marcador “contato”) e diga se prefere ser anônimo. Vamos lá!

Alegrias,
Fernanda.

Dia Mundial Sem Tabaco

domingo, junho 1st, 2008

Frases de uma matéria que escrevi para o Dia Mundial Sem Tabaco, lembrado em 1º de Junho.

CIGARRO

Fumar diminui o tempo de vida de uma pessoa. De acordo com dados da SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia), fumar aumenta em 300% o risco de um ataque cardíaco e o fumante também tem 200% mais chances de ter um derrame do que um não-fumante. O homem fumante vive em média 13 anos a menos do que o não-fumante e a mulher 15 anos a menos.

“O tabagismo é uma doença grave e evitável. No Brasil, são 200 mil mortes por ano, é mil vezes mais fatal do que a dengue. Não existe doença mais grave pelas conseqüências e número de doentes”, alertou o médico coordenador do programa antitabagismo da cidade.
 
O cigarro contém cerca de 4.720 substâncias químicas e pelo menos 60 delas são reconhecidamente cancerígenas. Os derivados do tabaco causam, em média, 50 doenças diferentes.
 
O tabagismo passivo, que é a inalação da fumaça de derivados do tabaco por indivíduos não-fumantes, é a terceira maior causa de morte evitável no mundo e perde apenas para o tabagismo ativo e o consumo excessivo de álcool. Dados do Ministério da Saúde apontam que o ar poluído contém cerca de três vezes mais nicotina, três vezes mais monóxido de carbono, e até cinqüenta vezes mais substâncias cancerígenas do que a fumaça que entra pela boca do fumante.
 
Belos rapazes sobre o cavalo e chapéu de caubói, casais felizes, mulheres elegantes e pessoas praticando esportes eram cenas comumente relacionadas ao fumo em propagandas de cigarro. O hábito bem visto na sociedade passou a ser criticado e desde 1992 a OMS (Organização Mundial da Saúde) catalogou o tabagismo como “doença de desordem mental e de comportamento em razão da síndrome da dependência à nicotina”, incluída na CID (Classificação Internacional de Doenças).
Cansei de tentar enfiar na cabeça das pessoas que cigarro MATA e que é NOJENTO. Você quer fumar? Então fique longe mim. Porque, na boa, não é justo que eu, que não tenho nada a ver com seu vício, esteja exposta a doenças como fumante passiva. Fumantes, vocês precisam aprender a ter respeito. Pelos próprios pulmões e pelas outras pessoas que desejam ar puro.

Alegrias e saúde,
Fernanda.