Archive for setembro, 2008

Notinhas da Fê

terça-feira, setembro 30th, 2008
  • Versão 2.0. Inauguramos oficialmente as notinhas por aqui, porque assim não me sinto culpada de escrever coisa ou outra entre as matérias e posso tagarelar um tanto com vocês, que é disso que eu gosto. Fiquei feliz demais com os comentários na versão 1.0 e os dedos precisam continuar cruzados. Eu deixo vocês soltarem pra tomar banho, combinado?
  • A amiga Fê Féres me mandou, num dia aí que era especial, um recado no celular que acabou sendo engolido pela “falta de memória” do bichinho que já tá mais pra lá do que pra cá. Mas eu preciso escrever para não esquecer e quero compartilhar a lindeza dela. “Sorte é só um empurrão para quem tem talento. Sucesso!”. Gente, não é um mel? Como talento eu não sei se tenho e não dá mais tempo de encomendar, eu preciso dessa tal sorte. E daí que entram os dedinhos cruzados (vocês prometeram, hein, hein).
  • Hoje comemos aqui no jornal um arroz doce divino. Você, caro amigo, não tem arroz doce no seu horário de trabalho? Desculpa, tá. Lembrei então do macarrão doce da Dona Jenny. Nunca mais nessa vida eu comi macarrão doce, nem sei se foi coisa inventada da cabeça branquinha dela, mas eu tinha uns 10 anos quando comi. Ela foi vizinha da minha avó e suas filhas brincaram com minha mãe, aí era como uma tia. Eu comi tanto, mas tanto doce naquele dia que, no alto da minha idade de quase adolescente, morri de vergonha de pedir mais, mas pedi (afinal, se tem uma coisa que eu não passo é vontade de comida). Até hoje eu sinto aquele gostinho na boca, com sabor de carinho. Ela foi ao meu casamento, há três anos e tralálá quase quatro e logo depois foi fazer macarrão doce para os anjinhos. Ah, certamente é pra lá que ela foi.
  • Vocês lembram do pastel, não lembram? Eu o devorei. Dois e meio, para ser mais exata. Um à tarde, outro è noite e metade de mais um. Eu mereço, pessoal, porque depois de muitos anos, meu colesterol deu abaixo do recomendado. O negócio tem de dar até 200, mas o meu ia pra 300. Notem que eu tenho uma alimentação balanceada e tudo o mais. Coisa de família, presentinho genético de papai. Cheguei feliz aos 254 há três meses, mas médica, que é boa por demais, disse que eu precisaria de remédio devido a todos os meus fatores e anos desse sangue desse jeito. Eu disse “me dá mais um tempo” e eis que mudei mais. Praticamente tirei ovo de tudo, substituí leite da vaquinha por leite de soja e o mais mais mais: comi muita aveia. Caro amigo, não é pouca, é muita aveia mesmo.
  • Eu ainda preciso falar da aveia, por favor não me deixem falando só. Indiquem pra amigos, familiares e todos. A danada é incrível. Mas eu comia mais ou menos uma xícara ou mais de aveia por dia. De manhã, farelo de aveia no leitinho de soja, no almoço a aveia virava farofa ou eu colocava no preparo das comidas (não muda o gosto de nada) e na janta a mesma coisa. Antes de dormir, mais aveia em mingau ou leite. Crie! O resultado é que três meses depois, pela primeira vez como gente adulta, eu marquei 180 pontinhos no exame. Dá quase pra enganar que eu nem tenho a herança. Ah, eu e a aveia viramos, tipo, melhores amigas. Aveia, esses são meus leitores. Amigos, essa é a aveia.
  • Pronto, a consciência voltou a pesar. Preciso voltar pra Terra dos repórteres. Essa semana ainda tem mais um post da viagem, prometido porque está pronto! Cadê os dedos cruzados? Mostrem pra mim, vamos lá, todo mundo, um, dois, três e já!

Alegrias, Fernanda.

4 – 2º dia em Montevideo

domingo, setembro 28th, 2008

(Oi pessoal bacana! Vamos voltar aos posts com o roteiro da viagem. Estamos agora no segundo dia de Montevideo e ainda há muito para acontecer. Notícias no post anterior, em “Notinhas da Fê” que, aliás, deve voltar em breve por aqui. Continuem escrevendo, mandando recados, beijos e abraços porque só assim meu dia fica mais feliz)

Dia 14 de agosto de 2008. Começamos o dia no Museo Del Gaucho y La Moneda (avenida 18 de Julio, 998). Na verdade, são dois museus em um único prédio, belíssimo, na avenida mais importante da cidade, sendo que cada um funciona em um andar diferente. Há vestimentas de época, obras de arte e moedas desde 1840. O ingresso é gratuito e o lugar merece uma visita. A construção é chamada também de “Palacio Heber” e data de 1896-1897. Hoje pertence ao Banco de La República Oriental Del Uruguay, que destinou o prédio aos museus.

Logo em frente está localizada a Plaza Fabini, que leva o nome do engenheiro Juan Fabini e possui no centro o monumento Entrevero de José Belloni, inaugurado em 1967 e rodeado por água. A praça, pequena e agradável bem no centro de Montevideo, é refúgio das pessoas no meio do dia. Ao seu redor é possível ver que o sol abriga muita gente.

Andando pela avenida chega-se à Plaza de Cagancha, que relembra a batalha de mesmo nome ocorrida em 1839. A praça possui no seu entorno construções importantes como o Ateneo, o Palacio Piria e o Museo Pedagógico. Neste último entramos apenas com a intenção de pedir informações para a próxima etapa do passeio, mas a simpatia da atendente foi tanta que não resistimos e conhecemos o prédio. “Entrem, fiquem à vontade, podem tirar fotos. Estão vendo aquela porta ali? Podem entrar. Temos uma biblioteca grande também”, disse a moça da porta. Entramos e gostamos, o lugar é preservado, bonito e organizado. Na saída, ela ainda perguntou “Tiraram muitas fotos?” e ficou feliz ao saber que eu tinha registrado tudo. No local funciona a Biblioteca Pedagógica Central.

A próxima parada foi no Palacio Santos, na mesma avenida, onde funciona atualmente o Ministério das Relações Exteriores. A casa rosada leva o nome de um antigo presidente, Máximo Santos, mas não pode ser visitada.

Um pouco mais à frente está a Intendencia Municipal de Montevideo, um belo e imponente prédio. O segredo maior se esconde na rua atrás, onde se encontra o Mercado de La Abundancia, um espaço onde se pode encontrar comida boa e barata. Quase não se vê turistas e os restaurantes estão lá há cerca de 10 anos. Antes disso havia uma espécie de feira. Na parte de baixo está o mercado de artesanato, com várias barraquinhas com arte local. Vale a pena pesquisar os preços e o pagamento é realizado em um caixa único, que inclusive aceita cartões de crédito.

Nesse dia almoçamos no mercado uma paella de frutos do mar no Bar Los Refranes. Estava uma delícia, o prato era enorme, com preço justo e o atendimento foi ótimo. Para duas pessoas, a paella custou 380 pesos uruguaios, pouco menos que R$ 38. Mas serve três pessoas numa boa.

Depois do almoço e das compras, voltamos andando pela avenida. Foi delicioso entrar nas lojas, conversas com as pessoas, pedir informações e ser bem atendida, parar no jornaleiro e conversar sobre as publicações locais e perceber, mais uma vez, que o povo uruguaio é incrível. Passear na avenida principal da cidade, por si só, já é muito bom. Pegamos o carro e seguimos rumo ao Obelisco a Los Constituyentes, feito com granito rosado.

De lá fomos a outro canto da cidade, próximo ao Estádio e ao Museo Del Futbol. Gostei. O museu não possui somente a história do Uruguai, mas de todo o futebol, com camisas de grandes craques, fotos, taças e pedaços de histórias desse esporte. Vale o ingresso e a visita ao Estadio Centenario, grande e muito bonito – mais para frente descobrimos que o estádio do Boca Juniors, em Buenos Aires (Argentina) não chegava nem aos pés desse em Montevideo.

A última visita foi ao Parque Rodó, onde funciona o Museo Nacional de Artes Visuales. Belo parque, lindo museu. Ainda demos a sorte de encontrar por lá o artista uruguaio Anhelo Hernández, pintor que está com 85 anos de idade e é um importante ícone para a pintura local. Vimos sua exposição, conversamos brevemente com ele e tiramos fotos. Como seu povo, Anhelo é solícito e gentil. É discípulo da arte de Joaquín Torres-García.

Ainda andamos pelo parque, saímos e avistamos o prédio do Mercosul, andamos pelas Ramblas, fomos ao Shopping de Montevideo (mas o Punta Carretas é bem mais agradável, apesar de menor) e jantamos na rede local Il Mondo Della Pizza. Uma pizza para dois de quatro queijos, deliciosa, com bom preço. Terminamos o dia no Baar Fun-Fun, tomando mais uma Uvita para nos despedirmos da cidade que nos conquistou.

(Continua…)

Notinhas da Fê

quinta-feira, setembro 25th, 2008
  • Pessoas lindas, desculpem a lerdeza aqui, mas não consegui acabar o relato da viagem ainda. Pois é, já fez um mês que voltei e nada. Muitas pessoas chegaram aqui pela primeira vez por causa da viagem e me mandaram e-mail (brigadinha, viu?), vou tentar responder todos como sempre faço, com o maior carinho, mas ainda não posso dar dicas completas, justamente porque não acabei de escrever o relato. A questão é que mesmo que eu tenha tempo livre no trabalho, eu não escrevo meus textos aqui. Nada de livro, conto, relato de viagem. No máximo um post como esse ou um e-mail porque não sou de ferro. Mas texto mesmo eu não consigo. Podem me chamar de tonta e demodê, e eu sou mesmo. Sei que ética tá fora de moda, mas é coisa que eu carrego comigo pra todo lugar, fecho as mãos pra não escorrer e não há como eu mudar de idéia. Fazer o quê?
  • Separei as fotos mais bacanas para colocar pra vocês aqui, espero que gostem. Embora eu não tenha a menor técnica de fotografia, eu acho um barato registrar em imagem os momentos importantes. Trouxe 1.400 fotos da viagem, coisa pouca.
  • Só quero deixar registrado que sem uma amiga de trabalho realmente amiga, bacana, profissional, talentosa e gente boa, não dá pra trabalhar hoje em dia. Eu tenho uma, fiquem com inveja.
  • Dedos cruzados pra mim. Só peço muitos dedos, em muitas partes do mundo. Dedo de pé, de mão, do seu gato, cachorro, qualquer um vale. Cruzem todos e me avisem pra eu saber que tão cruzados, porque assim vou ficar um pouco mais calma. Eita que tá difícil.
  • Estou fazendo um curso danado de bom de atualização gramatical. Eu gosto muito de estudar, fui CDF um tempão por falta de opção (e por acaso eu enxergo alguma coisa se eu sentar em alguma cadeira que não seja a primeira?), mas descobri que gostava da cousa e mantive minha postura. As notas de matemática acabavam comigo, depois fiz um colegial que me deixou acabada por inteiro e na faculdade “enfim, sós”, eu e o português. Ai, português, eu te amo.
  • Se eu continuar no ritmo atual, logo logo abro um blog de receitas sem carne, sem leite, sem ovo, sem nada. Tô ficando boa no negócio (e ficam delícia, eu garanto). Quero ver o próximo exame de colesterol, porque dependendo do resultado, vou me afogar num pastel gorduroso e num bolo recheado sem culpa. Pensando bem, vou fazer isso de qualquer jeito.
  • Meus pais estão com um novo membro em casa. Pretinho e Elvis ganharam uma irmã, depois da morte de Freddy (lembram que eu contei aqui que ele foi envenenado? que ódio!). É a Judy, uma fofa abandonada na escola de trabalho da mãe. Gata de sorte.
  • Me amem, tô precisando de mimos. Bom final de semana a todos. Beijos e mais beijos, com alegrias, Fernanda.

3 – 1º dia em Montevideo

sábado, setembro 20th, 2008

Queridos, antes de começar, eu quero agradecer os recados dos últimos posts. Já respondi tudo nas próprias caixas de comentários, ok? Se tiverem alguma dúvida, podem perguntar que continuarei respondendo. Vou colocar fotos da viagem em todos os textos, para que possam conhecer os lugares. Espero que apreciem os registros que separei especialmente para colocar aqui para vocês. E continuem acompanhando essa viagem, pois estamos apenas no começo…

Nosso primeiro dia começou na Plaza Independencia. Colocamos casacos, mas não imaginávamos que aquele lindo dia de sol nos reservava seis graus. Apesar do frio e da pouca roupa, eu adorei a temperatura. Tudo perfeito: um dia ensolarado com um clima ameno e céu azul. Porque Montevideo é uma capital federal, mas o céu não é cinza. É de um azul limpo e que não dá para esquecer.

A praça está localizada em uma área chamada de Ciudad Vieja e onde estão os mais importantes pontos de visitação. A Plaza Independencia é a maior da cidade e data de 1836 e tem como monumento principal a Estátua de Artigas. Na parte de baixo da praça está o mausoléu do político e militar Jose Gervasio Artigas, herói uruguaio nascido em 1764 e falecido em 1850. Sua participação na história começa em 1810 quando passou a defender os “orientais”, moradores da margem oriental do Rio Uruguai. Participou da Revolução oriental contra o Governo Hispânico Conservador, em 1811 comandou as tropas na Batalha de San Jose e a formação da Liga Federal e passou a ser chamado de “protetor dos povos livres”. A história de exílio no Paraguai não o permitiu voltar nunca mais ao seu país e seu nome aparece hoje em diversas ruas de diferentes cidades do Uruguai.

A Plaza Independencia é rodeada por construções antigas que parecem sair de um filme dos anos 50. O cenário fica completo com os carros estacionados ou em movimento, muitos antigos como é difícil encontrar em qualquer outro lugar. A impressão que dá é que lá os carros são usados para sempre, até não funcionarem mais. E é bonito ver carros antigos conservados e nas ruas.

Um dos prédios da praça é a Casa de Gobierno, que possui uma inscrição de 1880 junto à cabeça de um leão. No local funciona atualmente um museu que nos impressionou pela organização e qualidade de material exposto. Gratuito e com um simpático senhor na porta que puxou papo conosco, o local merece ser visitado e a construção antiga é belíssima. Ao lado está sendo construída uma nova, moderna e espelhada Casa de Gobierno.

Muito próximo está o Palacio Salvo, que atualmente é um prédio de moradias – descobrimos porque tentamos entrar e um senhor perguntou gentilmente se precisávamos de algo. O prédio foi construído entre 1922 e 1928. Ao lado está o Palacio Rinaldi, também com apartamentos.

Um pouco afastado da praça, mas na mesma região e localizado entre as Calles Buenos Aires, Juncal e Reconquista, está o Teatro Solís, que foi construído em várias etapas. O prédio principal foi erguido entre 1842 e 1856 e as alas em 1869.

No princípio, a classe mais abastada entrava no teatro pela porta central, enquanto os demais entravam pelas laterais. Com a grande reforma pelo qual o prédio passou, essa diferença foi extinta. Há visitas guiadas para o teatro, mas vale confirmar antes, já que em dias de apresentação os horários são reduzidos e existe a possibilidade de não ver a sala principal. O teatro é lindo e os funcionários que realizam a visita – inclusive em português – são prestativos e simpáticos. Às quartas as visitas são gratuitas e nos demais dias custam 20 pesos uruguaios em espanhol e o dobro em outros idiomas.

Em frente ao teatro está a Peatonal Bacacay, um calçadão só para pedestres que vai até a Peatonal Sarandí. No caminho há cafés, restaurantes e lojas. Nesse primeiro dia de Montevideo almoçamos na Bacacay em um restaurante chamado Parrilla Del Solís e para entrar no clima do nome, pedimos a especialidade, uma parrilla de frango. Não estava ruim, mas não levem em conta a opinião de dois seres que não comem carne vermelha e estão tentando parar de comer frango. Não é exatamente a melhor refeição que poderíamos ter, mas o local é lindo, os pratos são feitos de forma que os clientes podem ver o preparo, há muitas opções de guarnições e provamos uma entrada muito boa, um pão temperado.

E ali, bem perto, está o monumento que não conseguimos ver, a Puerta de La Ciudadela, que estava em plena restauração, com um enorme pano que a cobria. As pedras datam de 1746 e a maneira certa de vislumbrar esse pedaço da história é da Peatonal Sarandí. E esse mesmo calçadão nos leva a uma outra praça importante da cidade, a Plaza Matriz, também chamada de Plaza de La Constituición. É a praça-mãe da cidade, de 1726 e uma das mais agradáveis também.

Nos arredores da praça está o Club Uruguay (Sarandí, 584) e a Catedral Metropolitana, onde casou o general Artigas. A igreja é muito bonita, de estilo neoclássico do final do século XVIII. Do outro lado da praça está o prédio do Cabildo, local onde se jurou a Constituição de 18 de Julho de 1830 e onde está o arquivo e histórico municipal.

Resolvemos voltar pela Sarandí depois da visita à Plaza Matriz. E naquele calçadão (Sarandí, 683) encontra-se o Museo Torres-García, uma descoberta muito agradável. O museu é gratuito, mas aceita colaborações e possui uma lojinha com produtos bacanas logo na entrada. Joaquín Torres-Garcia (1874-1949) é um dos pintores uruguaios mais importantes e realizou muitas exposições e conferências sobre a arte construtivista, uma veia do abstracionismo.

Seguindo a Sarandí chega-se à Plaza Zabala, pequena e reservada. Próximo à praça (Calle Rincón, 437) está a Casa Rivera, que foi a casa do primeiro presidente da República e hoje faz parte do Museu Histórico Nacional. Outro museu muito bem organizado e com funcionários educados. A casa, por si só, já é um grande espetáculo com seus enormes cômodos que, um dia, já foram usados por gente muito rica.

Apesar de termos ido de carro, de lá é possível caminhar até o Mercado Del Puerto (entre Calles Perez Castellano (Peatonal), Piedras e Rambla 25 de Agosto), que funciona das 8h00 às 19h00, mas é muito mais movimentado no horário do almoço. Uma boa opção para almoçar barato e em restaurantes ou lanchonetes típicas.

Já no final do dia, resolvemos dar um passeio de carro pela principal avenida da cidade, a avenida 18 de Julio, que nasce no Palacio Salvo e vai até o Obelisco, onde começa a chamada Cidade Novíssima. Apesar do trânsito intenso do fim de tarde, algo que observamos em todos os passeios como pedestres (e aplicamos como motoristas) é que o pedestre tem preferência. Principalmente nas ruas menos movimentadas, basta pôr o pé na faixa de segurança que o carro pára na hora. Não tivemos o menor problema com isso e ficamos admirados por ser um costume local.

Chegamos ao Palacio Legislativo, um prédio simplesmente maravilhoso. De lá a vista para a avenida 18 de Julio é ainda mais bonita, com o entardecer e as luzes doa carros acesas (lá os carros precisam andam com a luz acesa em qualquer hora do dia). Também é possível ver a Torre de Telecomunicaciones, o edifício mais alto do país e símbolo da modernidade em um lugar em que existe a preservação do antigo. Chamamos a torre carinhosamente de “Torre de Dubai”, pela semelhança no formato com o original do outro país, Burj Dubai.

Para finalizar o dia fomos passear no Shopping Punta Carretas, no bairro de mesmo nome e onde funcionava um antigo presídio. Na praça de alimentação há opções para todos os gostos e ficamos felizes em encontrar o Verde & Wok, onde tivemos uma janta deliciosa, leve e vegetariana. O Shopping é muito agradável e os preços, embora o nosso dinheiro seja mais valorizado, são equivalentes aos do Brasil. Artigos para o frio são mais baratos, já que lá todos usam e é muito comum encontrar casacos, tocas, luvas e cachecóis em todos os cantos.

Dentro do próprio shopping fomos ao mercado Risco. Não resisto a um mercado. Você quer saber o que um povo come? Vá ao mercado. É o lugar mais típico, embora o menos atraente, para se conhecer em um novo país. E lá vimos prateleiras lotadas com alfajores. Muitos, de todos os sabores e marcas. Escolhemos um da marca Sierras de Minas, depois de conversar com atendentes do mercado, que nos explicaram que é fabricado no interior, é o mais caseiro e é considerado o primeiro alfajor do país. Delícia, simplesmente delícia. E para completar, compramos um refrigerante que vimos muito por lá, o Pomelo. É muito bom, mais doce do que soda e ainda assim mantém o azedinho. Ir a mercados também pode proporcionar refeições rápidas, típicas e muito baratas para quem quer economizar.

O dia acabou assim, depois de muito passeio e uma longa caminhada. E na quinta-feira teríamos nosso segundo dia de Montevideo. Hoje eu sei que ficaria ainda mais. Muito mais.

(Continua…)

2 – Chegada a Montevideo

segunda-feira, setembro 15th, 2008

Eu e marido viajamos de Gol e optamos por chegar e voltar por Montevideo, devido ao preço das passagens. Hoje eu digo que esse pensamento é bastante relativo. Se a idéia é passear no país vizinho, a Argentina, provavelmente você irá gastar com ferry (também chamado de buque por aquelas bandas) para atravessar para Buenos Aires. Assim sendo, não é má escolha ir por Montevideo e voltar por Buenos Aires ou o caminho inverso. Tudo depende dos valores encontrados nas passagens na época da viagem.

Outro ponto a ser observado é o dinheiro. Não esquente a cabeça com o câmbio no Brasil. Lá no Uruguai é muito mais fácil trocar qualquer moeda, por preços justíssimos. Leve Real. O Real é aceito em muitos estabelecimentos, basta apenas ficar atento ao câmbio praticado no local. Se não for bom, a opção é trocar o real em uma casa de câmbio e existem muitas delas em todas as cidades. O Dólar também é aceito e trocado com facilidade e uma opção muito boa é sacar dinheiro local com um cartão internacional. Como são cobradas taxas por saque, pense bem o valor de sacar antes de fazer a operação. O cartão de crédito internacional também é uma boa.

Lembre-se apenas de não voltar com pesos uruguaios na sua carteira. Aqui no Brasil eles serão trocados a valores muito pequenos, não vale a pena. Gaste no aeroporto comprando alfajores. Cada Real valia, em agosto de 2008, cerca de 11 pesos uruguaios nas casas de câmbio locais.

Chegamos ao aeroporto de Carrasco por volta de 17h00 no dia 12 de agosto de 2008. O aeroporto fica a cerca de 20 ou 30 minutos do centro de Montevideo, mas como alugamos um carro e acertamos tudo por e-mail, já saímos motorizados de lá. Alugar um carro não é necessário porque a cidade é pequena, mas é uma delícia andar pelas Ramblas (as avenidas costeiras, lindíssimas). O melhor preço encontrado para aluguel de carro foi na Dollar Uruguai, onde o atendimento também é muito bom. Vale lembrar que reservar hotéis e carros por e-mail facilita a vida do viajante e não custa nada a mais.

Com o hotel também já reservado, fomos para o Íbis, na Calle La Cumparsita. O hotel é muito bem localizado, tem boa relação custo/benefício e recomendo. Já na chegada à cidade, a impressão foi ótima. Apesar do movimento do rush do final da tarde, era possível ver o mar e no calçadão pessoas caminhando ou andando de bicicleta. Como pedestre, aliás, é fácil perceber que os uruguaios respeitam as faixas de segurança. Mesmo com o sinal fechado, basta pisar na faixa que os carros param.

Na mesma noite decidimos visitar o Baar Fun-Fun, na Calle Ciudadela, 1229. Quem visita Montevideo e não conhece o Barr Fun-Fun perde um pouco da visita à cidade. O bar foi fundado por Augusto López em 1895 onde funcionava o Mercado Central. A clientela começou a se formar principalmente devido às principais bebidas do local: el Pegulo e la Uvita. Esta última ainda é sucesso absoluto, tem fórmula que dizem ser secreta, é patenteada e já levou famosos ao bar para experimentá-la, como Carlos Gardel em 1933.

O local também é ponto de encontro para apreciar um bom tango, de quarta a sábado. Infelizmente ainda era terça-feira, mas prometemos voltar ao bar antes de sair da cidade. Ah, a Uvita é mesmo deliciosa. Como o bar está localizado não muito longe do hotel, logo seguimos, já que o dia seguinte prometia grandes aventuras.

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Baar Fun-Fun, um pedacinho da história de Montevideo e o único lugar onde você poderá encontrar la Uvita ;o)

(Continua…)

1 – A viagem ao Uruguai

quarta-feira, setembro 10th, 2008

“Mas o que você vai fazer no Uruguai?”, eu ouvi diversas vezes antes de viajar. O destino não é muito comum entre os brasileiros, mas posso garantir que é inesquecível. Lá eu me senti em casa, completamente à vontade e feliz. O povo uruguaio é tão simpático que não é possível explicar com poucas linhas a gentileza dos atos e das palavras. Não é nada forçado, não. É deles mesmo. São pessoas educadas, gentis e prontas a ajudar. Foram muitas vezes em que recebemos um sorriso ao pedir ajuda e sempre ganhávamos mais do que esperávamos.

Durante 10 meses, há cerca de oito anos, eu fiz aulas de espanhol no meu antigo trabalho. A verdade é que nunca fui capaz de aprender nada porque nunca tive vontade. Que vergonha! Uma amante do português, que fala outros dois idiomas, simplesmente não tinha a menor vontade de aprender espanhol. E assim passaram-se anos e nada de eu aprender. E eis que em apenas alguns dias os uruguaios conseguiram fazer por mim o que nem eu mesma tinha conseguido. Voltei com uma enorme vontade de aprender a língua dos nossos irmãos. Vontade séria.

Durante a viagem eu falei português, os uruguaios falaram espanhol e nos entendemos muito bem. Eles falam devagar, repetem se for preciso, tentam compreender o que falamos e muitos até sabem a língua portuguesa. O que o Uruguai tem de melhor, sem dúvida, é o seu povo. Mas há paisagens que nunca sairão da minha memória, lugares lindos que visitamos, museus incríveis e pedacinhos escondidos que são parte do paraíso. Por tudo isso, hoje eu sei muito bem o que fui fazer no Uruguai. Se você não sabe, venha descobrir comigo.

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Um dos momentos mais emocionantes da viagem, eu e Carlos Páez Vilaró, que além de talentosíssimo é uma simpatia. Mas calma… eu ainda vou chegar lá! ;o)

(Continua…)

Aniversário

quarta-feira, setembro 3rd, 2008

Como é bom fazer aniversário! Porque a verdade é que mais velha eu fiquei ao longo de um ano, não é? Então ter um dia para comemorar o nascimento, a vida, a saúde e tudo o que somos é uma alegria enorme. O que somos, não o que temos. Porque podemos ter algo hoje e perder amanhã, mas aquilo o que nos tornamos não nos pode ser tirado. Agradeço a Deus por ser uma pessoa de saúde, de fé, de batalha, de honestidade, de amigos, de família, de trabalho, de alegria. Ah, e os amigos? Eles fazem a vida ficar tão melhor. A todos os que me enviaram um recado neste blog, uma mensagem no orkut, um e-mail, um torpedo e àqueles que me telefonaram, obrigada! Muito obrigada!

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Flagra do marido no jantar de comemoração

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Lindas flores do pessoal do trabalho

Na próxima semana eu volto com as notícias da viagem.

Alegrias,
Fernanda.