Archive for janeiro, 2009

“O Advogado do Terror”

quarta-feira, janeiro 28th, 2009

Eu tinha uma certa resistência em falar sobre filmes porque assisto a tantos que ficaria difícil escolher sobre qual escrever. Há finais de semana em que eu e marido assistimos a cinco ou seis de uma só vez, às vezes mais, e durante a semana sempre um ou outro também conseguimos ver. Então, em vez de falar sobre todos, quem sabe, quando algo me chamar realmente a atenção, eu venho aqui e conto pra vocês? É o caso do documentário francês “O Advogado do Terror” (L’Avocat de la Terreur) de 2007.

Ah, não me venha com essa de que documentário é chato e que não assiste a filmes que não são americanos. Eu sou daquelas que curto de tudo – desde um bom romance água com açúcar delícia até terror dos brabos –, inclusive bons documentários. Este aqui conta a história de Jacques Vergès, polêmico advogado que se tornou conhecido por casos como a defesa de Djamilah Bouhried, que lutou pela libertação da Argélia do domínio francês, mas que após reaparecer dos oito anos escondido, passou a defender tipos como o “açougueiro de Lyon” Klaus Barbie, Carlos (o Chacal) e Slobodan Milošević.

Dirigido por Barbet Schroeder, o interessante aqui é que não há um controle da direção para que você ache isso ou aquilo. A decisão é toda sua. Você assiste, conhece a história – que é contada pelo próprio Vergès e conhecidos – e decide o que pensa sobre ele. Um advogado de bem que só tenta proteger pessoas com ideais e que se protegem com as armas que têm ou um grandessíssimo de um inescrupuloso, cínico e manipulador? (Eu estou mais para a segunda opção).

Vale a pena ver, conhecer, tentar entender, embora depois dessa dose de realidade brutal pareça ainda mais difícil compreender o ser humano. É chocante, em alguns momentos, ver o que todos esses “personagens” puderam fazer e saber que tudo isso é parte da história recente do mundo. Para quem entende francês, o site do filme é esse aqui, mas aqui está o trailer com legendas em português.

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Notinhas da Fê

terça-feira, janeiro 27th, 2009
  • Apesar da correria, eu vou tentar passar mais vezes por semana por aqui. Tanta visita que me deixa feliz demais, viu? Mesmo dos caladinhos, obrigada por virem aqui e fiquem à vontade para comentar, tá? Aliás, povo, vocês viram que eu respondo todos os comentários, não é? Às vezes o papo nos comentários quase vira post. Voltem lá e leiam as respostas… aliás, vale comentar em post antigo que eu recebo o comentário na mesma hora. ;o)
  • Hoje eu recebi uma grata surpresa. Uma leitora aqui do blog, que também é leitora do jornal para o qual eu escrevo, mandou um presentinho lindo. Já está lá, na minha mesa de trabalho para trazer as energias boas todos os meses. Janeiro é prosperidade. Elianinha, minha querida, muito obrigada por tanto carinho, viu? Ah, nem sei como agradecer. Fica aqui meu beijo sabor brigadeiro. Olhem a foto da belezura (já ao lado dos meus gatinhos) e me digam se tem como não gostar?

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  • Descobri um blog superbacana. É o blog da revista História Viva. Interessante para nós e também para estudantes que fazem pesquisa para trabalhos. A história é sempre fascinante, não acham? Uma pena eu ter tido tão poucas aulas disso num curso técnico de exatas… Vale a pena uma visita. O post do dia 23, por exemplo, traz o título “Mengele fez experimentos com fertilidade em cidade do Rio Grande do Sul?” e traz informações assustadoras se forem verdade. E alguém duvida de muita filhadaputice vinda de um cara como o Mengele? Não boto a mão no fogo.
  • Volto loguinho com post sobre cinema. Vou começar a compartilhar algumas dicas de filmes com vocês. E dos livros já estão aí, nas listas de livros lidos desde 2007. Agora com a lista de 2008 completinha.

Alegrias!
Fernanda.

Sampa – 455 anos

domingo, janeiro 25th, 2009

Outro dia eu acabei em uma conversa mais ou menos assim: me perguntaram algumas coisas sobre São Paulo e eu falei, com sinceridade, sobre a questão do trânsito, da poluição, enfim, problemas de cidade grande. Mas eis que de repente os não-paulistanos se sentiram no direito de meter o pau na minha cidade e eu saí na defensiva, citando os vários problemas que a cidade onde moro tem (como pichação exagerada e trânsito um pouco intenso demais e desorganizado se considerarmos a proporção daqui para Sampa), porque nenhum lugar é perfeito.

Pronto, típico caso da filha que defende a mãe mesmo que ela não seja aqueeeeela mãe maravilhosa, sabe? Sampa é assim, é minha terra, é minha raiz. E tem problemas, é claro, está repleta deles, mas é um lugar incrível também. Tem gente de todos os lugares do mundo (sem exageros), os melhores restaurantes, os melhores teatros, os melhores cinemas. A vida cultural e gastronômica da minha cidade é imbatível, isso sim. Fora que, não vamos negar, essa capital é um motorzinho que nunca pára (desculpa, ainda não consigo tirar esse acento diferencial, não consigo!), é mesmo aquela velha expressão da “locomotiva”. Não tem como negar.

E pode parecer uma bobagem, mas eu tenho o maior orgulho de dizer “eu sou paulistana”. Não moro mais lá, tenho muito respeito pela cidade que me acolheu e onde moro bem e feliz, mas nasci e cresci em São Paulo e isso nunca vai mudar. Acho bom quando a gente tem alegria em dizer da onde veio, acho bom sentir esse amor. E hoje eu tenho saudade de não estar lá, só por estar mesmo. Sampa, Feliz 455 anos!

Eu na frente do Museu do Ipiranga

Eu na frente do Museu do Ipiranga

Alegrias,

Fernanda.

Rio lindo

terça-feira, janeiro 20th, 2009

Foi tudo muito rápido e lá estava eu rumo ao Rio, esbaforida dentro do ônibus depois de conseguir fazer com que ele me esperasse chegar à plataforma. A chuva que desabou na estrada acabou com nossa programação bem feitinha e demoramos o dobro do tempo para chegar à rodoviária. E com a correria, restou utilizar o banheiro do busão mesmo, logo depois que acomodei minhas coisas em uma poltrona que não era a minha porque um homem ocupou o meu lugar e simplesmente não quis sair. O mundo não me surpreende mais.

E o que é banheiro de busão de viagem, minha gente? Tranca quebrada e o equilíbrio básico de uma mulher descolada: segura a porta com uma mão, se apóia nas pontas dos pés em posição de yoga para não encontrar com o vaso sanitário (acho lindo isso de chamar privada de vaso) e cuidados para não pisar nos respingos do chão. Voilá, deu certo, tudo bem e de repente você se vê com um espelho enorme. Pra que alguém quer um espelho daquele tamanho enquanto… hum, medita? Pra ficar observando sua própria cara? Mas o melhor mesmo é abrir a torneira, que é só um caninho por onde sai a água. É só apertar um interruptor (daqueles de campainha) e a água sai. Coisa chique, bem.

O cara que fazia “func func” da poltrona ao lado me dava medo e acho que por isso acabei dormindo (o pouco tempo que consegui dormir) com o pescoço virado para o outro lado e acordei com torcicolo. Delícia. Descemos do busão e o calor? Ah, o calor! Como é bom chegar ao Rio (o comentário do calor foi irônico, sobre o Rio foi verdadeiro, viu).

Enquanto aguardava a prima me buscar, eu pude observar as pessoas, e eu adoro observar pessoas. Parei ao lado de uma banca de jornal dentro da rodoviária – aliás, o Rio merece uma rodoviária melhorzinha, hein – e já vi um tipo que parece que engoliu umas três bolas de basquete, daqueles que parecem fazer força para esticar a barriga pra frente, sabe?, parar para ver a capa da Playboy. Eu posso jurar que vi o cara lamber os beiços (éca), mas me distraí com os outros dois que chegaram em seguida para ver… a capa da Playboy. O segundo moço, com a cueca aparecendo, só faltou dizer ao primeiro “Vamos rachar o valor e a revista?”. Olha, os homem pedem para não generalizarmos a “categoria”, mas desse jeito fica difícil, viu.

E embora o meu motivo de viagem-relâmpago tenha sido ruim (e já que não diz respeito a mim, eu não conto de jeito nenhum), mesmo assim, a viagem foi boa. No Rio eu sempre me sinto um pouco em casa. Como uma segunda casa, aquela que sempre me recebeu na infância e na adolescência, nas férias, onde tenho família e amigas muito queridas, onde coloco shortinho sem a vergonha absurda que acaba comigo em qualquer outro lugar, onde posso admirar que exista uma cidade tão linda, com praia e tudo. Pena que o Rio tenha violência, porque ele é lindo demais da conta. E eu adoro aquele lugar.

Alegrias,

Fernanda.

Novo acordo ortográfico

domingo, janeiro 11th, 2009

Para facilitar o intercâmbio cultural entre os países de língua portuguesa, o novo acordo ortográfico, em vigor desde o primeiro dia desse ano, estabelece mudanças na ortografia, ou seja, na maneira de escrever as palavras do nosso idioma. A gramática não é alterada e as pronúncias de cada países continuam valendo. O que muda é a escrita. No Brasil, cerca de 0,45% do vocabulário sofrerá alteração, enquanto em Portugal 1,6% das palavras serão alteradas.

A CLPL (Comunidade de Países de Língua Portuguesa) é formada por Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. A reforma proposta em 1990 foi assinada pelo Brasil em 1995, por Cabo Verde e São Tomé e Príncipe em 2006 e por Portugal no ano passado. Antes da mudança atual, dois acordos oficiais tinham sido feitos em 1943 e 1971.

Na prática, mudará a maneira de escrever algumas palavras. O trema não existe mais e a maior alteração é com relação à utilização do hífen, com várias regras. Há modificações na acentuação, como a eliminação do acento agudo em ditongos “ei” e “oi”. Assim, heroico e ideia não são mais palavras com acento. O circunflexo em duplo “o” será eliminado, como em voo ou enjoo.

O alfabeto terá 26 letras com a inclusão de “k”, “w” e “y”, que já eram permitidas antes em nomes próprios e estrangeirismos e o acento para diferenciar as palavras não será mais usado. Na frase “O carro pára para estacionar”, por exemplo, as palavras eram acentuadas para determinar verbo e preposição, o que não irá mais acontecer. Ainda será obrigatório o uso em pôr como verbo no presente e pôde como verbo poder no passado.

As maiores mudanças serão aplicadas em Portugal, que cortará as letras mudas que não são faladas, como acto e óptimo. A partir de agora, o país-irmão escreverá como nós: ato e ótimo. A letra “h” utilizada no início de algumas palavras será abolida e a dupla grafia será mantida em alguns casos, como em bônus/bônus, tênis/tênis, sendo que no Brasil permanece o acento já utilizado, o circunflexo.

Carta do irmão

terça-feira, janeiro 6th, 2009

Ele devia ter uns 11, 12 anos, por aí. E minha mãe achou essa carta perdida entre outros papéis. Eu e meu irmão trocávamos cartas (a maior parte delas com gozações), mas essa aí é tão bonitinha… acho que eu devia estar triste, sei lá, e ele escreveu (meio sem jeito, já que nunca gostou de escrever) para tentar me animar. A gente brigava, se batia, depois ficava amigo de novo. Hoje somos o oposto um do outro: eu falo demais, ele fala de menos; eu sou extrovertida e ele é introvertido; eu não tenho memória pra nada, ele lembra de muita coisa; eu sou péssima com números, ele é ótimo (além de ser muito mais inteligente do que eu); eu amo escrever, ele escreve duas linhas e tá bom, mas ambos temos um grande senso de humor para qualquer situação e nos amamos muito. Eu o vi chorar, mais do que em qualquer outro momento na vida, quando eu fiquei doente. E vi naqueles olhinhos de rosto sardento uma preocupação genuína, um carinho imenso e transbordante. E quando peço a Deus pelas pessoas que eu amo, lá está ele, no topo da minha lista. Porque fico feliz em ver aquele sorriso maroto, acho graça quando ele vira o rosto quando vou dar beijinho, me acabo de rir com as melhores tiradas, que só ele tem. É meu irmão. E eu o amo.

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Alegrias,
Fernanda.

Fatos em fotos

domingo, janeiro 4th, 2009

Natal e Ano Novo em imagens para vocês. Para quem sabe da história dos “temas”, esse ano fizemos algo diferente e passamos a noite de Natal em um Hotel Fazenda, para a vóva descansar e curtir sem precisar fazer nada! Ela merece, não é? A garotona completa 80 anos esse mês e adorou a experiência, mas não ficou imune à preparação do tradicional bolo de nozes do Natal, que levamos para o hotel. E teve parabéns para o aniversariante, teve oração, teve comilança e risadas. No Réveillon, em Socorro (interior de SP), tudo o que eu mais amo: natureza e animais. No último dia, um pé torcido ou algo mais grave que, sinceramente, não fui ver o que é. A dor está passando aos poucos – ando mancando, mas tá tudo bem. acho que esse ano vai ser maravilhoso. E vocês, hein?

Que esse 2009 seja incrível para todos nós.
Quem estava de recesso e ficou dias fora do ar, coloquei dois contos (O Natal de Janaína e o Ano Novo de Lucinha), vão lá ler e me digam o que acharam ;o)

Alegrias,
Fernanda.