Archive for dezembro, 2009

O Sonho Impossível

quinta-feira, dezembro 31st, 2009

Eu pensei muito em qual mensagem deixar para o Ano Novo. Como se tivesse sido ontem, lembrei nitidamente de uma canção do musical Man of La Mancha, de que participei em 1996 (no papel da sobrinha de Don Quixote). A música The Impossible Dream (O Sonho Impossível) é linda como a peça inteira, mas marcante porque fala sobre sonhar o sonho impossível, custe o que custar. O personagem é, na verdade, um sonhador. E é necessário termos o pé na realidade, mas até qual ponto? Não podemos sonhar, mesmo que nos digam que é impossível? Impossível para quem?

A mensagem da música, para mim, é o que desejo para vocês em 2010. Alcançar as inalcançáveis estrelas. Porque você pode chegar até elas se quiser, de verdade. Não acredite naqueles que só lhe dizem que é impossível, que nunca conseguirá. Nunca dê ouvidos a quem quer acabar com seu sonho. Porque nenhum sonho é tão impossível. E que possamos sonhar mais “sonhos impossíveis” que nos mantenham vivos.

Abaixo, duas cenas de Man of La Mancha, o filme de 1972 baseado na peça da Broadway, com Peter O’Toole e Sophia Loren maravilhosos. Nos primeiros dois minutos a música que eu queria mostrar a vocês e em seguida a cena final do filme, que é linda linda linda.

Feliz 2010! Que você possa continuar sonhando os seus sonhos.

Alegrias!

Fernanda.


 

The Impossible Dream

(The Quest)

 
   
To dream the impossible dream, Sonhar o sonho impossível,
To fight the unbeatable foe, Combater o alvo imbatível,
To bear the unbearable sorrow, Suportar o sofrimento insuportável,
To run where the brave dare not go… Correr onde os bravos não ousam ir…
   
To right the unrightable wrong, Defender o indefensável errado,
To love pure and chaste from afar, Amar puro e casto,
To try when your arms are too weary, Tentar quando suas mãos estão tão cansadas,
To reach the unreachable star! Alcançar a inalcançável estrela!
   
This is my quest,to follow that star, Esse é meu desafio, alcançar aquela estrela,
No matter how hopelesse,no matter how far. Não importa o quão impossível, não importa o quão longe.
To fight for the rights without question or pause, Lutar pelos direitos,sem questionar ou parar,
To be willing to march to Hell from a Heavenly cause! Querer marchar do Inferno à uma causa Celeste!
   
And I know,if I’ll only be truth for this glorious quest, E eu sei,se eu for honesto nessa gloriosa busca,
That my heart will lie peacefull and calm when I’m laid to my rest… Que meu coração irá descansarem paz e calmo quando eu for para o meu descanso…
   
And the world will be better for done, E o mundo será melhor por isso,
That one man scorned and covered with scars, Que um homem deixado de lado e coberto por cicatrizes
Still strove with his last ounce of courage Continua a se esforçar com seu último punho de coragem
To reach the unreachable stars! Para alcançar as inalcançáveis estrelas!

O Ano Novo de Lucinha

quarta-feira, dezembro 30th, 2009

Eu tenho uma novidaaaaaaaaade!!! Mas só vou contar no ano que vem, ha-ha-ha. Tá, não resisti à piada. Mas é verdade. Estou louca para contar, mas acalmem os ânimos que o novo ano está logo aí, pra dar sorte. Por enquanto, fiquem com o conto de Ano Novo (é do ano passado, mas é novo). Para reler ou para ler, especialmente àquelas novas leitoras do blog e já tão bem-vindas. Espero que curtam, porque é um dos contos de que mais gosto. E até daqui a pouco que ainda tem mais esse ano.

Alegrias,

Fernanda.

O Ano Novo de Lucinha

Atchim. Eu esqueci. Sou uma imbecil, como é que pude me esquecer? E agora, e se eu ficar doente? Eu posso sentir, o nariz começou a fungar, os olhos estão ardendo e eu sei que a culpa é minha, só minha, porque esqueci daquele remédio de cor laranja. Eu tomei o verde, que fica no meu criado-mudo, o azul e o cor-de-rosa que estão na cozinha, mas esse laranja eu deixo na sala para tomar na hora em que eu ligo a TV para tomar o café, mas hoje eu não quis café, não liguei a TV e não tomei justo o comprimido para a alergia. Ela não me deixa em paz, essa alergia me deixa com nariz de palhaço, mas aqueles palhaços vagabundos de festa de criança em escola, sabe? Aquele que tem nariz de plástico comprado no camelô mesmo. E eu fico assim, todo mundo me olha na rua. Eu sei que é para mim.

O mais importante é que eu nunca me esqueço do cor-de-rosa. Isso porque, bem, é menos complicado ficar com alergia do que ter um ataque do coração porque a pressão subiu. Eu não tenho mania de remédio e nem acho que tenho todas as doenças do mundo, eu simplesmente tenho todas essas doenças mesmo. Não, tá, é verdade, nem todas, mas e se eu puder evitar algumas é bem melhor, não é? Atchim. Ai, meu nariz. É o cachorro da vizinha, ele me dá alergias, é um horror aquele monte de pêlo em todo lugar da casa, ai que nojo, pode dar coceira e doença de pele. Mas eu não tenho doença de pele. Só alergia mesmo. Talvez.

Saio de casa e passo na farmácia, só para comprar uns itens de higiene pessoal… Ai, que maravilha, os antigripais estão em promoção. Não que eu precise, mas e se o espirro não for alergia e eu estiver com princípio de gripe? Pode ser, não fará mal. Opa, é a Mariazinha do segundo andar, ela está aqui também, uau, ela comprou uma camisinha sabor morango. Eu nunca usei uma camisinha sabor morango. Na verdade, eu não transo há alguns meses, nem preciso disso. Não muitos meses, só alguns… tipo, uns cinco ou seis. O meu último caso nem tomava vitamina C. Eu não posso ficar com um cara que nem toma vitamina, ele é um potencial cliente de hospital. Sem chance. Mas me deu vontade de achar alguém para experimentar a camisinha de morango.

Aí me escondo atrás da prateleira de xampus, encontro ao lado uma gôndola com remédios para dor e me lembro que tenho sentido uma dor chata nos pés quando ando muito. Não é normal. A Cida me disse que se andamos muito, sentimos dor, como se fosse a coisa mais natural do mundo. Não é, não comigo. Atchim. Ah, sim, e tem ainda a pílula laranja, eu vou levar mais uma caixa e deixar um pouco no criado-mundo e outro pouco na cozinha, para o caso de eu resolver não ver TV em alguns dias na hora do café.

A cidade está em festa, mas grande coisa é o Ano Novo. Mais um dia, vira o calendário e puf, é o novo ano que chegou, não faz a menor diferença. Eu não vou renascer num dia. E caminho de volta pra casa pensando que milagres não existem e que, sinceramente, usar branco é a maior babaquice. Branco, que cor sem graça. E festa pra quê? Eu vou passar em casa, vou assistir ao especial de fim de ano e aproveitar os dias de recesso no trabalho.

- Au.

- Ãh?

Um cachorro no meu pé. No meio do caminho para casa, lá estava, no meu pé, um cachorro vira-lata com olhar carente. Atchim.

- Sai. Sai.

- Au au.

- Sai, cachorro.

- Au.

- Não, isso aqui não é comida, é remédio. Coisa séria, cachorro, coisa séria.

Eu não sei, mas ele me pareceu bastante interessado nos remédios. Abro a sacola, mostro que não há comida, continuo andando, mas o fedido vem atrás de mim. Cachorro estranho, nem me conhece. Atchim. Viu, é ele. É esse cão sujo que atacou a minha rinite alérgica. Sai, passa, anda, vai embora. Ah, não quer ir? Tá bem, vai andar até se cansar, porque eu não vou mais falar com você, está certo? Não falo mais. E já são seis passos na calçada. Toc toc toc toc toc toc. Como é que um animal pode ser tão persistente?

Ele está me irritando. E o jeito como ele olha para mim é… é tão… tão… carente. Será que ele tem uma casa? Não parece, está sujo e acho que tem pulgas, exala um fedor, não tem coleira e se coça o tempo todo. Credo, deve ter um monte de outras doenças. Ou não. Ele pode só estar sujo… e com fome. Puxa vida, eu não sou assim tão má…

Quer um comprimidinho, cachorro? Sério, se você quiser, te dou um dos complexos vitamínicos, acho que pode te fazer bem. Você parece meio fraquinho, acho que vai precisar de comprimidos por uns dias.

Slurp.

Ai, meu santo protetor dos animais fedidos de rua, me ajude! Esse porco me lambeu, e se eu pegar uma doença? E se ele me transmitir alguma coisa muito séria com essa lambida molhada? Não, pensando bem, não. Tá com fome, é? Melhor não te dar isso aqui, acho que vai precisar de outra coisa, mas… longe de mim, tá? Eu compro, você come e se manda, combinado?

- Au

- Então tá.

Nossa, quanta coisa legal existe numa pet shop. Mais divertido do que uma farmácia. Eu posso levar a ração e ainda uns potinhos para colocar água, depois um sabonete próprio para cães, um lacinho de cabelo. Azul ou rosa? Vou levar amarelo. E então uma loção, uma caminha bonita com babados, um osso para roer, um brinquedinho, uma bolinha e tem esse aqui, ai que lindo, posso levar dois desse…

Atchim. Não cumpri minha promessa. Ele entrou em casa, eu dei um banho, coloquei comida e em poucos minutos ele dormia no meu colo. No meu colo! Puxa, que bonitinho. Ele respira de maneira tão calma e o focinho está úmido… hahaha, você me fez cócegas com esse focinho! Que fofo. Talvez ele possa ficar hoje e amanhã eu o levo para a casa de alguém ou talvez ele possa ficar, se não atrapalhar. Eu acho que ele pode ficar. É, acho que pode.

Foi o primeiro Ano Novo que passamos sozinhos. No ano seguinte, ele já tinha uma irmã canina e eu já tinha um namorado, que conheci quando levava o Lobo para passear – o meu namorado levava a Flor e os filhotes se conheceram, blábláblá, eu acho que meu namorado armou aquilo tudo, eu acho, mas foi lindo e fingi que não percebi. Passei a usar branco que, afinal, nem é uma cor tão sem graça assim e os Réveillons começaram a ser cada vez mais divertidos.

A minha vida mudou e eu passei a esquecer os comprimidos e perceber que não precisava tanto deles assim. Hoje só volto à farmácia para itens básicos de higiene, um ou outro comprimidinho essencial e, bom, por causa da camisinha de morango.

Lua Nova por uma leiga

terça-feira, dezembro 29th, 2009

Então as meninas e as não-tão-meninas estão apaixonadas pelo Edward há tempos, que eu sei. Leem os livros, devoram as páginas, suspiram pelo vampirão e lotam os cinemas. Mas eu não li nenhum dos livros, embora (como sempre digo) já admiro a escritora, mesmo sem nunca ter lido, porque fazer o povo ler é uma vitória. Ela deve ser boa mesmo. Mas não li e fui ao cinema ver Crepúsculo e agora Lua Nova.

_29122009_luanovaO melhor mesmo foram os comentários. Ele: “Esse vampirinho não tem pegada, né?”. E eu “O lobinho é bem mais hómi, né?”. Depois: “Mas pensou ter que virar vampira pra só depois descobrir que o vampirinho não dá conta do recado? E ser condenada a ficar com ele para sempre?”. E daí pra pior.

À parte das piadas e do fato que, sim, acho que o lobisomem é mais fortuço e garanhão que o branquelo dentucinho, há algumas coisas que incomodam a mim, espectadora que não conhece a história. Sabem? Aquela coisa de que um dos lobinhos machucou a namorada, por exemplo. Ficou furiosinho e destruiu o rosto dela. E ela fica com ele toda dócil. É comigo, fofo? Vai pra coleira, cachorro. Não faz sentido os homens todos desse filme serem tão “viris” a ponto de serem, na verdade, retratos de alguns homens violentos do mundo real. O vampirinho é a mesma coisa, empurra a amadinha para protegê-la, machuca porque quer seu bem. Que bem é esse?

Tá, eu sei que tirei o romance da coisa, mas me incomoda esse tipo de coisa. A mocinha do filme acha supernormal, sabe. Eu não acho. Mas tirando a veia crítica além da conta, o filme é bonitinho, apesar de lento (o primeiro é mais ágil e melhor). Mas essa Bella só se mete em confusão: primeiro vampiro, depois lobisomem. Será que ela não cogita em professor, engenheiro, pedreiro, mecânico, qualquer coisa normal? Eu, hein. :mrgreen:

Alegrias,

Fernanda.

Natal

domingo, dezembro 27th, 2009

Festa do festão. Uma festa especial. Com a família e alguns de meus melhores amigos perto de mim. E a sua festa de Natal, como foi?

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Alegrias,

Fernanda.

Ode aos animais

sábado, dezembro 26th, 2009

Oi galera do bem!

Como passaram o Natal? Depois conto sobre o meu :-)

Vamos compartilhar nossas fotos de bichos? Me ajudem a formar um slide bem legal! Comecei um com Polly e Teddy e quero acrescentar os companheiros de vocês aqui. Assim quem tem vergonha de mostrar o rosto também pode participar homenageando seu bichinho, que tal? (Update: Já temos mais fotos de leitores, oba!!!)

Me mandem uma foto de seu bichinho no e-mail contato@fernandafranca.com.br com o nome do animal e o seu nome.

Participem! Quero conhecer o bichinho de vocês e se quiserem contar a história de como foi que o adotaram eu também vou adorar saber.

Alegrias,
Fernanda.

O Natal de Janaína

quarta-feira, dezembro 23rd, 2009

Pessoal,

Sério que já chegou outro Natal? Caramba, esse ano voou. Agradeço a todos os leitores que continuam sempre vindo e as pessoas novas, que chegaram recentemente nesse cantinho e me deixam muito feliz. O conto que deixo abaixo é o do ano passado, mas é um presente para todos que chegaram há pouco tempo e ainda não o leram. Espero que gostem. Nos próximos dias estarei com a família, mas sempre que puder, passarei por aqui. Lembrem-se que o fato de estarem vivos e com saúde já é mais do que motivo suficiente para agradecer ao Papai Noel. Ele não existe? Tem certeza? E se for todo o sentimento bom do mundo? O carinho, a amizade, a caridade? E se o bom velhinho for os votos de felicidade, a alegria, o desejo de fazer um ano próximo melhor? Então ele existe, sim. E não vamos deixá-lo morrer.

Um Feliz Natal a todos!

O Natal de Janaína

Eu preciso comprar um presente para a filha do meu namorado. Aquela menininha mimada que, no último Natal, chamou a boneca que eu comprei de ridícula e enfiou o presente dentro da privada. É claro que eu, doce como um marmelo, acolhi a pequenina nos meus braços e disse que tudo ficaria bem, que depois compraríamos outra boneca, mesmo sabendo que ela não queria. Uma menina de nove aninhos já sabe o que diz e é pra ela que eu preciso escolher um presente de Natal, porque o Beto não quis vir para o shopping comigo. Droga, e agora, o que eu vou dar pra ela?

Uau! Promoção compre-um-leve-dois naquela loja bacanérrima. Se eu levar um vestidinho pra molequinha, eu posso ganhar um presente pra mim. Nossa, mas esse shopping está um inferno. Também, por que eu escolhi vir aqui justo na véspera de Natal? Todo mundo teve a mesma idéia? Preciso comprar o presente da enteada, do Beto, da minha tia que teve neném, do pai e da mãe – lembrando que eu terei que passar na casa do pai às dez, da mãe às dez e meia, da tia às onze, da vó do Beto às onze e meia e torcer para que antes da meia-noite eu esteja longe de lá.

Shopping lotado, meu salto quebra. Sem tempo para pensar no que fazer, eu arranco a pontinha quebrada, guardo na bolsa para colar depois, entro na primeira loja que encontro e compro um par de sandálias de dedo bem lindonas cor-de-laranja. Tudo bem que estou de terninho verde, mas era a única do meu número. O importante agora é comprar os presentes. Mas por que mesmo o Beto não quis vir? Ele nunca quer vir a lugar nenhum comigo. Chato.

Comprei os presentes e ainda tenho tempo para fazer uma escova, as mãos, os pés e voltar lindona pra casa, a tempo de colocar um vestido para começar a maratona do Natal. Coisa boa essa vida, eu pareço uma maloqueira que enfiou o pé numa mexerica e meu cabelo oleoso já grudou na testa. Mas é hora de ir embora, ir embora, ir embora, até que… opa, é o Beto. É o Beto, eu sei que é o Beto, o que ele faz aqui? Ai, será que veio comprar meu presente? Que legal, que legal, o que será que eu vou ganhar? Mas, opa, quem é aquela mulher com ele? E eles… tão beijando na boca?

Legal. Gastei todo o meu décimo terceiro salário com presentes para um namorado que passeia com a amante no shopping bem na véspera de Natal. Deve ser uma vagabunda. Mentira, ela parecia uma princesa. Droga, uma mulher bonita ainda por cima, toda chique, vestida de marca dos pés à cabeça. E eu quebrei o salto, estou com roupa de trabalho, cabelo sujo, lotada de sacolas. Merda de vida. Justo hoje que eu estava tão aberta com espírito natalino para aceitar a filha dele. Justo hoje ele me apronta uma dessas. Vai ter que devolver cada centavo que eu gastei.

Vaguei pelo shopping. E agora, o que eu faço? Eu posso deixar os presentes na casa dele, com um recado ameaçador, do tipo “eu sei o que você fez com sua namorada, pague uma grana que eu calo a boca”, assim resgato o que gastei, ou posso chegar no meio da festinha de Natal e surtar, dizer um monte de coisas que sempre quis dizer à família dele, ou ainda…

- Ho ho ho

Era só o que me faltava. O Papai Noel.

- Ho ho ho, minha filha!
- Pô, Papai Noel, hoje não é um bom dia.
- Mas é Natal. Coloque um sorriso no rosto!
- Dá pro senhor ir pro outro lado? Pra lá? Mais pra lá? Vai, assim, tchau…
- Uma moça tão bonita assim mal humorada?
- Olha, eu tô bem humorada, se considerarmos o que aconteceu.
- Desabafa com o Papai Noel.
- Fumou maconha, Papai Noel?
- Abra seu coração.
- Já abri a carteira, que foi mais difícil. E um espaço na cabeça para os galhos. Posso até ser uma de suas renas, bom velhinho.
- Opa, menina, calma, calma… Quer um presentinho?
- Vai ser o primeiro que vou ganhar.
- Se conseguir adivinhar o que eu tenho na minha mão, leva um beijo nesse bocão.
- Papai Noel!!!
- Ahááá. Te peguei.

Não acredito que eu desabafei com ele. Quando o Murilo tirou a barba, eu já percebi que era ele. Ainda com gorrinho e cabelo branco, saco vermelho nas costas, barriga de mentira, óculos de metal, eu sabia que era ele. E o danado me enganou. Meu ex-namorado.

- Seu crápula.
- Que recepção nada calorosa, Jana.
- Você não é o Papai Noel!
- Claro que não. Ele não existe, não te contaram?
- Mas é que… eu te disse…
- Da galhada? Esquenta, não, se foi aquele mané do Betão, ele bem que não te merecia. Você precisa de algo bem melhor.
- Valeu.
- Tipo o Papai Noel – ele disse, com uma piscadinha.
- Tô indo.
- De quem são esses presentes?
- Eram. Não são mais. Só tem um vestidinho que ganhei na promoção porque comprei outro, mas o resto não tem dono.
- Tenho uma idéia. Você topa?
- Primeiro conta pra ver se eu topo, né.

E então naquele Natal eu não fiz nada do que havia programado. Não estive na casa do pai às dez, da mãe às dez e meia, da tia às onze, da vó do Beto às onze e meia e nem tive que torcer para sair cedo de lá. Não fiz escova, mão, pé, nem tomei banho. Saí do shopping direto para uma festa de crianças em um orfanato, que ganharam alguns presentes lindos e novinhos. Depois ainda fomos a um asilo, onde ficaram os outros presentes. Murilo tinha muito mais no carro, a minha contribuição foi bem pequena. Mas eu senti a alegria de estar ao lado dele e ver cada sorriso que recebia. Eu fui a assistente do Papai Noel mais bacana que eu já conheci, que ganhava no shopping, e gastava em presente para quem precisava.

- Obrigada, duende. Você é ótima ajudante.
- Também, com um Papai Noel como você…

Silêncio.

- Murilo, dá pra tirar a barba antes de me beijar?
- Opa, esqueci!

E eu me senti linda, amada, querida, tão feliz que nunca pensei que Natal pudesse ser tão legal. E continua sendo, todos os anos.

Feliz Natal!
Alegrias,
Fernanda.

Resultado do concurso!

terça-feira, dezembro 22nd, 2009

O Concurso de Natal aqui do blog foi um sucesso! Foram 533 comentários, sendo que não aprovei nenhum comentário feito após o término do concurso (teve gente que tentou, acreditem, e até HOJE, então acho que não leram nada). Eu vi de tudo: leitores e leitoras que me leem há bastante tempo; gente nova e que sempre deixa recados; gente que não sabia quem eu era, mas deixou recado simpático e eu adorei; pessoas que possuem blogs somente para participar de concursos (as pessoas não escrevem nada, só postam concursos) e por aí vai. Não tenho blog de concursos, para fazer concursos ou só atender quem quer concursos. Claro que eu sou honesta e justa e todos participaram, mas não era essa a intenção.

Queria incentivar os leitores que pouco comentam a me escrever mais e conhecer novas leitoras. Algumas vieram com o concurso e ficaram. Adorei, meninas! Gente bacana, muito bacana mesmo. Algumas queridas têm comentado, eu fico muito contente e, como podem perceber, respondo com carinho a todos os comentários (inclusive por e-mail). Leitor pra mim é ouro, viu. E só por essas pessoas que continuam vindo aqui já valeu a pena, mesmo tendo visto um monte de coisa estranha. Pronto, desabafei :-)

O resultado do concurso… TCHARAM…

Entre 533 comentários, o número sorteado pelo site Random.org, que escolhe um número aleatório, foi o 5.

random_5

E esse número corresponde ao comentário de…

comentario_vencedor

Nanda Galvão!

Que foi sorteada porque estava na comunidade do Orkut e teve direito a mais um comentário para participar do sorteio. E que também é seguidora pública do blog e seguiu as regras. Fiquei muito feliz que a Nanda tenha sido sorteada, porque ela já é leitora do blog há algum tempo. Gostei muito!

Eu queria poder presentear todos vocês (também havia homem no concurso!), mas em breve farei um novo concurso por aqui, acho que no próximo mês. Se você quiser saber das novidades do blog, pode assinar a Newsletter (Boletim de Notícias). Para isso, siga os passos a seguir.

Se você já é seguidor do blog, vá no painel do Google Friend Connect (onde aparecem todas as carinhas dos leitores do blog) e clique em “Opções” e depois “Configurações do site”. Na lateral esquerda dessa nova página que vai abrir, escolha “Mensagens” e lá vai haver a opção “Receba boletins informativos e comunicados de Cantinho da Fernanda França”. Marque essa opção e você receberá as novidades de novos concursos e outras coisitas mais.

Obrigada a todos que participaram!!!

Alegrias,
Fernanda.

A anfitriã

segunda-feira, dezembro 21st, 2009

Como anfitriã, preparei risotto di funghi e lasanha de berinjela, o mesmo cardápio do último casal que almoçou conosco, há muuuuito tempo (eu sou tão legal e o povo não vem porque é longe, brllll). Bão, e ganhei essas flores lindas.

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A visitante-mirim deu comida para os peixes, que são como cachorrinhos que comem na nossa mão, de tão mansos. E lindos, não são?

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Bom demais um final de semana assim.

Alegrias,

Fernanda.

Bom Dia, mamãe! Bom Dia, pessoal!

sábado, dezembro 19th, 2009

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Mamãe humana está hoje muito atarefada pois vai receber em casa um casal de amigos muito especial. Aí está preparando comidinhas e docinhos, mas eu continuo comendo minha ração (se bem que fico de olho nas comidas humanas, mas não peço e nem ataco porque fui bem educadinho). A minha companheira loira tem um bocado de coisas para fazer, mas disse que em breve vai trazer umas receitas legais pra vocês para a ceia de Natal e logo logo vai divulgar o resultado do concurso. Bom, é isso, pessoal. Gostei de estar aqui de novo.

Lambidas,

Teddy.

O futuro bem lá na frente

sexta-feira, dezembro 18th, 2009

Hoje fui fazer uma matéria no Centro de Convivência para a Terceira Idade Joaquina Maria de Arruda. Um lugar lindo, como uma chácara, com árvores, lago, refeitório, espaço para fisioterapia, quartos e muito mais. A Prefeitura Municipal mantém um projeto chamado Centro Dia, em que alguns idosos (além daqueles que moram lá) vão passar o dia. Ganham transporte, alimentação e participam de atividades. Na hora de entrevistar, eu logo percebo o clima do lugar. As pessoas não conseguem esconder. E as idosas com quem falei estavam tão felizes que me contagiaram! Todos os Municípios deveriam ter um espaço assim. Mas não é a verdade.

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Estar lá com eles me fez cair uma ficha tão grande. Todos na mesma faixa etária, cabelinhos brancos, e cada um do jeito que deve ter sido a vida toda. Eu sempre imaginei que a idade não nos faz chatos ou bacanas, apenas potencializa o que somos. E com o passar do tempo, não é difícil imaginar que seguimos o ciclo inverso e voltamos, cada vez mais, a ser crianças.

Não sei por que as pessoas têm preconceito com idosos. Falam “ah, aquele velho” ou “a velhota passou na frente da fila”, essas coisas horrorosas. Ser idoso não é um pecado, mas no mundo moderno parece que é. As pessoas não podem envelhecer, colocam cada vez mais botox, esticam tudo e ficar velho é… psiiiiuuuu fala baixo… é uma contravenção! “Credo, eu? Eu não, sou jovem”. É jovem, mas não para sempre. Nenhum de nós será para sempre.

_18122009_idosos01As pessoas tendem a ter empatia por crianças, mas deprezo pelos idosos. E para onde vamos, afinal? Se tivermos SORTE, é para lá que vamos. Porque só não fica velho quem morre antes, meus caros. Envelhecer deveria ser encarado com mais naturalidade. As mudanças no corpo devem acontecer, mas por que os mais jovens se acham melhores se não têm a experiência dos mais velhos?

Eu adoro falar com idosos, sou um chamariz. Os do prédio, quando me veem, já sabem que podem conversar porque eu sempre puxo papo. Na rua, de tanto eu dar Bom Dia, há vezes que eles mesmos me cumprimentam quando eu não os vejo. Eu gosto, principalmente, de ouvir histórias. De saber de onde vieram, quantos filhos tiveram, por que estão onde estão, o que fazem. Eu ADORO ouvir histórias de idosos. Eles têm tanto para nos ensinar, sabem?

IS098RD0KE todos chegaremos lá. Eu, você, a pessoa ao lado. O que eu imagino é que devemos dar atenção às necessidades da terceira idade, porque cada vez mais se vive mais, e é bom viver com saúde, na atividade. Eu me imagino bem velhinha (minha bisavó se foi quando tinha 99 anos, eu vou seguir a linha da família), lúcida (mas sem memória, óbeveeeo) e escrevendo livros. Que eu espero que até lá sejam lidos por muita gente. E vocês, como imaginam o futuro bem lá na frente?

Alegrias,

Fernanda.

Fotos GettyImages

Iluminação de Natal

quinta-feira, dezembro 17th, 2009

Pela primeira vez, em cinco anos aqui em Mogi Guaçu, eu vejo a cidade tão bonita. A iluminação na ponte ficou uma graça, o presépio também. E onde vocês moram também está enfeitado? Eu adoro Natal, já disse? Adoro!

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Fotos: Assessoria de Imprensa da Prefeitura

E mesmo se o seu Natal não é exatamente aquilo o que espera, se a comemoração é pequena ou grande, se faltam pessoas queridas na ceia, lembre-se de que aqueles que amamos nunca nos deixam porque moram em nossos corações. Lembre-se das pessoas bacanas que estão à sua volta e de tudo de bom que pode agradecer.

Alegrias,

Fernanda.

Caderno de perguntas virtual

quinta-feira, dezembro 17th, 2009

Esse site é tipo caderno de perguntas (lembram, moçada?). Todo mundo tem agora, mas taqui o meu: http://www.formspring.me/fernandafranca. O bom é que os caras-de-pau podem perguntar anônimos. Quem quiser, pode deixar o nome. Mas tô me sentindo com 12 anos, isso tô.

Quem é que nunca respondeu um caderno de perguntas? Se quiser perguntar, vai lá.

Alegrias,

Fernanda.

Ser diferente é normal

quarta-feira, dezembro 16th, 2009

Você já parou para pensar que todos nós somos diferentes? Que eu e você não somos iguais, que seus filhos, pais e amigos não são iguais e que sermos únicos é o que nos torna especiais? Ninguém é igual no mundo. E está na hora de acabarmos com o preconceito. Acabarmos com qualquer preconceito. Já pensou nisso?

Esta é uma campanha do Instituto MetaSocial veiculada em 2004 e criada pela agência GiovanniFCB, mas que está sendo veiculada novamente na TV aberta. Eu adorei.

E esta é a mensagem de fim de ano da EPTV de 2009/2010, a afiliada da Rede Globo na região de Campinas. Também adorei.

E aí, parou para pensar nesse assunto? Pense.

Alegrias,

Fernanda.

Como assim, cadê meu brinquedo?

terça-feira, dezembro 15th, 2009

Ahhhhh a Bauducco resolveu simplesmente deixar de dar o brinquedinho de Papai Noel no Chocotone, é isso?

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E agora, que desculpa eu vou dar para comer tanto se não posso aumentar minha coleção?

Alegrias,

Fernanda.

No fim de semana teve…

terça-feira, dezembro 15th, 2009

Fê contadora de histórias na Livraria Nobel :-)

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Criançada atenta e fofa, mães e pais que participaram, atividade de fazer cartão de Natal no final, e eu lá ajudando os pequenos a colar, a desenhar, a escrever… Teve até vídeo cassetada, com eu tentando desentupir o tubo de cola e a cola voando pelos ares e caindo na minha roupa todinha! :-) E no fim ainda teve um menino educadíssimo que disse “Obrigada por contar histórias pra gente”, uma menina linda que me deu um dos cartões que fez na hora e as crianças dando abraço e beijo de Feliz Natal. Bom demais, né?

Alegrias,

Fernanda.