Posts Tagged ‘Memórias’

Votem em mim? ;-)

segunda-feira, dezembro 17th, 2012

“Malas, Memórias e Marshmallows” foi indicado na categoria “chick lit nacional” dos Destaques Literários 2012. Vamos votar para ganhar? É rapidinho… Aqui!
Beijo sabor brigadeiro para quem votar em MMM! :-)
Alegrias,
Fernanda.

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Saudade

segunda-feira, novembro 16th, 2009

Este é mais um post republicado, mas eu gosto tanto de lembrar do meu avô… Espero que gostem dessa recordação.

Eu nunca deixei de pensar no meu avô, nunca. Este ano completamos 10 anos sem ele conosco, porque se foi cedo, quando eu tinha 19 anos e ele ainda teria muita vida pela frente. Queria que pudesse ver como sou feliz, que tivesse ido ao meu casamento, que lesse meus livros. Mas, no fundo, eu acho que ele faz tudo isso sem que eu veja.

abr09_vovowalter03peqMaio de 1985 – Meu irmão, vô Walter e eu.

O vô Walter era o marido da vóva Lourdes, de quem sempre falo aqui. Pais da minha mãe, moravam ao lado da nossa casa, mesmo quintal, bairro italiano e família de origem portuguesa. Era um tanto chato quanto adorável. Quando eu era adolescente, chegava na ponta dos pés das baladas, de madrugada, mas sabia que ao passar pelo quintal ele abriria a janela de seu quarto e diria “isso são horas de chegar?”. Era preocupação e um amor do tamanho do mundo.

Meu avô não gostava de festas, de fotos, de badalações, de eventos. Mas me chamava de filha, soube anos mais tarde que carregava uma foto minha na carteira e não podia me ver doente que começava suas orações poderosas. Era um homem de muita fé, uma fé inabalável. Dava-me comprimidinhos para dor e pedia que eu deitasse em sua cama, onde o cachorro Stopa sempre dormia como seu fiel companheiro.

abr09_vovowalter01peqVovô Walter e Vovó Lourdes, em mil novecentos e bolinha.

O vô tinha um gênio que poderia ser difícil para alguns, mas era um homem bom, muito bom, de coração grande, de preocupação extrema, de carinho que transbordava. Andava pela casa com um sanduíche na mão e deixava migalhas por todos os cantos, como uma criança. Trocava o nome do gato, mas gostava muito de animais. Falava “ô ô ô” no início das frases e tinha os olhos azuis mais bonitos que eu já vi.

Esta semana eu pensei muito nele e sonhei com sua perfeita imagem sorrindo para mim e dizendo que me ama. Como se tivesse me feito uma visita.

Como uma homenagem ainda uso seu nome como meu nome. Tenho um bonito sobrenome da família de meu pai, mas passei a assinar o França e hoje gostaria que meu avô visse que o carrego em todos os trabalhos. É uma homenagem à família, de certa forma. Uma homenagem ao amor que não tem erro, que é puro e sincero. Amor de avô, sabe? Eu não o tenho mais comigo aqui, mas o seu amor ainda vive.

abr09_vovowalter02peqJulho de 1981 – Eu, com 1 ano e 10 meses, no colo do meu avô. Da esquerda para a direita: Vó Lourdes (de óculos), tia Lene, Tio Carlos (em pé), primo Luciano (escondido) com prima Carol no colo, Tia Tereza com meu irmão Flávio no colo (ele com dois meses), eu e o vô e meu pai Osvaldo. Mamãe devia ser a fotógrafa.

Família é TUDO.

Alegrias,
Fernanda.

Carta do irmão

terça-feira, janeiro 6th, 2009

Ele devia ter uns 11, 12 anos, por aí. E minha mãe achou essa carta perdida entre outros papéis. Eu e meu irmão trocávamos cartas (a maior parte delas com gozações), mas essa aí é tão bonitinha… acho que eu devia estar triste, sei lá, e ele escreveu (meio sem jeito, já que nunca gostou de escrever) para tentar me animar. A gente brigava, se batia, depois ficava amigo de novo. Hoje somos o oposto um do outro: eu falo demais, ele fala de menos; eu sou extrovertida e ele é introvertido; eu não tenho memória pra nada, ele lembra de muita coisa; eu sou péssima com números, ele é ótimo (além de ser muito mais inteligente do que eu); eu amo escrever, ele escreve duas linhas e tá bom, mas ambos temos um grande senso de humor para qualquer situação e nos amamos muito. Eu o vi chorar, mais do que em qualquer outro momento na vida, quando eu fiquei doente. E vi naqueles olhinhos de rosto sardento uma preocupação genuína, um carinho imenso e transbordante. E quando peço a Deus pelas pessoas que eu amo, lá está ele, no topo da minha lista. Porque fico feliz em ver aquele sorriso maroto, acho graça quando ele vira o rosto quando vou dar beijinho, me acabo de rir com as melhores tiradas, que só ele tem. É meu irmão. E eu o amo.

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Alegrias,
Fernanda.