Archive for the ‘Reflexões’ Category

E se encolhessem a sua casa?

terça-feira, fevereiro 8th, 2011

Este vídeo não deve ser novo (já há algum tempo eu o vejo nos intervalos de algumas emissoras por assinatura), mas sempre penso que gostaria de compartilhar com vocês. A verdade é que não pensamos em nada disso, no cotidiano. Quer dizer, a maioria das pessoas não pensa em nada disso. Eu não sei exatamente o motivo, mas me incomodo muito com o destino que damos ao planeta.

Vejo pessoas desperdiçando água todos os dias (como lavando a calçada com mangueira!!!) e fico indignada. Sou daquelas que fecham a torneira para escovar os dentes, mas não fico falando por aí que você deve fazer o mesmo se, por acaso, te vir escovando os dentes. Não sei nem como abordar os outros e como me sinto à vontade no blog, é aqui que eu venho desabafar.

Pequenas atitudes fazem a diferença. Se você começar a mudar hoje, pode ser que o amanhã de todos seja muito melhor.

É como diz o vídeo: “Aquecimento global: quando você sentir, já é tarde demais”.

Se quiser ler mais sobre o assunto, escrevi uma coluna sobre isso aqui.

Alegrias,

Fernanda.

Maus tratos a animais

quinta-feira, dezembro 9th, 2010

Ontem assisti a dois programas sobre maus tratos a animais no Animal Planet. E eu fico toda chorosa quando vejo algumas cenas e imagino o sofrimento dos bichos. O melhor desses programas, no entanto, é saber que as histórias contadas têm finais felizes. Os animais são resgatados, cuidados e ganham uma nova casa. Mas essa não é a realidade para todos.

Algumas histórias me chamaram mais a atenção. Em uma delas, o cãozinho começou a ficar doente e os donos resolveram colocá-lo para fora. Os vizinhos viram e acionaram a Sociedade Protetora dos Animais (o programa se passa nos Estados Unidos). O animalzinho ficava na porta de casa (a casa dele, afinal!) com a carinha mais triste do mundo. Como ele iria entender o motivo de estar lá fora? Por que ele não podia entrar se aquela era sua casa e ali estava sua família? Os bichos são leais, diferente de muitos humanos. Ele foi resgatado e tratado, porque a sarna estava tão avançada que foram meses de tratamento até ele conseguir uma nova família.

Outro cão foi amarrado inteirinho e jogado no LIXO. Era um pit bull muito dócil e tão lindo! Como as pessoas podem jogar um animal no lixo? Eu fiquei revoltada! Ele também foi resgatado e aguardava adoção em um lar temporário com voluntários. Havia ainda histórias de outros cães, gatos e até uma égua linda que foi deixada durante muito tempo sem comida nem água. Coitadinha! Estava só pele e osso. Ela também foi tratada e foi morar em um lugar com muito pasto.

Uma realidade próxima são as histórias de Teddy e Polly, dois dos meus três gatos. Polly é a mais velha, vai fazer seis anos em janeiro e foi resgatada das ruas quando estava quase morta de fome (literalmente). Ela era pele e osso mesmo, todas as costelas aparecendo. A gata de meio quilo bebeu meio litro de leite, até providenciarmos comida para gato, já que não tínhamos nada em casa. Já Teddy nós resgatamos de um lugar que é basicamente um “lixão” de gatos. Ele estava sujo, com pulgas, o rabo quebrado (ficou colado assim e acho que é um charme nele hoje em dia), era muuuito pequeno (400 gramas) e estava muito doente. Foi para o veterinário (que disse que mais dois dias na rua e ele teria morrido), tomou antibióticos, foi tratado e hoje é meu grande companheiro. Nikky já teve mais sorte.

Eu sempre me pergunto o que leva uma pessoa a fazer uma maldade a um animal, mas nunca encontrei uma resposta. Talvez não exista. Eu não consigo acreditar em uma pessoa se ela maltrata os animais. Não consigo.

Todas as pessoas deviam pensar em adotar pelo menos um animalzinho. O amor que eles nos dão é incrivelmente maior do que qualquer coisa que você fará por eles. A casa se enche de alegria com um cãozinho ou um gatinho. E quando pegar um animal, pense que sua responsabilidade será por, pelo menos, uns 15 anos. O seu animal pode viver muito mais e você será responsável por ele por toda a vida. Mas vai valer cada segundo!

E independente dos motivos (para mim, não existem motivos!!!), eu nunca vou conseguir entender por que algumas pessoas maltratam os animais.

Alegrias,

Fernanda.

Confiança e respeito – filosofia da madrugada.

quarta-feira, novembro 3rd, 2010

Twitter é um espaço interessante, porque além de proporcionar o encontro de amigos e leitores, é praticamente um chat com várias pessoas. Há dias em que me perguntam de tudo e eu adoro responder (tá aí uma coisa que eu amo fazer: eu respondo todo mundo, em todos os lugares, sempre – seja por e-mail, no meu blog, Twitter ou Skoob - posso demorar, mas respondo) :-)

E hoje o papo era sobre “o que não pode ser reconstruído”. Eu logo devolvi a pergunta aos meus colegas no Twitter. “Qual é a única coisa (sentimento) que não se reconstrói em um relacionamento (amor, amizade, trabalho) para vcs?” (abreviado porque tem que caber tudo em 140 caracteres, é meu martírio, hahaha). E não foi surpresa receber as respostas. TODOS responderam “Confiança”.

Então eu respondi: “Amigos responderam “confiança” e eu acrescento: respeito. Qdo ele acaba, não há relação que continua. Perder respeito e confiança é o fim, é a história do vaso quebrado”. “A confiança é o maior bem que alguém pode te dar. Qdo se confia um segredo ou uma amizade, é algo precioso. E muitas pessoas não dão valor.” Finalizei com “Eu guardo segredo até o fim (não conto mesmo), porque, afinal, né, é segredo. Eu confiaria 100% em mim se não fosse eu, haha.”

A verdade é que eu sempre penso nisso, em como deveríamos valorizar todos os dias as relações verdadeiras que temos. Confiança é algo que não se reconquista (para algumas pessoas, sim, é possível reconquistar, mas como sou chata, eu não admito perdê-la e tentar achá-la, não. Para mim, confiança é como virgindade: só se perde uma vez e nenhuma cirurgia reverte isso, baby).

E penso que o mesmo acontece com o respeito. Uma relação de amizade, amor, trabalho ou qualquer relacionamento tem como base o respeito. Já pensaram sobre isso? Amor você conquista, amizade você ganha aos poucos, mas respeito é a base de TUDO. Tem de existir desde o início e se acaba, todo o resto não continua da mesma forma.

E para vocês, o que é imprescindível em uma relação verdadeira?

Alegrias,

Fernanda.

Nada de bom a dizer? Não diga.

quinta-feira, julho 8th, 2010

Eu sou a favor da sinceridade, sim. Detesto mentira e gente falsa. Mas existe algo de que as pessoas parecem se esquecer hoje em dia: educação. Para tudo há jeitos e jeitos de se falar. E a máxima tão famosa acaba não sendo aplicada: se não tem nada de bom a dizer, não diga.

A questão é que precisamos aprender a nos colocar no lugar do outro (eu também preciso aprender essa lição todos os dias, todos precisamos). Se eu disser tal coisa, vou magoar a pessoa? Vai ajudá-la? Mas eu quero dizer algo, como então posso fazer de maneira instrutiva e não depreciativa? Por que muitas pessoas parecem ter gosto por colocar os outros para baixo? Será que ganham algo com isso?

É aquela história típica: se você comenta com alguém que conhece fulano que está com determinado problema, o que escuta geralmente? “Ah, o vizinho do tio-avô do meu cunhado teve isso e morreu uma semana depois” ou “Nossa, é grave, não tem mais jeito, não”, mesmo que o problema seja uma unha encravada. Em vez de dizer “Força, vai dar tudo certo, estou aqui para te apoiar”, as pessoas jogam mais lama ainda no que precisa de um banho.

Eu nunca me dei muito bem com pessoas autoritárias e grosseiras, porque não consigo fazer com gosto o que me pedem com estupidez. Com educação, eu faço tudo. Para mim, a pior das verdades pode ser dita com jeito que magoe menos. E não se trata de falsidade, mas sim de empatia, educação e respeito pelo o que a outra pessoa é, faz e pensa. Podemos ser gentis na adversidade. Podemos discordar com polidez. Até porque a música de que você gosta pode não ser a minha preferida; a minha comida predileta nem sempre é o que você chamaria de boa e gostos literários também são bem diversos – uma obra que você critica pode ser a preferida de outro alguém.

Agora, se uma pessoa não sabe ser assim e não tem nada de bom a dizer, não diga. É sempre a melhor alternativa.

Alegrias,

Fernanda.

PS: Leitores queridos, alguém não consegue comentar aqui no blog ou está tendo problemas? Minha amiga Lu teve problemas ao comentar e me disse, então quero saber se é geral. Se ocorrer um problema na hora de comentar, por favor, me avise por aqui. Obrigada ;-)

Rótulos de gente

terça-feira, julho 6th, 2010

Minha grande amiga Lu escreveu sobre rótulos em seu blog e parei para pensar em questões que sempre me afligiram, mas parecem me afetar cada vez menos. E o que parecia tão importante antes, ter rótulos ou colocá-los, não tem o mesmo peso. Acho que porque percebi que somos seres humanos mutáveis e estamos sempre aprendendo, crescendo e, por que não?, mudando de opinião.

Rótulo de melhor amigo é o que a Lu comenta primeiro. Nunca consegui dizer quem é meu melhor amigo, minha melhor amiga, ou ser a melhor amiga de alguma amiga (e se fui ou sou, nunca soube). Eu tenho muitos amigos, graças a Deus, e cada um tem sua importância em minha vida. Há os colegas, os amigos mesmo e os grandes, grandes amigos, os quase-irmãos. E cada um é importante e faz parte da minha vida de forma que, hoje em dia eu vejo – já com a visão de adolescente deixada bem lá atrás – para quê somente um melhor amigo?

Definir minha alimentação é bem difícil também. Há quase três anos eu dizia “eu como de tudo!” e comia mesmo. Continuo sendo uma ótima visita para refeições (pode me convidar!), não tenho frescuras e gosto de tudo. Mas hoje não como mais alguns tipos de carne (e não critico quem come, a escolha é de cada um). Não, não sou vegetariana porque eu como peixe e frango. Não como “carne vermelha”, como dizem por aí – o que inclui vaca, porco ou qualquer amigo mamífero. É verdade que mesmo peixe ou frango eu como pouco e cada vez menos, mas então não sou nada, absolutamente nada. Não há um “rótulo” que me defina. Não sou alérgica, não é por religião e nem por chatice. É por amor aos animais. Mas não sou completa e seria errada por isso? Eu faço a minha parte da maneira que acredito conseguir HOJE e pode ser que amanhã eu mude. Pode ser.

Gostos em geral nunca me definiram de maneira simples. Com música é assim, porque gosto de tudo (rock, pop, baladinha, menos rebolation, mas se tocar e for de brincadeira, eu canto porque não sou radical, ah, e adoro “música brega”). Com livros é mais ou menos igual: leio desde romances até terror. Adoro policial, suspense, chick lit (que aprendi a gostar somente após descobrir que eu escrevo esse gênero, pode?). Com filme é igual, assisto a animações (amo!), romances, dramas, comédias, suspenses e terror. Gosto de tanta coisa e tão diferentes coisas que uma vez minha amiga Damaris resumiu bem como sou “Eu quero tudo, muito e agora”. Então, não dá para me definir em uma palavra.

Minha fé, por exemplo, é algo tão peculiar que não posso resumir em um parágrafo de post. Na verdade, nem gosto de explicar muito minha fé e relação com a religião, porque acredito que não importa exatamente no que acredito, mas em como posso viver isso. Tenho fé em Deus, já passei por uma situação que divide a minha vida em antes e depois daquele acontecimento. Acredito no bem. Respeito todas as religiões e, para mim, um ateu que vive a caridade é muito mais cristão do que um religioso que bate na família quando chega em casa. Rótulos, então, mais uma vez, não fazem a menor diferença aqui. (E eu tenho religião, apenas não me expresso sobre ela porque a base da minha crença é Deus e não os homens).

No meu trabalho, fica difícil me definir. Hoje em dia, por exemplo, no diploma eu sou jornalista, na carteira de trabalho eu sou desempregada, para a sociedade eu sou dona de casa e na real mesmo eu sou escritora. E é assim, com esse trabalho que eu amo que eu vivo, sem registro em carteira, diploma, salário fixo ou qualquer explicação que eu possa dar às pessoas que acham, pensam e julgam que eu não faço nada, sendo que poucas vezes trabalhei com tanto afinco e amor como hoje em dia. Mais uma vez, rótulos? Se for para ter um, que seja “mulher que ama escrever, que não vivre sem escrever”.

Nem um animal preferido eu tenho. Eu adoro os gatos, é verdade, mas e os elefantes também, e os cães,  e os porquinhos, e cabras, e ovelhas, e aves e… eu teria um santuário ecológico se pudesse. E sobre as cores? Em cada época eu diria uma. Na infância, era o amarelo; na adolescência, o vermelho era preferido. Hoje sou mais o rosa, lilás e roxo. Pode ser que amanhã eu seja qualquer outra cor. Desconfio que não escolha o preto na vida, mas todas as demais. E o preto, quem sabe, se estiver com brilhos, afinal, eu adoro um brilho (diferentemente da Blanda, que detesta, rsrsrs!) ;-)

Rótulos. Para que servem, mesmo? Somos muito complexos para caber em poucas palavras. O que você acha?

Alegrias,

Fernanda.

Patriotra só na Copa não, né?

sábado, julho 3rd, 2010

Eu não tirei a minha bandeira do Brasil da janela e não pretendo tirar. Já vi muitas pessoas que tiraram, que praticamente parecem ter esquecido que nasceram no Brasil. E é uma pena, perdemos a Copa, eu fiquei triste pra caramba, mas ainda somos brasileiros. Patriotismo deveria valer todo dia, não somente de quatro em quatro anos.

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Uma das coisas que aprendi quando morei nos Estados Unidos foi a lição de patriotismo. As pessoas mantinham suas bandeiras nas frentes das casas e tinham orgulho do país. Eu sempre disse que tenho orgulho de ser brasileira. Vez ou outra, alguém vem com um “mas com esses políticos corruptos, não posso ter orgulho”. E quem disse que eu tenho orgulho desses safados? Eu tenho vergonha deles. Orgulho tenho do meu país de gente trabalhadora, do povo que vibra, que sorri diante de adversidades, que não desiste. Orgulho dessa terra bonita, com cidades lindas, diversidade cultural.

Minha língua preferida é a língua portuguesa e no meu trabalho eu lido diariamente com ela. Eu gosto de ser brasileira. Eu gosto do Brasil. Problemas temos, eu sei, sou jornalista, eu via desgraça todo dia, a propósito. Mas todo país tem. Em todo lugar há gente que não presta e gente bacana. Não dá para só prestar atenção ao que não presta. Nosso Brasil é lindo e não é só no futebol, não. Taí o que precisamos aprender: a continuar amando o futebol, mas começar a valorizar tudo o mais que temos.

Por isso eu não tirei minha bandeira. E nem pretendo.

Em tempo: com a queda da Argentina (ueba, sem comentários) e já que Itália e Portugal não estão mais, infelizmente (porque torço para eles também), agora minha torcida é só do Uruguai. Povo bacana, educado, simpático, gentil. E que merece levar essa Copa pra casa. Se a Holanda vencer, também fico feliz. E você, pra quem torce? E já pensou em manter sua bandeira do Brasil pendurada (em vez de guardada) no resto do ano?

Alegrias!

Fernanda.

Memória gastronômica

quinta-feira, junho 24th, 2010

Memória é algo que não me pertence, mas descobri que posso ter um tipo diferente de memória (não é visual, olfativa, nada disso). É a memória gastronômica.

Conversando com uma amiga, ela me perguntou sobre algumas coisas que aconteceram há 10 anos (quando a gente se conheceu) e eu não lembrava. Fui puxando pela memória… “Ah, naquele dia que saí para jantar em X restaurante (eu lembrava qual e o que comi) e depois comi X de sobremesa (sim, também lembrava)”. E ela: “Viu, você lembrou TUDO”. Hahaha… Para completar, eu ainda brinquei “Você é minha amiga com quem eu ia comer o bolo de chocolate nos almoços do trabalho”. Somente referências gastronômicas.

Eu tenho uma memória péssima mesmo, não é brincadeira. Tudo referente a números é uma tristeza (datas, aniversários, comemorações, telefones, senhas, qualquer coisa é um horror) e também me esqueço de fatos, detalhes que os amigos me contam, nomes de pessoas que conheço pouco. Eu me lembro da pessoa e fico pensando “como ela se chama?”, torcendo para que a própria pessoa me tire da saia-justa e diga “oi, sou a fulana, lembra de mim?” (já sabe como se aproximar de mim, hehe).

Final de filme é um horror, não lembro. Ou melhor, às vezes não lembro o filme inteiro, assisto como se fosse a primeira vez – nome do filme que deve ter sido dedicado a mim. Mas eu me lembro de comidas, de aromas de pratos, do preparo de receitas, do sabor de determinadas comidas que eu só comi uma única vez. Eu me recordo do gosto do primeiro arroz que eu fiz (horrível, empapado e salgado), do bolo de chocolate fofinho que eu fazia quando adolescente e cuja receita repeti há poucos dias depois de anos, do sabor do pastel de Belém de Portugal, do Chaja do Uruguai, do Tiramisù da Itália, do pastel que minha mãe fazia quando eu era criança e do pirulito que meu pai trazia para mim.

Eu encaro como gesto de carinho quando alguém cozinha pra mim, quando eu posso colocar o dedo na massa do bolo e confesso que às vezes deixo um pouquinho de massa pra comer depois, sem assar. Eu lembro do gosto de alguns queijos e do sabor de alguns vinhos, da polenta da minha avó e do bolinho de mandioquinha que ela faz melhor do que qualquer pessoa. Quando me oferecem um pedaço de doce, com carinho e não por obrigação, eu digo que é uma demonstração de amizade e amor.

Minhas referências gastronômicas não são de gula somente – e não digo que elas nunca existiram, porque seria mentira -, mas também são de cuidado e felicidade.

Comer, para mim, é mais do que simplesmente se alimentar. É conhecer culturas, pessoas, famílias, gostos. É agradar, acariciar, levantar o astral, compartilhar ao redor de uma mesa com a família e os amigos.

Eu vejo poesia nas receitas. E descobri que, por causa delas, eu não sou uma pessoa tão sem memória assim.

Alegrias,

Fernanda.

Mudanças lentas

segunda-feira, junho 7th, 2010

Não é que eu não tenha novidades ou não queira escrever, mas acredito que toda mudança pede um tempo. É um pedido calado, curioso e de resguardo. Ela pede que você aceite devagar, que compreenda o que mudou, o que ficou para trás e o que está em sua frente. Quando mudamos, até a hora de acordar não é a mesma, inclusive se a hora for a mesma. É diferente o propósito de acordar, de seguir e de dormir. Direcionamos o foco para outro fim, as forças para outro objetivo. Muito do que era importante perde o sentido e pequenos detalhes que não víamos passam a ser importantes. Ganhar metas e planejar é bom e fascinante. Recomeçar não é fácil, mas tem um sabor doce para quem não tem medo de lutar, trabalhar e vencer. Saboreio a calma de dias diferentes e a felicidade de ter fé. Logo mais eu volto.

Alegrias,

Fernanda.

Pequenas grandes coisas da vida

quarta-feira, junho 2nd, 2010

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Eu ganhei essas lindas flores quando fiz a palestra na feira do livro da Fatec de Mogi Mirim (fotos aqui). Quando cheguei em casa, notei que era a primeira vez na vida que eu via uma flor siamesa. E depois de perceber que ela era diferente, eu coloquei a mão, tirei fotos… Era tão linda, mas tão linda, que nada parecia igual. São nos pequenos detalhes que Deus nos mostra que mesmo o que parece errado não é. Afinal… não é o inusitado mais lindo que vocês já viram?

Alegrias,

Fernanda.

Uma nova jornada

segunda-feira, maio 31st, 2010

Sempre abençoei mudanças. Creio que são movimentos de Deus nas nossas vidas. Porém, mesmo com fé, começar uma nova etapa não é fácil. Exige disciplina, bom humor e a crença de que tudo vai dar certo mais uma vez. E é assim que eu me sinto hoje. É a junção da estranheza e da tristeza à esperança.

Hoje é o meu primeiro dia oficialmente como escritora. Não vou dizer “só” como escritora, porque minha amiga Tammy me corrigiu. “Só escritora? Não é muito já?”, brincou. É, é sim. Só quem escreveu um livro sabe como funciona. Mas não posso deixar de mencionar que desde que escolhi ser escritora também, nunca abandonei o jornalismo, minha formação inicial. Desde 2006, quando comecei a escrever Nove Minutos com Blanda em casa, nos finais de semana, à noite e de madrugada, quando podia, eu mantinha dupla jornada, no mínimo. E como disse a amiga Patrícia Barboza, é uma nova adaptação reduzir uma das jornadas.

A partir de hoje, eu continuo a minha caminhada exclusivamente como escritora.

Foram cinco anos na Gazeta Guaçuana. Exatamente cinco anos. Eu me lembro daquele 29 de junho de 2005, quando comecei a trabalhar no jornal. E cinco anos depois minhas últimas matérias foram publicadas, neste sábado. Foi um tempo bom, em que conheci pessoas bacanas, profissionais maravilhosos e amigos. Eu fiz amigos.

Nesse momento, e publicamente, eu quero agradecer pela amizade da Maria Lúcia, que é a pessoa mais gentil que qualquer um já conheceu no contato com o público e que esteve comigo em momentos que nunca mais esquecerei. E dizer muito obrigada, mil vezes, à jornalista Cláudia Marquezi, que é uma das pessoas mais incríveis com quem já trabalhei em todos esses anos de jornalismo. Companheira, competente e daquelas com quem podemos fazer um trabalho real de parceria. Além de ser uma amiga linda. Regina, o meu beijo e o meu obrigada por me acolher quando cheguei ao jornal. E durante esses anos, muitos saíram antes de mim, mas meu agradecimento se estende a eles também. Aos leitores, o meu agradecimento imenso. Espero que continuem acompanhando meu trabalho aqui no blog.

Para quem quiser ler algumas matérias selecionadas que eu escrevi para a Gazeta nesse período em que estive lá, o caminho é esse aqui.

Eu nunca vou deixar de ser jornalista. Já são 12 anos trabalhando na área (e 10 como formada)  porque eu gosto de ser jornalista. Eu tenho orgulho. Mas agora, nesse momento, a minha jornada será na literatura e eu peço o apoio de todos para que dê ainda mais certo do que já começou a dar.

Conto com vocês.

Alegrias,

Fernanda.

Segunda-feira…

segunda-feira, maio 24th, 2010

Se serve de consolo, pelo menos é segunda-feira pra todo mundo.

Alegrias,

Fernanda.

Em pauta, a traição.

quarta-feira, março 31st, 2010

Assisti a “Sexo com Amor?”, um filme brasileiro com direção de Wolf Maya. À parte dos elogios para a Maria Clara Gueiros (ótima) e a Marília Gabriela (sempre ótima, sou fã, tão fã que posso dizer que um dos maiores sonhos da minha vida é ser entrevistada por ela), o filme me trouxe à mente a novela “Viver a Vida”. Como? Por quê?

Oras, porque só há traição.

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Não são histórias que têm traição, que explicam a traição, mas que só existem porque há traição. Não assisto à novela, mas sei do que se trata. E não é porque não vejo novelas – eu vejo e adoro, a última foi “Caras e Bocas” – mas sim porque acho a novela péssima, me deem licença, minhas desculpas a quem gosta.

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Acho estranho valorizarem tanto a traição como algo normal. O normal, aliás, é trair, já perceberam? O normal é querer trair, só trair, ser traído e todo o restante que gira em torno disso. Eu vejo e me pergunto o que uma criança aprenderia com uma coisa dessas. Em “Viver a Vida” todas as personagens traem, já traíram, pensam em trair ou foram traídos. Não há um casal que possa ser feliz, só feliz, assim, porque deveria ser o normal ser feliz com quem escolhemos casar ou namorar. Porque não é uma prisão perpétua, é um relacionamento e baseado nesse fato tão claro, as pessoas ficam umas com as outras porque querem e o normal deveria gostar de estar com o/a companheiro/a.

Sinceramente, alguém acha tão normal assim a traição ser o padrão?

Eu não acho.

Alegrias,

Fernanda.

Líder de si mesmo

sexta-feira, março 26th, 2010

Na última aula de natação, a professora propôs um desafio. Eu não sou boa em velocidade, mas topei e nadei. Parei muito antes do que se não fosse um desafio, com respiração alterada. Parei e continuei nadando como se nada estivesse acontecendo nas raias ao lado. Eu não estava competindo. Então ela comentou em uma das minhas paradas que eu estava nadando muito bem o crawl, que melhorei muito e meu nado estava “bonito”. Foi a minha vitória competindo comigo mesma.

Não curto certas competições. Psicólogos podem dizer que é medo de errar, mas na boa, eu erro mesmo, não é isso. Eu simplesmente não tenho a intenção de ser a melhor em nada. Eu quero ser boa, até ótima, quem sabe excelente, linda, maravilhosa (ui), mas não a melhor. Há gente melhor por aí, eu admiro, não sou eu. Eu quero ser o melhor que eu posso, e isso me basta e me alegra. Quero ser boa e ser admirada pelo que sou e pelo que faço não porque sou a melhor, mas porque sou eu. Quero que me conheçam, que leiam meus livros, que divulguem meus livros, que amem meus livros, sim, eu quero, mas não ser a melhor, porque isso cabe a outras pessoas. Quero ser eu. Apenas isso.

Algumas pessoas nasceram para serem as melhores, são gênios, são incríveis. Algumas pessoas nasceram para ser chefes, para mandar, para ordenar, para liderar. Eu não sou uma dessas pessoas e muitas não são e deveriam admitir. Eu quero liderar apenas minha própria vida. Não há nada de errado nisso. Criou-se uma cultura de que precisamos ser líderes, que para prosperar temos de ter cargos de chefia. Eu não sou assim, não penso assim e penso que prospero além disso e inclusive por isso.

Outro dia, conversando com minha amiga Carol – que é advogada competentíssima, chefe, líder e tudo o mais da melhor qualidade em uma empresa –, eu disse que gostaria que ela fosse minha chefe se eu fosse advogada. Porque eu acho que não nasci para liderar e não vejo mal nenhum nisso. Mas também tenho sérios problemas com lideranças, porque penso que não sou escrava, não sou criança e não sou burra, então ao longo da vida muitas coisas já aconteceram. Hoje estou feliz, não tenho problemas com isso. E descobri que conduzir a própria vida também é, de certa forma, ser líder. De si mesma.

Acho errado quem critica os outros pela sua posição. Em um programa de TV outro dia (assisto a cada um que vocês nem imaginariam), uma moça disse “Ah, não quero conversar com ele por causa da profissão dele”. Quê? Primeiro, é preconceito (e como vocês já sabem, detesto preconceitos), segundo porque todo mundo só quer saber de namorar, ser amigo e conviver com quem é “líder”. Para mim, a maior liderança da vida é cuidar de si próprio com responsabilidade e de quem depende de você (filhos, no caso). Se cada um tivesse a consciência de que seu trabalho é importante, porque é, daríamos mais valor ao que o outro faz. E todos seríamos mais felizes.

Alegrias,

Fernanda.

A injustiça do INSS. O que vocês acham?

sexta-feira, março 19th, 2010

Eu quero saber o que vocês pensam sobre esse assunto…

A Comissão de Assuntos Sociais do Senado aprovou na última semana um projeto para beneficiar os empregados domésticos que diminui a contribuição social dos empregadores de 12% para 6% sobre o salário do empregado e revoga a dedução que eles podiam fazer no imposto de renda pelo pagamento. Cerca de 4,9 milhões de empregados domésticos são informais no Brasil, o que representa 73,2% desses trabalhadores. Escrevi essa matéria e acho incrível um projeto assim para incentivar o registro dos trabalhadores domésticos (depois mostro a matéria para vocês). Mas pesquisar para escrever me fez pensar sobre o sistema de Previdência Social no Brasil.

Até 1991, eram exigidos cinco anos de contribuição para a aposentadoria por idade. A Previdência Social determina que têm direito ao benefício os trabalhadores urbanos do sexo masculino a partir dos 65 anos e do sexo feminino a partir dos 60 anos de idade – os trabalhadores rurais, homens e mulheres, aposentam cinco anos mais cedo. Assim sendo, por exemplo, até 1991, uma mulher de 55 anos poderia contribuir até os 60 anos e aposentar por idade (ou ter contribuído cinco anos durante outro período da vida).

A tabela da Previdência vai aumentando o tempo. Hoje em dia é necessário ter 15 anos de contribuição para aposentar por idade. Não importa se você é mulher, tem 60 anos e quer aposentar agora. Precisa ter, no mínimo, 15 anos de contribuição. É claro que é muito mais justo, porque faz sentido aposentar sem praticamente nunca ter contribuído? Não, né. Mas sabe-se lá como estará daqui a sei lá quantos anos, quando eu for aposentar. Não boto fé na Previdência Social, me desculpem.

Já a aposentadoria por tempo de contribuição funciona assim: para ter direito à aposentadoria integral, o trabalhador homem deve comprovar pelo menos 35 anos de contribuição e a trabalhadora mulher, 30 anos. O pior é a parte da contribuição. Você, que é trabalhador registrado, já olhou em seu holerit o absurdo que o Governo desconta todos os meses de você? Seria mais do que suficiente para fazer uma belíssima Previdência Privada. A minha Privada é ridícula perto do que eu pago de INSS. Obrigatório.

Ah, mas temos direitos… Temos. Temos, sim. Licença-maternidade, paternidade, seguro-saúde, etc etc etc. Mas eu acho um absurdo o que nos descontam. Não é justo. É injusto o que se paga para receber depois. Me dê o dinheiro, Governo, que eu invisto em uma Previdência Privada digna de rainha. E pior, quando me aposentar, se é que o INSS ainda existir, eu terei um teto de aposentadoria. Ao contrário dos funcionários públicos, eu não posso me aposentar com o que eu ganho. Isso por acaso é justo? Justo é para os funcionários públicos. Para funcionário de empresa privada, que só paga imposto durante toda a vida, quase não há benefícios.

Você já tinha pensado nisso?
Alegrias,
Fernanda.

Cisne ou patinho feio?

sábado, fevereiro 27th, 2010

Fernanda, outro dia fiz um comentario e o meu marido veio com a seguinte frase: “Nunca passa, ne?!”. Ele se referia aos comentarios maldosos que ouvimos na adolescencia, aquele momento da vida onde nao estar dentro dos padroes doi. Lembrei do que ele disse qdo li o q vc escreveu. Sei que eh dificil aceitar mas Fernanda, na boa, vc EH bonita! Nem vou entrar no merito do conteudo, q vc tb tem. Tente aceitar, vc eh uma mulher bonita! Olha suas fotos, sua expressao, nao se apegue a detalhes, pois perfeita vc nao eh, nem eu, nem ninguem. Mas olhe o conjunto, vc eh super bonita, vc tem uma expressao viva e vc brilha! Chega de falar q vc nao eh bonita, vc cresceu, vc mudou, deixe o Patinho Feio no passado e assuma o Cisne no qual vc se transformou. Beijo, Re

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