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Cartas e lembranças

quinta-feira, junho 12th, 2008

Eu fico pensando, acho que seria melhor se eu não parasse tanto para pensar, porque muitas vezes fico em dúvida e outras chego a conclusões que não quero aceitar. Talvez seja porque a realidade é incrivelmente mais dura que os meus doces e ternos sonhos. Neles as coisas sempre são corretas, as pessoas felizes e eu, completamente satisfeita, sem dúvidas ridículas que eu normalmente possuo no meu dia a dia. Aí eu penso o quanto somos fortes e não sabemos… somos corajosos por enfrentar novas situações e pessoas estranhas e diferentes por inovar, ou pelo menos tenta… a mudar este país. Somos parte do que é a alegria que move o mundo, considerados a esperança do amanhã. Somos diferencialmente distinguidos por nossas aptidões e vocações pessoais e, acima de tudo, sonhadores. Eu sonho tanto e não tenho receio de dizer isso a ninguém. Mas queria, ao menos às vezes, poder entender porque na vida real estes mesmos sonhadores que compartilham o mundo com você te fazem sofrer, magoam e nem se quer se preocupam em entender seus sentimentos… Ah, queria…

Esta sou eu, aos 16 anos, em 17 de março de 1996. O texto foi resgatado pela minha amiga Luciana, com quem eu trocava longas cartas na adolescência – que se transformaram em longos e-mails hoje em dia. Há pouco tempo ela me emprestou umas dezenas de cartas que escrevi para ela nessa mesma época. Minha idéia era fazer a pesquisa para um livro, que ainda penso em escrever, e ainda não consegui devolver o material. Lá estão as minhas palavras, memórias, pensamentos… E quando eu leio, penso “como eu podia ser tão adulta e ao mesmo tempo tão criança?”.

Resgatar os meus escritos foi um dos presentes da minha amiga. Em folhas de caderno da escola, em qualquer papel que encontrava pela frente. A nossa troca de cartas selou uma amizade que começou há 14 anos, em um momento turbulento da nossa adolescência, mas só aumentou e seguiu por todos os anos seguintes, em que pudemos compartilhar lindos acontecimentos.

Acabo de completar um ciclo importante. Fechei um processo que se iniciou em outubro de 2006, quando essa mesma amiga me incentivou de tal maneira que eu não tive como ter outro pensamento além de acreditar em mim. Quando eu “esquecia”, ela pedia novas páginas. Muitas pessoas perguntam por que nunca enviei meus escritos, mas eu sou assim. Apesar de falante e escandalosa, não sou de incomodar ninguém, não. Minha modéstia exagerada me impede de “mostrar” o que faço. Montar esse site aqui, acreditem, foi o resultado de uma luta interna muito grande. E hoje aprendo a ser diferente.

A Lu sempre esteve ao meu lado, não importava a distância de nossas casas. Ela pedia mais, fazia campanha, escrevia textos alegres e eu não tinha como dizer não. Assim construí uma história. Tenho muito a agradecer a muitas pessoas que me incentivam nessa caminhada, muitas amigas queridas que me escrevem, me ligam, me mandam recadinhos, me esperam no shopping enquanto faço pesquisa, me aturam. Nesse processo todo, não posso esquecer da minha primeira editora informal, editora amiga, editora on-line. E ela ainda me deu esse texto lindo de presente no blog dela.

Vamos brindar o dia de hoje.

Alegrias a todos e Feliz Dia dos Namorados ao meu namorado-marido!

Fernanda.