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Coisas que são e não deveriam ser.

quinta-feira, fevereiro 17th, 2011

Meu afilhado voltou para o hospital por causa da icterícia (ele está bem, mas a madrinha e o padrinho aqui só pedem a Deus que ele fique bom logo). Por causa dessa internação, depois que ele já havia ido para casa, eu pude observar alguns comportamentos e como jornalista preciso relatar.

Não vou entrar em detalhes dos motivos de cada procedimento, mas comadre entrou com Gabriel e foi para um quarto compartilhado no hospital. Estava pelo SUS, a companheira pelo plano de saúde. Minha comadre está passando pela mudança do plano da empresa (que é uma novela) e a carteirinha do plano novo nem chegou. Tudo bem, estava sendo bem atendida, embora o banho de luz estivesse sendo feito apenas com uma luz mais fraca (chamam de bilispot) em vez do berço com luz (o biliberço), que estava com o bebê da cama ao lado (não vou comentar pelo menos isso, tentarei ser imparcial). Comento apenas que já é triste saber que só existe UM berço daqueles para um problema tão comum em recém-nascidos.

Meia-noite e comadre é expulsa do quarto para outro quarto do SUS porque lá entraria uma grávida do plano. Não fazia sentido, as duas mães com seus bebês estavam bem instaladas, sem o ar condicionado ligado (não podiam por causa dos pequenos) e Tati teve de ir para um quarto com uma grávida passando mal, ar ligado, etc etc etc. Por que não colocaram uma grávida com a outra e deixaram os bebês juntos? Por que, raios, o tratamento no SUS precisa ser assim em alguns lugares? Por que, mais uma vez, o tratamento é sempre diferente quando é PAGO?

Nervosa, ela saiu e pediu um quarto particular e sozinha. Chorou… Chorou de nervoso porque foi tirada no meio da noite de um quarto por NADA. Ficou uma hora e meia até arrumarem outro lugar para ela. Nos falamos pela madrugada e ela se acalmou. Mas por que tinha que passar por isso? Misteriosamente hoje, como paciente particular, Gabrielzinho está com o berço de que tanto precisa (mas como outras crianças também precisam, voltamos a pensar, sem egoísmo: o que acontece se seu filho é internado pelo SUS, nesse caso, hein?). Fico feliz porque ele está sendo bem atendido e os pais podem pagar sua internação, mas triste porque o SUS deveria atender todos da mesma forma. E bem.

Os profissionais da saúde têm o meu total respeito. Eu admiro a profissão, mas assim como em qualquer outra profissão, há os profissionais e os PROFISSIONAIS de verdade. Só isso.

Triste por constatar o que muita gente deve passar no Brasil. Triste de verdade.

Pronto, já esqueci que sou jornalista e falei… Mas mexeram com meu afilhado, ué.

Alegrias,

Fernanda.