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Amor: uma escolha perigosa?

terça-feira, junho 28th, 2011

‎”Comecei a desconfiar que o amor não é tudo; até é, enquanto se está amando, mas, para viver uma paixão, é preciso renunciar à própria vida, uma opção perigosa que não costuma ser eterna.” (Danuza Leão em “Quase Tudo”).

A frase é bárbara (mesmo que eu não concorde), mas não li o livro. Foi uma conversa no Facebook com meu amigo Ivo (que postou a frase) que me fez escrever sobre o assunto. Primeiro, o que eu respondi para ele, lá mesmo: “Posso filosofar, amigo? :-) Primeiro, ela fala de amor e paixão, que são coisas diferentes. E para viver um amor, de verdade, não ‘é preciso renunciar à própria vida’, muito pelo contrário – um amor de verdade só se vive quando a própria vida é vivida da maneira mais feliz. Quando descobrimos que NÃO devemos abrir mão da própria vida e que podemos ser quem somos e, ainda assim, estamos com alguém ao lado, descobrimos o amor.”

Gosto de falar sobre amor. Por que muitas pessoas têm a tendência de achar que amar é renunciar à vida? Pensam que se estão com alguém terão de deixar de fazer o que gostam, esquecer um pouco de si mesmos, adotar a vida do outro como modelo. E eu penso justamente o contrário! Afinal, o que perdemos por amar?

Porque se o amor é o mais sublime dos sentimentos, é o que nos faz felizes e não o contrário. Não digo de alguns finais, que não são felizes. Mas aí não existe mais amor e na vida real as relações acabam, sim. Digo do amor quando é vivido. Não abrimos mão de quem somos quando amamos. Nós abraçamos novos gostos, entendemos, respeitamos e convivemos. Fazemos concessões que não nos abalam, mas nós as recebemos também. Aprendemos a partilhar. E, acima de tudo, quando o amor é de verdade, somos mais nós mesmos do que em qualquer outra ocasião. Somos impulsionados e incentivados a seguir, temos uma mão ao lado para nos empurrar e um sorriso para garantir que tudo dará certo. Quando existe amor, mas não um sentimento qualquer de posse fingindo ser o mais leal dos sentimentos, somos nós em potência maior, com mais força e certeza. E Danuza está certa, a opção pelo amor pode ser perigosa e nem sempre é eterna, mas é a melhor das escolhas da vida.

Alegrias,

Fernanda.