25 de julho de 2007
Já é possível encontrar na internet resumos do último volume das aventuras do bruxinho Harry Potter. O sétimo livro da saga, “Harry Potter e as relíquias da morte”, foi lançado no último sábado em todo o mundo, com mais de dois milhões de reservas feitas em diversas livrarias. No Brasil, a versão em português está prevista para ser lançada em 10 de novembro. Os seis volumes anteriores da série venderam 325 milhões de cópias em 64 idiomas e hoje a autora J. K. Rowling é uma das mulheres mais ricas do mundo.
Paralelamente ao lançamento do livro, aconteceu o lançamento do quinto filme, baseado no livro “Harry Potter e a Ordem da Fênix”, com o jovem ator britânico Daniel Radcliffe no papel principal. Somente no Brasil mais de 1,5 milhão de espectadores lotaram as salas de cinema apenas nos primeiros cinco dias de exibição. Harry Potter é, afinal, um fenômeno.
PRAZER EM LER
“Eu não acredito que você lê Harry Potter”, foi a frase do meu cunhado em uma conversa. Leio, sim, caro leitor. Li todos os livros, assisti a todos os filmes e não irei esperar o livro em português (embora tenha certeza que irei comprá-lo depois) porque estou curiosa como todos os fãs da série. Leio, recomendo e não tenho a menor vergonha de guardar os livros entre tantas obras de literatura famosas da minha estante. Toda leitura tem seu valor e foi isso o que tentei explicar para o meu cunhado.
Comecei a acompanhar a série infanto-juvenil logo no início, quando um ex-colega de trabalho contou que leu o primeiro livro e gostou. Para ir contra, resolvi ler o livro – afinal, não dá para dizer que o livro é ruim ser ler. Para o meu espanto, eu gostei. Gostei tanto que não perdi mais nenhum e ainda emprestei meus exemplares para outras pessoas acompanharem a história.
O que eu aprendi é que a leitura como entretenimento deveria ser explorada entre as crianças e os jovens. Não existe livro ruim, porque toda leitura pode ser o ponto de partida para outras obras. Você pode começar com um livro simples, mas se interessar por ler e buscar cada vez mais obras. Os jovens descobriram em Harry Potter o prazer pela leitura e J. K. Rowling tem um grande mérito nisso. Primeiro porque seus livros são realmente bem escritos, com muita aventura e mistério. E depois pelo fato de ter seduzido diversos leitores que cresceram com o bruxinho inglês, mas que devem ter buscado mais livros depois que conheceram as histórias que se passam na escola de magia Hogwarts.
INCENTIVO
A leitura não pode começar pesada para os pequenos. Se for assim, não haverá prazer e facilmente a criança dirá “é chato ler”. Quando conhece um livro interessante e que motiva a descobrir mais sobre a história, a criança vai descobrir que ler é gostoso, que o livro é um grande companheiro e que universos se desvendam por meio das palavras. Não há nada como ler. Nenhuma outra arte se compara às inúmeras possibilidades que a leitura proporciona, mas para descobrir isso, é preciso ter o incentivo de livros que interessem ao pequeno leitor.
Tudo pode começar com gibis, por exemplo. Até hoje eu adoro ler a Turma da Mônica, sou fã do Cebolinha e me identifico com a Magali. O colorido das revistinhas em quadrinhos me despertou para a leitura cedo. Os pequenos podem ser estimulados pela história lida, quando ainda não lêem. Uma leitura antes de dormir é um hábito saudável, que entretém e que pode despertar na criança um gosto pelos livros.
O único fato que me chama a atenção na leitura para os menores é que como somos nós quem escolhemos os títulos, devemos observar sobre o que trata a história. Já vi livros que falam abertamente sobre o preconceito – afinal, por que o cachorro bonito pode ter uma casa melhor e o cachorro feio não recebe atenção? – e que me deixaram assustada. É nessa fase que a criança aprende os conceitos que vai levar para a vida e um livro com assuntos positivos ajuda nessa tarefa.
Falei sobre Harry Potter, mas há muitos outros títulos bons à disposição dos jovens. Não podemos ter preconceito com os livros porque por mais simples que eles sejam, podem ser como degraus para o interesse do leitor. Quem lê e gosta, sempre procura mais. E é aí que se forma um cidadão consciente. A leitura diverte, mas também informa e ensina a escrever. O meu cunhado pode não ter entendido o motivo de eu ser fã do bruxo mais famoso da atualidade, mas ficou sabendo que eu não sou contra nenhum livro. Sou é a favor da leitura, sempre.