18 de maio de 2007
Lugar de bicho de estimação é em casa. A afirmação pode parecer óbvia para alguns e sem sentido para outros, mas o fato é que esta é uma premissa para quem deseja ter um bicho dentro da posse responsável. Afinal, quem tem um animal tem que saber que ele precisa do dono e companheiro para tudo, inclusive para garantir-lhe segurança, o que não se encontra nas ruas.
É muito comum ver animais soltos pelas ruas de Mogi Guaçu. Além dos abandonados, vemos também cachorros e gatos bonitos, gordos e fortes, que provavelmente têm dono e casa. Mas então por que ficam perambulando pelas ruas? “O animal precisa passear”, dizem alguns. Se este for o verdadeiro motivo, o dono precisa estar junto.
Já vi casos em que as pessoas reclamam que seus animais foram apreendidos pelo CCZ (Centro de Controle de Zoonoses). Se eles estavam na rua, então não há motivo para queixa. Se por acaso fugiram, quem encontrar o animal pode contatar o dono por algum telefone deixado na coleira, com o nome do bicho. Esta é mais uma atitude simples e que pode salvar vidas.
EM CASA
Quem escolhe ter um animal de estimação precisa ter em mente que ele é totalmente dependente do dono. Por isso é importante assegurar que o bicho tenha, além de muito carinho, um lugar seguro para ficar, esteja com as vacinas em dia, receba alimentação adequada e seja castrado, para evitar a superpopulação de animais, principalmente dos gatos. Manter um animal em casa não é maldade com ele, mas uma atenção que garante o seu bem-estar.
E essa atenção vale não somente para cachorros, mas também para os gatos. É mito pensar que eles precisam dar uma passeada pelas redondezas. A situação é fácil de ser resolvida com telas de proteção em janelas, que inclusive protegem os felinos em caso de morarem em apartamentos. Um animal solto nas ruas está exposto a riscos como ser atropelado, perder-se e não ter como voltar ou até mesmo receber veneno de vizinhos. Este é um caso à parte, sem dúvida, já que eu me pergunto o que se passa na cabeça de alguém que é capaz de envenenar um animal. Devemos sempre lembrar que se trata de uma vida.
CASTRAÇÃO
Além da segurança e da alimentação, manter as vacinas em dia é imprescindível para garantir a saúde de todos da família. A vacina anual contra a raiva pode ser adquiria no CCZ, então não vacinar por questões financeiras é uma desculpa que não funciona. A castração também pode ser solicitada a um baixo custo no CCZ, em parceria com a Associação Protetora dos Animais da cidade. E não, castrar não é uma maldade ao seu gato ou cachorro. Castrar é um ato de amor.
A castração impede que o animal tenha necessidade de sair às ruas e, assim, garante longevidade ao seu companheiro, além de evitar diversas doenças, que são comuns aos animais não castrados. Ter animais castrados impede que eles possam procriar e, assim, aumentar a população de abandonados nas ruas.
A posse responsável envolve tudo o que garante bem-estar ao animal. Ele não é uma lata de lixo que pode comer restos ou tão independente que possa dar passeios e voltar na hora que quiser. Nossos animais são seres que precisam de nós. Não basta adotar um lindo filhote, mas sim saber que ele se transformará em um animal adulto e que continuará precisando de cuidados. Muitos são abandonados pelos próprios donos na velhice, quando mais precisam de sua família.
ADOÇÃO
Quem não tem um bicho de estimação, deveria considerar a possibilidade de adoção. Há muitos animais nas ruas precisando de um lar e o CCZ recolhe centenas todos os meses. Depois de três dias, se um dono ou pessoa disposta a adotar não aparecerem, os animais são sacrificados. De acordo com os últimos dados divulgados pela Secretaria de Saúde, relativos ao último trimestre de 2006, cerca de 377 animais são sacrificados por mês, o que resulta em uma média de 12 animais mortos todos os dias.
Gatos e cachorros são igualmente carinhosos e podem ser companheiros incríveis. Só quem tem sabe do que estou falando. Mas quem não tem, pode adotar um ainda hoje. Nós podemos fazer a diferença, cada um de nós, para melhorar a vida desses seres indefesos. E como não basta falar, eu mesma já recolhi diversos gatos da rua e procurei quem os adotasse. Dois deles, um macho e uma fêmea, moram comigo. Ou melhor, Polly e Teddy já são parte da minha pequena família.