Posts Tagged ‘preconceito’

Dia do homem?

sábado, julho 16th, 2011

Eis que vejo no Twitter entre os 10 assuntos mais comentados o tal “Dia do Homem”. Resolvo clicar para ver o que as pessoas estão comentando (já imaginando o nível da discussão) e encontro frases como:

Sabe pq vcs mulheres não podem reclamar do #DiadoHomem? Pq se existe o dia das mulheres é pq os homens deixaram! RÁ ..rs

#DiaDoHomem Nem é comemorado direito que nem o Dia da Mulher, porque todo dia é dia do homem tá ligado

todo dia é o #diadohomem , só mulheres pra precisar de um dia próprio pra serem lembradas

#diadohomem eu não ganhei P.N dia da mulher se eu não der presente eu sou insensível #Frescura

And in the end of the day, o #diadohomem mostrou ter a mesma função do dia da mulher: servir de pretexto para as mal-amadas reclamarem.

Não vou citar o nome dos indivíduos e nem continuar essa bizarra lista (que contém palavrões, baixarias e comentários de mulheres machistas também, além de piadinhas idiotas). Não costumo abordar o assunto por aqui, mas não posso deixar passar. O que as pessoas pensam sobre o Dia da Mulher? Ele não existe para ganharmos presentes, porque não é isso o que queremos. Queremos respeito e igualdade. Se o dia existe, é porque algo precisa ser lembrado e esse algo é que até hoje as mulheres ainda não têm posição de igualdade com os homens. É que até hoje mulheres sofrem violência doméstica. É que até hoje mulheres ganham menos do que os homens. É que ainda existe o preconceito.

Não dá para existir um Dia do Homem porque seria dizer que o homem precisa de um dia para ser lembrado. Como não é necessário um dia para as pessoas de raça branca, porque, afinal, quem sofre preconceito é a raça negra, certo? Por isso temos um dia para nos lembrar tudo que os negros já passaram e ainda passam e que não podemos continuar repetindo erros. Não dá para fazer uma passeata pelo orgulho hétero porque os heterossexuais não sofrem preconceito!!! Os homossexuais fazem passeata e lutam por um espaço que ainda não foi conquistado. Porque ainda existe preconceito.

Eu demorei muito para entender que feminismo não é o contrário de machismo (que todos conhecemos bem, afinal, o mundo é machista). Feminismo é a luta pelos direitos IGUAIS e eu acho que não só para as mulheres, mas para as minorias. Porque são as minorias (assim como as mulheres) que sofrem todos os dias. E a luta pelos direitos iguais não é bem vista por muitos… que acham que está bom como está, proque provavelmente não sofrem e nem nunca sofreram preconceito.

E lutar por uma causa não implica que você esteja em uma minoria. Aliás, sempre achei que quem luta por uma sociedade mais igual, mesmo que esteja em situação “confortável”, merece ainda mais consideração. Lutar contra o preconceito é a atitude mais digna do ser humano.

E se ainda assim você achar que um Dia do Homem deve existir, por favor, tente me convencer.

Fernanda.

O futuro bem lá na frente

sexta-feira, dezembro 18th, 2009

Hoje fui fazer uma matéria no Centro de Convivência para a Terceira Idade Joaquina Maria de Arruda. Um lugar lindo, como uma chácara, com árvores, lago, refeitório, espaço para fisioterapia, quartos e muito mais. A Prefeitura Municipal mantém um projeto chamado Centro Dia, em que alguns idosos (além daqueles que moram lá) vão passar o dia. Ganham transporte, alimentação e participam de atividades. Na hora de entrevistar, eu logo percebo o clima do lugar. As pessoas não conseguem esconder. E as idosas com quem falei estavam tão felizes que me contagiaram! Todos os Municípios deveriam ter um espaço assim. Mas não é a verdade.

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Estar lá com eles me fez cair uma ficha tão grande. Todos na mesma faixa etária, cabelinhos brancos, e cada um do jeito que deve ter sido a vida toda. Eu sempre imaginei que a idade não nos faz chatos ou bacanas, apenas potencializa o que somos. E com o passar do tempo, não é difícil imaginar que seguimos o ciclo inverso e voltamos, cada vez mais, a ser crianças.

Não sei por que as pessoas têm preconceito com idosos. Falam “ah, aquele velho” ou “a velhota passou na frente da fila”, essas coisas horrorosas. Ser idoso não é um pecado, mas no mundo moderno parece que é. As pessoas não podem envelhecer, colocam cada vez mais botox, esticam tudo e ficar velho é… psiiiiuuuu fala baixo… é uma contravenção! “Credo, eu? Eu não, sou jovem”. É jovem, mas não para sempre. Nenhum de nós será para sempre.

_18122009_idosos01As pessoas tendem a ter empatia por crianças, mas deprezo pelos idosos. E para onde vamos, afinal? Se tivermos SORTE, é para lá que vamos. Porque só não fica velho quem morre antes, meus caros. Envelhecer deveria ser encarado com mais naturalidade. As mudanças no corpo devem acontecer, mas por que os mais jovens se acham melhores se não têm a experiência dos mais velhos?

Eu adoro falar com idosos, sou um chamariz. Os do prédio, quando me veem, já sabem que podem conversar porque eu sempre puxo papo. Na rua, de tanto eu dar Bom Dia, há vezes que eles mesmos me cumprimentam quando eu não os vejo. Eu gosto, principalmente, de ouvir histórias. De saber de onde vieram, quantos filhos tiveram, por que estão onde estão, o que fazem. Eu ADORO ouvir histórias de idosos. Eles têm tanto para nos ensinar, sabem?

IS098RD0KE todos chegaremos lá. Eu, você, a pessoa ao lado. O que eu imagino é que devemos dar atenção às necessidades da terceira idade, porque cada vez mais se vive mais, e é bom viver com saúde, na atividade. Eu me imagino bem velhinha (minha bisavó se foi quando tinha 99 anos, eu vou seguir a linha da família), lúcida (mas sem memória, óbeveeeo) e escrevendo livros. Que eu espero que até lá sejam lidos por muita gente. E vocês, como imaginam o futuro bem lá na frente?

Alegrias,

Fernanda.

Fotos GettyImages

Ser diferente é normal

quarta-feira, dezembro 16th, 2009

Você já parou para pensar que todos nós somos diferentes? Que eu e você não somos iguais, que seus filhos, pais e amigos não são iguais e que sermos únicos é o que nos torna especiais? Ninguém é igual no mundo. E está na hora de acabarmos com o preconceito. Acabarmos com qualquer preconceito. Já pensou nisso?

Esta é uma campanha do Instituto MetaSocial veiculada em 2004 e criada pela agência GiovanniFCB, mas que está sendo veiculada novamente na TV aberta. Eu adorei.

E esta é a mensagem de fim de ano da EPTV de 2009/2010, a afiliada da Rede Globo na região de Campinas. Também adorei.

E aí, parou para pensar nesse assunto? Pense.

Alegrias,

Fernanda.

Dia Mundial de Luta contra a Aids

terça-feira, dezembro 1st, 2009

É hoje! Dia Mundial de Luta contra a Aids. Viver com Aids é possível. Com o preconceito não, lembra a campanha do Ministério da Saúde. E aí, vamos divulgar?

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1º DE DEZEMBRO

Combate a preconceito é tema de Dia Mundial de Luta contra a Aids

Rede atende gratuitamente portadores de HIV/Aids

Fernanda França

Aperto de mão, beijo na boca, abraço e compartilhamento de utensílios não são comportamentos que transmitem Aids. Mas o preconceito ainda existe e é tema deste ano para o Dia Mundial de Luta Contra a Aids, lembrado no dia 1º de dezembro. Viver com Aids é possível. Com o preconceito não, lembra a campanha do Ministério da Saúde. Com a entrada dos antirretrovirais, a qualidade de vida do paciente é muito maior e a Aids passa de doença fatal a doença crônica.

“O preconceito ainda existe. Não se pega Aids sentando na mesma cadeira, usando a mesma piscina ou pelo beijo. A doença é transmitida pelo sangue, sexo e de mãe para filho”, explicou a enfermeira do Programa Municipal de DST/Aids da Secretaria Municipal de Saúde, Clara Alice Franco de Almeida. Por isso o preservativo é tão importante no combate à doença, seringas nunca devem ser compartilhadas e as grávidas portadoras de HIV devem ter acompanhamento médico.

“Os antirretrovirais entram em 1997 e mudam a vida dos pacientes, que passam a ficar vivos. Com o diagnóstico precoce, pode-se dar mais qualidade de vida ao paciente. A partir de 2000 entram os tratamentos para gestantes portadoras de HIV”, contou Clara. Os medicamentos antirretrovirais inibem a reprodução do HIV no sangue. O tratamento também é conhecido como coquetel.

O coeficiente de mortalidade vem-se mantendo estável no país, a partir de 2000, em torno de 6 óbitos por 100 mil habitantes. Nos últimos oito anos, as mortes por Aids em homens caem e em mulheres mantêm-se estáveis. Em Mogi Guaçu, até 1998 o número de mortes sempre superava o registro de pacientes vivos com a doença. A partir de 1999, os casos passam a ser equivalentes e em seguida aumentam consideravelmente os registros de pacientes vivos.

Em 1991, por exemplo, eram 10 pacientes e nove morreram. Em 1993, dos 15 portadores de HIV, apenas dois sobreviveram. Em 2002, eram 34 infectados e 26 permaneceram vivos. Em 2007, dos 40 pacientes, 33 continuaram o tratamento. Em 2008 foram apenas quatro mortes e em 2009 duas.

TRATAMENTO

Todo o tratamento para pacientes de Aids é gratuito no Brasil, que é considerado o país mais avançado do mundo na distribuição de medicamentos para portadores de HIV. Em Mogi Guaçu, todos os anos o Ministério da Saúde investe R$ 75 mil para compra de material com contrapartida de R$ 25 mil da Prefeitura Municipal. Os medicamentos são fornecidos pelo Governo Federal e custam cerca de R$ 3 mil por mês por paciente, além dos gastos com os laboratórios em que são feitos os exames, cerca de R$ 1,2 mil por paciente por ano. A Prefeitura investe R$ 80 mil com Recursos Humanos por ano na área de HIV/Aids.

Pré-opinião

segunda-feira, maio 26th, 2008

Certo dia eu ouvi uma amiga falando mal de outra amiga. Não dela, mas minha. Como ela não sabia que eu a conhecia, foi fácil falar o que lhe veio à cabeça, mesmo sem a conhecer. Aquilo martelou por dias os meus pensamentos sobre pré-opiniões, que são as que emitimos sem ter conhecimento do assunto. Todos caímos nessa armadilha, diariamente. Não duvide.

A minha amiga em questão, aquela de quem a outra falou mal, é uma pessoa incrível. Claro que só quando eu estreitei a relação com ela pude perceber isso. De longe, não somos o que somos, essa é a verdade. Você pode me ver na rua e julgar que eu sou esnobe porque não cumprimentei quando me fez um aceno, sem saber que eu não enxergo bem, mesmo de óculos ou lente de contato. Você pode achar que eu sou entojada porque tenho cara de ser, vai saber. Mas não sou, não. E isso provavelmente você só vai saber se quiser me conhecer de verdade.

Aconteceu não só nesse caso das amigas como pode acontecer a cada um de nós em muitos momentos. Uma amiga perdeu a oportunidade de conhecer uma pessoa sensacional porque não quis. Porque o seu pré-pensamento julgou que não seria válido. E perdeu a chance de conhecer uma das pessoas mais generosas e bacanas que eu já conheci.

Eu mesma já passei por isso. O caso mais clássico é quando tinha 12 anos e marcamos uma reunião de teatro no shopping. A turma era grande, mas só aparecemos eu e a Carol. Nós nunca tínhamos trocado uma palavra nos ensaios porque… bem, porque nós não queríamos ser amigas, certo? O motivo? Nós achávamos que a outra não era “legal”. Eu achava que a Carol, com aquele porte de modelo de passarela, deveria ser metida e ela me disse depois que me achava escandalosa porque eu falava alto e “com as mãos”. Resultado? A oportunidade de nos conhecermos de verdade, em um dia com mais ninguém presente, fez com que nos tornássemos grandes amigas. Até hoje, 16 anos depois.

Criticar sem fundamento ou palpitar sem procurar entender é o primeiro passo para perdemos o presente de conhecer o que é verdadeiro.

Alegrias,
Fernanda.