Posts Tagged ‘Reflexões’

Nada de bom a dizer? Não diga.

quinta-feira, julho 8th, 2010

Eu sou a favor da sinceridade, sim. Detesto mentira e gente falsa. Mas existe algo de que as pessoas parecem se esquecer hoje em dia: educação. Para tudo há jeitos e jeitos de se falar. E a máxima tão famosa acaba não sendo aplicada: se não tem nada de bom a dizer, não diga.

A questão é que precisamos aprender a nos colocar no lugar do outro (eu também preciso aprender essa lição todos os dias, todos precisamos). Se eu disser tal coisa, vou magoar a pessoa? Vai ajudá-la? Mas eu quero dizer algo, como então posso fazer de maneira instrutiva e não depreciativa? Por que muitas pessoas parecem ter gosto por colocar os outros para baixo? Será que ganham algo com isso?

É aquela história típica: se você comenta com alguém que conhece fulano que está com determinado problema, o que escuta geralmente? “Ah, o vizinho do tio-avô do meu cunhado teve isso e morreu uma semana depois” ou “Nossa, é grave, não tem mais jeito, não”, mesmo que o problema seja uma unha encravada. Em vez de dizer “Força, vai dar tudo certo, estou aqui para te apoiar”, as pessoas jogam mais lama ainda no que precisa de um banho.

Eu nunca me dei muito bem com pessoas autoritárias e grosseiras, porque não consigo fazer com gosto o que me pedem com estupidez. Com educação, eu faço tudo. Para mim, a pior das verdades pode ser dita com jeito que magoe menos. E não se trata de falsidade, mas sim de empatia, educação e respeito pelo o que a outra pessoa é, faz e pensa. Podemos ser gentis na adversidade. Podemos discordar com polidez. Até porque a música de que você gosta pode não ser a minha preferida; a minha comida predileta nem sempre é o que você chamaria de boa e gostos literários também são bem diversos – uma obra que você critica pode ser a preferida de outro alguém.

Agora, se uma pessoa não sabe ser assim e não tem nada de bom a dizer, não diga. É sempre a melhor alternativa.

Alegrias,

Fernanda.

PS: Leitores queridos, alguém não consegue comentar aqui no blog ou está tendo problemas? Minha amiga Lu teve problemas ao comentar e me disse, então quero saber se é geral. Se ocorrer um problema na hora de comentar, por favor, me avise por aqui. Obrigada ;-)

Rótulos de gente

terça-feira, julho 6th, 2010

Minha grande amiga Lu escreveu sobre rótulos em seu blog e parei para pensar em questões que sempre me afligiram, mas parecem me afetar cada vez menos. E o que parecia tão importante antes, ter rótulos ou colocá-los, não tem o mesmo peso. Acho que porque percebi que somos seres humanos mutáveis e estamos sempre aprendendo, crescendo e, por que não?, mudando de opinião.

Rótulo de melhor amigo é o que a Lu comenta primeiro. Nunca consegui dizer quem é meu melhor amigo, minha melhor amiga, ou ser a melhor amiga de alguma amiga (e se fui ou sou, nunca soube). Eu tenho muitos amigos, graças a Deus, e cada um tem sua importância em minha vida. Há os colegas, os amigos mesmo e os grandes, grandes amigos, os quase-irmãos. E cada um é importante e faz parte da minha vida de forma que, hoje em dia eu vejo – já com a visão de adolescente deixada bem lá atrás – para quê somente um melhor amigo?

Definir minha alimentação é bem difícil também. Há quase três anos eu dizia “eu como de tudo!” e comia mesmo. Continuo sendo uma ótima visita para refeições (pode me convidar!), não tenho frescuras e gosto de tudo. Mas hoje não como mais alguns tipos de carne (e não critico quem come, a escolha é de cada um). Não, não sou vegetariana porque eu como peixe e frango. Não como “carne vermelha”, como dizem por aí – o que inclui vaca, porco ou qualquer amigo mamífero. É verdade que mesmo peixe ou frango eu como pouco e cada vez menos, mas então não sou nada, absolutamente nada. Não há um “rótulo” que me defina. Não sou alérgica, não é por religião e nem por chatice. É por amor aos animais. Mas não sou completa e seria errada por isso? Eu faço a minha parte da maneira que acredito conseguir HOJE e pode ser que amanhã eu mude. Pode ser.

Gostos em geral nunca me definiram de maneira simples. Com música é assim, porque gosto de tudo (rock, pop, baladinha, menos rebolation, mas se tocar e for de brincadeira, eu canto porque não sou radical, ah, e adoro “música brega”). Com livros é mais ou menos igual: leio desde romances até terror. Adoro policial, suspense, chick lit (que aprendi a gostar somente após descobrir que eu escrevo esse gênero, pode?). Com filme é igual, assisto a animações (amo!), romances, dramas, comédias, suspenses e terror. Gosto de tanta coisa e tão diferentes coisas que uma vez minha amiga Damaris resumiu bem como sou “Eu quero tudo, muito e agora”. Então, não dá para me definir em uma palavra.

Minha fé, por exemplo, é algo tão peculiar que não posso resumir em um parágrafo de post. Na verdade, nem gosto de explicar muito minha fé e relação com a religião, porque acredito que não importa exatamente no que acredito, mas em como posso viver isso. Tenho fé em Deus, já passei por uma situação que divide a minha vida em antes e depois daquele acontecimento. Acredito no bem. Respeito todas as religiões e, para mim, um ateu que vive a caridade é muito mais cristão do que um religioso que bate na família quando chega em casa. Rótulos, então, mais uma vez, não fazem a menor diferença aqui. (E eu tenho religião, apenas não me expresso sobre ela porque a base da minha crença é Deus e não os homens).

No meu trabalho, fica difícil me definir. Hoje em dia, por exemplo, no diploma eu sou jornalista, na carteira de trabalho eu sou desempregada, para a sociedade eu sou dona de casa e na real mesmo eu sou escritora. E é assim, com esse trabalho que eu amo que eu vivo, sem registro em carteira, diploma, salário fixo ou qualquer explicação que eu possa dar às pessoas que acham, pensam e julgam que eu não faço nada, sendo que poucas vezes trabalhei com tanto afinco e amor como hoje em dia. Mais uma vez, rótulos? Se for para ter um, que seja “mulher que ama escrever, que não vivre sem escrever”.

Nem um animal preferido eu tenho. Eu adoro os gatos, é verdade, mas e os elefantes também, e os cães,  e os porquinhos, e cabras, e ovelhas, e aves e… eu teria um santuário ecológico se pudesse. E sobre as cores? Em cada época eu diria uma. Na infância, era o amarelo; na adolescência, o vermelho era preferido. Hoje sou mais o rosa, lilás e roxo. Pode ser que amanhã eu seja qualquer outra cor. Desconfio que não escolha o preto na vida, mas todas as demais. E o preto, quem sabe, se estiver com brilhos, afinal, eu adoro um brilho (diferentemente da Blanda, que detesta, rsrsrs!) ;-)

Rótulos. Para que servem, mesmo? Somos muito complexos para caber em poucas palavras. O que você acha?

Alegrias,

Fernanda.

Mudanças lentas

segunda-feira, junho 7th, 2010

Não é que eu não tenha novidades ou não queira escrever, mas acredito que toda mudança pede um tempo. É um pedido calado, curioso e de resguardo. Ela pede que você aceite devagar, que compreenda o que mudou, o que ficou para trás e o que está em sua frente. Quando mudamos, até a hora de acordar não é a mesma, inclusive se a hora for a mesma. É diferente o propósito de acordar, de seguir e de dormir. Direcionamos o foco para outro fim, as forças para outro objetivo. Muito do que era importante perde o sentido e pequenos detalhes que não víamos passam a ser importantes. Ganhar metas e planejar é bom e fascinante. Recomeçar não é fácil, mas tem um sabor doce para quem não tem medo de lutar, trabalhar e vencer. Saboreio a calma de dias diferentes e a felicidade de ter fé. Logo mais eu volto.

Alegrias,

Fernanda.

Eu deveria aprender com os gatos…

sábado, fevereiro 13th, 2010

A miar mais. E miar na hora certa. Assim, eu seria uma pessoa que falaria mais o que me aflige, que não engole sapos, que não deixa passar injustiças;

A mostrar as garras. Apresentar para as pessoas que não é porque sou bacaninha eu também sou trouxa, porque não sou. Deveria mostrar mais as unhas quando me atingissem;

A só ronronar para as pessoas que gostam de mim. Os gatos sabem muito bem quem gosta de animais e quem não gosta. Eu preciso aprender a reconhecer que o sexto sentido existe, sim, e que o meu raramente falha;

A relaxar. Porque mesmo depois de tudo, eles deitam e dormem de maneira tão deliciosa como se nenhum problema existisse no mundo – mesmo que a ração nem esteja no pote e você não tenha percebido. Aprender a relexar é fundamental para se desligar das chatices que acontecem todos os dias na vida de todos.

E você não sabia que os gatos podem nos ensinar, hein? ;-)

Alegrias,

Fernanda.