Voltando à Bienal de São José dos Campos, o bate-papo no auditório Papo de Autor foi transmitido ao vivo pelo Twitter, mas na hora não conseguimos responder todas as dúvidas. Algumas pessoas fizeram perguntas que eu quero responder e aproveito o blog (porque resumir em 140 caracteres no Twitter às vezes é bem difícil, rsrsrs).
@juniorfrannco perguntou em que me inspiro para escrever.
Para escrever, eu me inspiro na vida, nas pessoas. Procuro encontrar soluções bem-humoradas para os problemas Às vezes uma história me inspira, um caso contado por uma amiga ou algo que eu ouvi dentro do elevador. A vida é muito interessante e cada palavra pode se transformar em uma grande história depois.
@LaraPolix Comentou que os escritores nacionais não lêem livros nacionais.
Ahhhh eu leio livros nacionais! Aliás, com o Novas Letras, tenho lido bem mais nacionais do que estrangeiros. E adoro! Sempre gostei de livros nacionais, mesmo os “clássicos” de que muita gente não gosta, eram meus companheiros na adolescência. Mas concordo que apresentar a nova literatura nacional para os jovens é uma ótima maneira de incentivá-los no hábito da leitura. Porque com os escritores contemporâneos existe uma identificação maior – com os cenários, personagens, histórias… E acho que cada vez mais os autores nacionais estão unidos. O Novas Letras é uma prova disso.
@cdevellyn e @pribeletato comentaram sobre a cena da calcinha no banco, do livro Nove Minutos com Blanda.
A cena da calcinha no banco é uma das mais comentadas, rsrsrs! Coitada da Blanda, né, gente? Evellyn, espero que goste do livro como a Pri gostou. E não vou contar mais sobre a cena para não estragar a surpresa de quem ainda não leu o livro
@livromaniaca e @cdevellyn comentaram que gostam de ler gibis como eu.
Que legal saber! Eu sou apaixonada por gibis até hoje! Mauricio de Sousa me incentivou a aprender a ler e até hoje eu dou muita risada com seus personagens. Adoro o Cebolinha e o Chico Bento, mas me identifico com a Magali (hehehe).
A @patbarboza (minha amiga escritora e que faz parte do Novas Letras) me perguntou sobre a diferença de escrever como jornalista e escritora.
Eu amo minhas duas profissões, mas existem grandes diferenças nas duas escritas. Na forma e no conteúdo. Primeiro porque em uma matéria não se pode opinar (a menos que seja uma crônica) e o jornalista foca nos fatos. Como escritora, também posso escrever um livro jornalístico, ou seja, com a mesma imparcialidade. Mas não é o que faço hoje, já que escrevo ficção e na ficção os personagens são criados, a história é inventada e tudo é possível, ao contrário da matéria. O formato também é outro: no jornalismo é o que/ quem/ quando/ onde/ por quê, enquanto na ficção podemos começar e terminar do jeito que nossa imaginação mandar. O que ambas as profissões compartilham, eu acho, é o rigor com a língua portuguesa (pelo menos para mim um escritor precisa saber escrever bem, sim).
@AmandaAriela perguntou de onde saiu a inspiração para escrever a Blanda.
Amanda, a Blanda é um pouquinho de todas nós, mulheres. Com suas dúvidas, medos, paixões, descobertas. Um pouco de minhas amigas, de mim mesma e dela, porque ela “ganhou” vida própria e hoje é como se a Blanda existisse, rsrsrs.
@tiagoodesouza perguntou se o valor do livro nacional alto é um problema para a aproximação dos leitores e se as editoras investem mais na publicação dos livros estrangeiros.
Tiago, acho que o livro pode ser mais barato, sim, mas não acho que é o único problema, porque se uma pessoa quer ler um livro, ela prefere gastar aquele valor no livro do que no bar. Quem não quer ler, dá essa desculpa e pronto. Até porque para ler nem é preciso comprar o livro. O leitor pode pegar emprestado de um amigo ou na biblioteca. Sou a maior incentivadora de empréstimos. Quero que as pessoas leiam meu livro e conheçam meu trabalho. Eu mesma fui uma leitora de biblioteca durante a maior parte da minha vida. E nunca deixei de ler por não poder comprar todos os livros que eu queria, nunca. Agora sobre a publicação dos estrangeiros, sim, as editoras investem mais. Quero muito ver as editoras investindo da mesma forma em autores nacionais.
@Radrak @sanelia_ Obrigada pela participação!
E se eu esqueci o nome de alguém que conversou conosco, pode me dar um puxão de orelhas que eu repito o nome aqui em agradecimento ;o) Só temos a agradecer porque foram muitas participações no auditório da Bienal e ao vivo pela internet. Obrigada, pessoal!
Alegrias,
Fernanda.