Archive for the ‘Notícias’ Category

Mais uma vez esse papo

quarta-feira, abril 1st, 2009

A verdade é que acho um absurdo que esse assunto ainda esteja sendo discutido. Leiam o trecho do Sindicato dos Jornalistas e lá embaixo a minha opinião.

Está chegando a hora. Depois de uma espera de sete anos, o Supremo Tribunal Federal (STF) colocou na pauta de julgamento o Recurso Extraordinário 511961, que questiona a constitucionalidade da exigência do diploma em Jornalismo como requisito para o exercício da profissão. No dia 1º de abril (hoje) onze ministros da corte máxima brasileira selam o destino de milhares de profissionais com formação acadêmica e dos que estão na escolas de Jornalismo em busca do diploma. É um tema que extrapola a questão corporativa de uma profissão regulamentada há quase 50 anos. Na prática, ameaça a sociedade brasileira em uma de suas mais expressivas conquistas: o direito à informação independente, plural e ética.

A luta dos jornalistas tem sido intensa desde outubro de 2001, quando a juíza federal substituta Carla Abrantkoski Rister, da 16ª Vara Cível de Justiça Federal (SP), suspendeu a obrigatoriedade da exigência do diploma para o exercício do Jornalismo. No caminho, a categoria conquistou vitórias e colheu dissabores, como o surgimento dos precários, que começaram a povoar redações e assessorias sem o mínimo preparo. Perderam os jornalistas profissionais diplomados e a sociedade brasileira. É hora, portanto, de o STF corrigir a distorção.

Jornalismo é uma profissão séria e precisa de diploma. Você discorda? Então tá, eu quero ser advogada, manjo pra caramba de leis e pronto, para que eu vou me matar fazendo faculdade? Vou começar a advogar agora. Parece justo? Ou então eu acho que administração de empresas se aprende com a vida, então vou lá tentar uma vaga no lugar de quem estudou, mesmo eu não tendo feito o curso. É correto? Não, né. Por que então acham que com o jornalismo é certo fazer isso?

Os jornalistas “das antigas” continuam com o direito de atuar, porque eram de uma época em que o jornalismo não era regulamentado, mas retroceder já é demais. Exigir o diploma de jornalismo para atuar na área não significa tirar a liberdade de expressão do cidadão, que pode continuar opinando, criticando, palpitando. O fato é que ser jornalista é muito mais do que isso, é uma profissão que exige, além de ralação, uma formação.

Eu, como jornalista formada desde 2000, espero que a decisão do STF hoje seja justa e sensata.

Alegrias,
Fernanda.

Vida de repórter

quarta-feira, março 18th, 2009

mar09_ganso01

mar09_ganso02

Eu percebo que em todas, absolutamente todas, as fotos em que apareço ao lado de animais (qualquer um), fico com cara de boba. Eu sou apaixonada por bichos, vocês sabem. E quando faço alguma matéria em que posso ter contato com eles, é a maior felicidade pra mim. Vida de repórter também tem dessas coisas.

Patrocínio de Fabrício Leme de Moraes, nosso fotógrafo e que após alguns anos de convivência tem feito a gentileza de me fotografar em algumas matérias. Se não fosse por isso, estaria difícil atualizar por aqui. Uma salva de palmas para o Fabrício. Clap clap clap.

Alegrias!
Fernanda.

A gente sofre…

quarta-feira, março 11th, 2009

…Mas dá risada!

mar09_nachuva

Eu, no Mogi Guaçu Fashion Week, de capa de chuva amarelo-ovo e botinhas de enchente branco-sujo, em dia de alagamento na cidade. Éééé, filhotes, cês acham que vida de repórter é fácil? É fácil, não!

Alegrias,
Fernanda.

Escolhas profissionais

quinta-feira, fevereiro 19th, 2009

fev09_astronauta02

Hoje fui a uma entrevista com uma psicóloga muito bacana para uma matéria sobre a pressão que é encarar um vestibular, a escolha da profissão e uma série de questionamentos que os jovens têm nessa fase da vida. Ela falou muita coisa legal, o papo fluiu e no final conversamos sobre o que acreditamos. E um ponto me chamou a atenção.

“A realização pessoal e financeira são consequências de uma escolha bem sucedida”

A questão da escolha bem sucedida é muito complexa. Porque… o que é ser bem sucedido pra você, por exemplo? Pra cada um é uma coisa diferente. Pode ser fazer o que gosta, pode ser ter um cargo importante ou, ainda, ganhar muito dinheiro. Para mim (e essa opinião é bem particular mesmo), é fazer o que gostamos. Eu não consigo fazer o que não gosto, isso me tira do sério, ter tesão no trabalho é tudo. E se eu considerar esse ponto, eu acho que posso me considerar uma mulher bem sucedida, porque eu adoro entrevistar, escrever, tudo isso. Os dois outros itens, bem… não vamos nem falar disso (risos).

A psicóloga lembrou que a escolha é tão difícil para o jovem porque ele precisa abrir mão de outras opções para escolher uma, eleger apenas uma. Eu não sei como é se sentir assim, porque sempre quis ser jornalista (e escritora, eu sempre na minha vida quis escrever livros e viver disso, tenho cartinhas de criança em que eu mencionava isso, pode?), mas imagino que deve ser difícil escolher quando não existe uma convicção. Eu era uma jovenzinha de 17 anos muito convicta, ainda sou, mas jovens, pensem comigo… precisa ser tão definitivo assim?

Eu diria que não é preciso ter medo, que hoje em dia não precisamos só fazer uma coisa na vida, que podemos ter mais de uma profissão, que podemos acabar um curso e fazer outro… e que a melhor escolha sempre é a do coração. Não é balela, é verdade. Eu conheço gente que escolheu um curso porque “dava dinheiro” (o que é bastante relativo também) e até hoje é infeliz na profissão (e nem ganha dinheiro). Nisso meus pais foram incríveis comigo, me apoiaram quando escolhi Jornalismo e em todas as outras decisões. Se você é pai ou mãe, pense… imagine o que um jovem pensa quando os pais dizem “sempre sonhei em ter um filho X” (coloque em X a profissão que quiser: engenheiro, médico, advogado, ator, etc e tal). Seus sonhos são seus, o filho é uma pessoa diferente, ele tem os próprios sonhos.

No mais, deixando os jovens de lado, por que você que é adulto não pode escolher uma profissão? Quem te disse isso? Esqueça as bobagens que ouviu até agora e vai por mim… aposte no seu sonho. Nunca é tarde para começar uma carreira, nunca é tarde para aprender e mudar. Temos, todos os dias, a chance de escolhermos ser mais felizes.

Alegrias,
Fernanda.

Mundo do faz-de-conta

terça-feira, dezembro 16th, 2008

Hoje o texto não é meu. É do jornalista Camilo Vannuchi, que escreveu para a IstoÉ a matéria “Cuidado com os burros motivados”, em entrevista com Roberto Shinyashiki em 19/10/2005. Vale a pena ler. Os grifos são meus, para que percebam o que eu quis passar com o texto no blog.

Eu penso muito sobre isso, sobre as aparências, a felicidade de mentira, o “parecer” em vez de ser. Eu ia escrever aqui outro dia, passou e lembrei depois de ler esse texto. Porque sou feliz e não tenho como explicar isso, porque não sou rica, não tenho uma posição mega importante em nenhuma mega empresa, não vou herdar nada material de família (só muito amor), mas tenho amigos incríveis, o prazer de fazer o que gosto, a minha escrita, um grande amor, família, gatos, peixes, tudo aquilo o que me faz feliz de verdade. Minha vida não gira em torno de um cargo, de um nome, de um rótulo. E vai ver que é por isso que eu não ligo muito pra essas coisas. Ele também fala sobre os sonhos… alguém aí por acaso pensa em desistir dos seus? Fale logo para levar uma bronca já.

Depois me digam o que acharam da entrevista e vamos bater um papo nos comentários.

Alegrias,
Fernanda.
Terça-feira, 16 de dezembro de 2008.

“Cuidado com os burros motivados”

Em Heróis de verdade, o escritor
combate a supervalorização da
aparência e diz que falta ao Brasil
competência, e não auto-estima

Camilo Vannuchi

Observador contumaz das manias humanas, Roberto Shinyashiki está cansado dos jogos de aparência que tomaram conta das corporações e das famílias. Nas entrevistas de emprego, por exemplo, os candidatos repetem o que imaginam que deve ser dito. Num teatro constante, são todos felizes, motivados, corretos, embora muitas vezes pequem na competência. Dizem-se perfeccionistas: ninguém comete falhas, ninguém erra. Como Álvaro de Campos (heterônimo de Fernando Pessoa) em Poema em linha reta, o psiquiatra não compartilha da síndrome de super-heróis. “Nunca conheci quem tivesse levado porrada na vida (…) Toda a gente que eu conheço e que fala comigo nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho, nunca foi senão príncipe”, dizem os versos que o inspiraram a escrever Heróis de verdade (Editora Gente, 168 págs., R$ 25). Farto de semideuses, Roberto Shinyashiki faz soar seu alerta por uma mudança de atitude. “O mundo precisa de pessoas mais simples e verdadeiras.”

ISTOÉ – Quem são os heróis de verdade?
Roberto Shinyashiki – Nossa sociedade ensina que, para ser uma pessoa de sucesso, você precisa ser diretor de uma multinacional, ter carro importado, viajar de primeira classe. O mundo define que poucas pessoas deram certo. Isso é uma loucura. Para cada diretor de empresa, há milhares de funcionários que não chegaram a ser gerentes. E essas pessoas são tratadas como uma multidão de fracassados. Quando olha para a própria vida, a maioria se convence de que não valeu a pena porque não conseguiu ter o carro nem a casa maravilhosa. Para mim, é importante que o filho da moça que trabalha na minha casa possa se orgulhar da mãe. O mundo precisa de pessoas mais simples e transparentes. Heróis de verdade são aqueles que trabalham para realizar seus projetos de vida, e não para impressionar os outros. São pessoas que sabem pedir desculpas e admitir que erraram.

ISTOÉ – O sr. citaria exemplos?
Shinyashiki – Dona Zilda Arns, que não vai a determinados programas de tevê nem aparece de Cartier, mas está salvando milhões de pessoas. Quando eu nasci, minha mãe era empregada doméstica e meu pai, órfão aos sete anos, empregado em uma farmácia. Morávamos em um bairro miserável em São Vicente (SP) chamado Vila Margarida. Eles são meus heróis. Conseguiram criar seus quatro filhos, que hoje estão bem. Acho lindo quando o Cafu põe uma camisa em que está escrito “100% Jardim Irene”. É pena que a maior parte das pessoas esconda suas raízes. O resultado é um mundo vítima da depressão, doença que acomete hoje 10% da população americana. Em países como Japão, Suécia e Noruega, há mais suicídio do que homicídio. Por que tanta gente se mata? Parte da culpa está na depressão das aparências, que acomete a mulher que, embora não ame mais o marido, mantém o casamento, ou o homem que passa décadas em um emprego que não o faz se sentir realizado, mas o faz se sentir seguro.

ISTOÉ – Qual o resultado disso?
Shinyashiki – Paranóia e depressão cada vez mais precoces. O pai quer preparar o filho para o futuro e mete o menino em aulas de inglês, informática e mandarim. Aos nove ou dez anos a depressão aparece. A única coisa que prepara uma criança para o futuro é ela poder ser criança. Com a desculpa de prepará-los para o futuro, os malucos dos pais estão roubando a infância dos filhos. Essas crianças serão adultos inseguros e terão discursos hipócritas. Aliás, a hipocrisia já predomina no mundo corporativo.

ISTOÉ – Por quê?
Shinyashiki – O mundo corporativo virou um mundo de faz-de-conta, a começar pelo processo de recrutamento. É contratado o sujeito com mais marketing pessoal. As corporações valorizam mais a auto-estima do que a competência. Sou presidente da Editora Gente e entrevistei uma moça que respondia todas as minhas perguntas com uma ou duas palavras. Disse que ela não parecia demonstrar interesse. Ela me respondeu estar muito interessada, mas, como falava pouco, pediu que eu pesasse o desempenho dela, e não a conversa. Até porque ela era candidata a um emprego na contabilidade, e não de relações públicas. Contratei na hora. Num processo clássico de seleção, ela não passaria da primeira etapa.

ISTOÉ – Há um script estabelecido?
Shinyashiki – Sim. Quer ver uma pergunta estúpida feita por um presidente de multinacional no programa O aprendiz? “Qual é seu defeito?” Todos respondem que o defeito é não pensar na vida pessoal: “Eu mergulho de cabeça na empresa. Preciso aprender a relaxar.” É exatamente o que o chefe quer escutar. Por que você acha que nunca alguém respondeu ser desorganizado ou esquecido? É contratado quem é bom em conversar, em fingir. Da mesma
forma, na maioria das vezes, são promovidos aqueles que fazem o jogo do poder. O vice-presidente de uma das maiores empresas do planeta me disse: “Sabe, Roberto, ninguém chega à vice-presidência sem mentir.” Isso significa que quem fala a verdade não chega a diretor?

ISTOÉ – Temos um modelo de gestão que premia pessoas mal preparadas?
Shinyashiki – Ele cria pessoas arrogantes, que não têm a humildade de se preparar, que não têm capacidade de ler um livro até o fim e não se preocupam com o conhecimento. Muitas equipes precisam de motivação, mas o maior problema no Brasil é competência. Cuidado com os burros motivados. Há muita gente motivada fazendo besteira. Não adianta você assumir uma função para a qual não está preparado. Fui cirurgião e me orgulho de nunca um paciente ter morrido na minha mão. Mas tenho a humildade de reconhecer que isso nunca aconteceu graças a meus chefes, que foram sábios em não me dar um caso para o qual eu não estava preparado. Hoje, o garoto sai da faculdade achando que sabe fazer uma neurocirurgia. O Brasil se tornou incompetente e não acordou para isso.

ISTOÉ – Está sobrando auto-estima?
Shinyashiki – Falta às pessoas a verdadeira auto-estima. Se eu preciso que os outros digam que sou o melhor, minha auto-estima está baixa. Antes, o ter conseguia substituir o ser. O cara mal-educado dava uma gorjeta alta para conquistar o respeito do garçom. Hoje, como as pessoas não conseguem nem ser nem ter, o objetivo de vida se tornou parecer. As pessoas parece que sabem, parece que fazem, parece que acreditam. E poucos são humildes para confessar que não sabem. Há muitas mulheres solitárias no Brasil que preferem dizer que é melhor assim. Embora a auto-estima esteja baixa, fazem pose de que está tudo bem.

ISTOÉ – Por que nos deixamos levar por essa necessidade de sermos perfeitos em tudo e de valorizar a aparência?
Shinyashiki – Isso vem do vazio que sentimos. A gente continua valorizando os heróis. Quem vai salvar o Brasil? O Lula. Quem vai salvar o time? O técnico. Quem vai salvar meu casamento? O terapeuta. O problema é que eles não vão salvar nada! Tive um professor de filosofia que dizia: “Quando você quiser entender a essência do ser humano, imagine a rainha Elizabeth com uma crise de diarréia durante um jantar no Palácio de Buckingham.” Pode parecer incrível, mas a rainha Elizabeth também tem diarréia. Ela certamente já teve dor de dente, já chorou de tristeza, já fez coisas que não deram certo. A gente tem de parar de procurar super-heróis. Porque se o super-herói não segura a onda, todo mundo o considera um fracassado.

ISTOÉ – O conceito muda quando a expectativa não se comprova?
Shinyashiki – Exatamente. A gente não é super-herói nem superfracassado. A gente acerta, erra, tem dias de alegria e dias de tristeza. Não há nada de errado nisso. Hoje, as pessoas estão questionando o Lula em parte porque acreditavam que ele fosse mudar suas vidas e se decepcionaram. A crise será positiva se elas entenderem que a responsabilidade pela própria vida é delas.

ISTOÉ – É comum colocar a culpa nos outros?
Shinyashiki – Sim. Há uma tendência a reclamar, dar desculpas e acusar alguém. Eu vejo as pessoas escondendo suas humanidades. Todas as empresas definem uma meta de crescimento no começo do ano. O presidente estabelece que a meta é crescer 15%, mas, se perguntar a ele em que está baseada essa expectativa, ele não vai saber responder. Ele estabelece um valor aleatoriamente, os diretores fingem que é factível e os vendedores já partem do princípio de que a meta não será cumprida e passam a buscar explicações para, no final do ano, justificar. A maioria das metas estabelecidas no Brasil não leva em conta a evolução do setor. É uma chutação total.

ISTOÉ – Muitas pessoas acham que é fácil para o Roberto Shinyashiki dizer essas coisas, já que ele é bem-sucedido. O senhor tem defeitos?
Shinyashiki – Tenho minhas angústias e inseguranças. Mas aceitá-las faz minha vida fluir facilmente. Há várias coisas que eu queria e não consegui. Jogar na Seleção Brasileira, tocar nos Beatles (risos). Meu filho mais velho nasceu com uma doença cerebral e hoje tem 25 anos. Com uma criança especial, eu aprendi que ou eu a amo do jeito que ela é ou vou massacrá-la o resto da vida para ser o filho que eu gostaria que fosse. Quando olho para trás, vejo que 60% das coisas que fiz deram certo. O resto foram apostas e erros. Dia desses apostei na edição de um livro que não deu certo. Um amigão me perguntou: “Quem decidiu publicar esse livro?” Eu respondi que tinha sido eu. O erro foi meu. Não preciso mentir.

ISTOÉ – Como as pessoas podem se livrar dessa tirania da aparência?
Shinyashiki – O primeiro passo é pensar nas coisas que fazem as pessoas cederem a essa tirania e tentar evitá-las. São três fraquezas. A primeira é precisar de aplauso, a segunda é precisar se sentir amada e a terceira é buscar segurança. Os Beatles foram recusados por gravadoras e nem por isso desistiram. Hoje, o erro das escolas de música é definir o estilo do aluno. Elas ensinam a tocar como o Steve Vai, o B. B. King ou o Keith Richards. Os MBAs têm o mesmo problema: ensinam os alunos a serem covers do Bill Gates. O que as escolas deveriam fazer é ajudar o aluno a desenvolver suas próprias potencialidades.

ISTOÉ – Muitas pessoas têm buscado sonhos que não são seus?
Shinyashiki – A sociedade quer definir o que é certo. São quatro loucuras da sociedade. A primeira é instituir que todos têm de ter sucesso, como se ele não tivesse significados individuais. A segunda loucura é: “Você tem de estar feliz todos os dias.” A terceira é: “Você tem que comprar tudo o que puder.” O resultado é esse consumismo absurdo. Por fim, a quarta loucura: “Você tem de fazer as coisas do jeito certo.” Jeito certo não existe. Não há um caminho único para se fazer as coisas. As metas são interessantes para o sucesso, mas não para a felicidade. Felicidade não é uma meta, mas um estado de espírito. Tem gente que diz que não será feliz enquanto não casar, enquanto outros se dizem infelizes justamente por causa do casamento. Você precisa ser feliz tomando sorvete, levando os filhos para brincar.

ISTOÉ – O sr. visita mestres na Índia com freqüência. Há alguma parábola que o sr. aprendeu com eles que o ajude a agir?
Shinyashiki – Quando era recém-formado em São Paulo, trabalhei em um hospital de pacientes terminais. Todos os dias morriam nove ou dez pacientes. Eu sempre procurei conversar com eles na hora da morte. A maior parte pega o médico pela camisa e diz: “Doutor, não me deixe morrer. Eu me sacrifiquei a vida inteira, agora eu quero ser feliz.” Eu sentia uma dor enorme por não poder fazer nada. Ali eu aprendi que a felicidade é feita de coisas pequenas. Ninguém na hora da morte diz se arrepender por não ter aplicado o dinheiro em imóveis. Uma história que aprendi na Índia me ensinou muito. O sujeito fugia de um urso e caiu em um barranco. Conseguiu se pendurar em algumas raízes. O urso tentava pegá-lo. Embaixo, onças pulavam para agarrar seu pé. No maior sufoco, o sujeito olha para o lado e vê um arbusto com um morango. Ele pega o morango, admira sua beleza e o saboreia. Cada vez mais nós temos ursos e onças à nossa volta. Mas é preciso comer os morangos.

Semana da Amamentação

sexta-feira, agosto 1st, 2008

Hoje começa a Semana Mundial da Amamentação. Eu sempre adorei escrever sobre o tema e deixo para vocês a matéria que saiu hoje no jornal em que trabalho. Agora quero saber de vocês: amamentaram? Se não, qual foi o motivo? Se ainda não são mães, pretendem amamentar? Se são pais, auxiliaram as companheiras na amamentação? O que pensam sobre o assunto? Vamos bater um papo aí nos comentários! E convido todos a participarem da “blogagem coletiva” sobre o tema.

Bom final de semana a todos.
Alegrias,
Fernanda.

EM TODO O MUNDO
Semana da amamentação começa hoje

Este ano,
destaque é a
importância do
apoio à mulher

Fernanda França

A foto da atriz Dira Paes amamentando seu filho Inácio, de dois meses, e ao lado da mãe, dona Flor, é a imagem escolhida para representar a 17ª Semana Mundial de Amamentação, que tem início hoje em todo o Brasil, numa parceria entre o Ministério da Saúde e a SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria). O tema deste ano é “Nada mais natural que amamentar. Nada mais importante que apoiar” e lembra a necessidade do auxílio à mulher que amamenta.
Todos os anos a Semana aborda um aspecto da amamentação, definido pela Waba, da sigla em inglês, Aliança Mundial para Ação em Aleitamento Materno e o movimento acontece em mais de 120 países. Este ano, a Semana pretende mostrar aos familiares e amigos da lactante como é importante o apoio para que o leite materno seja oferecido à criança. A amamentação ainda é um costume cultural recente na sociedade brasileira.
De acordo com a enfermeira obstetra da Santa Casa de Misericórdia de Mogi Guaçu, Elaine Aparecida de Almeida, mestre em saúde da criança e do adolescente, a mãe ainda vê na chupeta e mamadeira um apoio, em contrapartida não possui incentivo de pessoas com experiência na amamentação para auxiliar no processo. “É importante a mulher ter ao lado alguém que esteja disposto a ajudar”, disse.
O auxílio à mãe precisa respeitar a natureza da amamentação, de acordo com Elaine. Por exemplo, a produção de prolactina, hormônio que estimula a produção de leite pelas glândulas mamárias, é maior no período noturno, quando a mulher está em repouso. Se o leite artificial é oferecido à criança nesse momento, no dia seguinte a produção será menor. A enfermeira lembrou que a amamentação é um período de entrega de todos os envolvidos. “Amamentar requer 24 horas por dia da mãe”.
O apoio à mulher que amamenta deve acontecer para que o processo seja mais fácil para ela e para a criança, além de criar um vínculo entre a família e o bebê. “A mãe pode não conseguir ordenhar a mama sozinha. O marido ou pessoa mais próxima tem um papel essencial no aleitamento”, lembrou a enfermeira. Para conhecer o processo, a Santa Casa mantém um Ambulatório de Aleitamento Materno que atende mães e familiares em qualquer horário e dia da semana. O auxílio pode ser feito por telefone ou pessoalmente.

NÃO DESISTIR
Para Elaine, é importante que a mulher não desista de amamentar, já que os primeiros 20 ou 30 dias são difíceis, mas depois o processo se torna natural e mais fácil. “É normal encontrar dificuldades, mas tudo se encaixa em seu lugar. Basta não desistir”, incentivou. Um dos problemas mais freqüentes atendidos na Santa Casa é o da mama regurgitada, ou seja, muito cheia de leite. Os ensinamentos populares dizem que água quente auxilia, mas não é verdade.
“O leite se ejeta com o calor, mas a produção aumenta e pode chegar a um ponto em que a mulher desiste de amamentar. O ideal é fazer compressas de água fria ou gelada”, orientou a especialista. Até os seis meses, a criança deve ser alimentada exclusivamente de leite materno e a amamentação deve se estender até os dois anos de idade com a introdução de demais alimentos. É recomendado que o leite artificial seja incluído na alimentação somente após os dois anos da criança. Todas as mulheres podem amamentar. No Brasil, o único caso contra-indicado é para mães portadoras do vírus da Aids.

ago08_amamenta1

Dia Mundial Sem Tabaco

domingo, junho 1st, 2008

Frases de uma matéria que escrevi para o Dia Mundial Sem Tabaco, lembrado em 1º de Junho.

CIGARRO

Fumar diminui o tempo de vida de uma pessoa. De acordo com dados da SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia), fumar aumenta em 300% o risco de um ataque cardíaco e o fumante também tem 200% mais chances de ter um derrame do que um não-fumante. O homem fumante vive em média 13 anos a menos do que o não-fumante e a mulher 15 anos a menos.

“O tabagismo é uma doença grave e evitável. No Brasil, são 200 mil mortes por ano, é mil vezes mais fatal do que a dengue. Não existe doença mais grave pelas conseqüências e número de doentes”, alertou o médico coordenador do programa antitabagismo da cidade.
 
O cigarro contém cerca de 4.720 substâncias químicas e pelo menos 60 delas são reconhecidamente cancerígenas. Os derivados do tabaco causam, em média, 50 doenças diferentes.
 
O tabagismo passivo, que é a inalação da fumaça de derivados do tabaco por indivíduos não-fumantes, é a terceira maior causa de morte evitável no mundo e perde apenas para o tabagismo ativo e o consumo excessivo de álcool. Dados do Ministério da Saúde apontam que o ar poluído contém cerca de três vezes mais nicotina, três vezes mais monóxido de carbono, e até cinqüenta vezes mais substâncias cancerígenas do que a fumaça que entra pela boca do fumante.
 
Belos rapazes sobre o cavalo e chapéu de caubói, casais felizes, mulheres elegantes e pessoas praticando esportes eram cenas comumente relacionadas ao fumo em propagandas de cigarro. O hábito bem visto na sociedade passou a ser criticado e desde 1992 a OMS (Organização Mundial da Saúde) catalogou o tabagismo como “doença de desordem mental e de comportamento em razão da síndrome da dependência à nicotina”, incluída na CID (Classificação Internacional de Doenças).
Cansei de tentar enfiar na cabeça das pessoas que cigarro MATA e que é NOJENTO. Você quer fumar? Então fique longe mim. Porque, na boa, não é justo que eu, que não tenho nada a ver com seu vício, esteja exposta a doenças como fumante passiva. Fumantes, vocês precisam aprender a ter respeito. Pelos próprios pulmões e pelas outras pessoas que desejam ar puro.

Alegrias e saúde,
Fernanda.