Archive for the ‘Reflexões’ Category

Cirurgia plástica: o que você pensa sobre isso?

quinta-feira, fevereiro 25th, 2010

Hoje o programa Happy Hour, da GNT, abordou o tema lipoaspiração. Gosto do programa e do bate-papo. Um cirurgião plástico, o músico Jair Oliveira, a atriz Mel Lisboa e uma moça que fez lipo estavam na roda. Bacana a conversa. A Mel abordou uma questão interessante: de ela buscar aceitar quem ela é, do jeito que é, e que a individualidade de cada um é que nos faz especiais. Achei muito legal, mas quero saber de vocês: o que pensam da cirurgia plástica?

Eu não sou radical pelo sim e pelo não. Procuro não acusar as pessoas das suas escolhas, sabem por quê? Pra mim, cada um sabe como é ser quem é. Eu, particularmente, não acho legal a banalização da cirurgia, do tipo faço hoje e dali a um ano faço de novo no mesmo lugar, e de novo dali a mais cinco anos e pronto, virei escrava. O exagero em tudo é o erro. Mas cada um sabe onde aperta seu calo. E se algo que não vai fazer mal a ninguém pode fazer bem para a auto-estima, por que criticar? Que bobagem!

Quantas crianças com “orelha de abano” passam a vida inteira ouvindo piadinha quando poderiam simplesmente, com uma cirurgia, resolver esse “probleminha”? Há cirurgias E cirurgias, então não podemos generalizar. E acho que temos de nos amar como somos, aceitar o corpo que temos, aceitar o rosto que temos e sermos felizes, poxa! Eu sou contra a padronização da mulher, de fazermos cirurgias para ficarmos todas iguais, absolutamente iguais. Mas existem traumas e eles podem sumir com a ajuda da medicina, assim como a plástica pode ajudar tantas pessoas que passaram por acidentes e necessitam de intervenções.

Hoje, e somente hoje, eu digo que não faria lipo. Pode ser que eu queira fazer um dia e se eu quiser, não vejo problema nenhum nisso. E já fiz coisas que as pessoas achavam arriscadas e faria de novo (como a cirurgia para corrigir meu estrabismo), então quem é eu além de mim para saber o quanto minha vida melhorou depois disso? ;-) E não sou padronizada, não sou bonita, não sou emborrachada e não pretendo ser. Mas cada pessoa é única. Por que insistimos que os outros têm que ser como nós?

De qualquer forma, eu quero saber: você já fez uma plástica? Faria, se pudesse, onde? Não faria e por quê?

Alegrias,

Fernanda.

Eu deveria aprender com os gatos…

sábado, fevereiro 13th, 2010

A miar mais. E miar na hora certa. Assim, eu seria uma pessoa que falaria mais o que me aflige, que não engole sapos, que não deixa passar injustiças;

A mostrar as garras. Apresentar para as pessoas que não é porque sou bacaninha eu também sou trouxa, porque não sou. Deveria mostrar mais as unhas quando me atingissem;

A só ronronar para as pessoas que gostam de mim. Os gatos sabem muito bem quem gosta de animais e quem não gosta. Eu preciso aprender a reconhecer que o sexto sentido existe, sim, e que o meu raramente falha;

A relaxar. Porque mesmo depois de tudo, eles deitam e dormem de maneira tão deliciosa como se nenhum problema existisse no mundo – mesmo que a ração nem esteja no pote e você não tenha percebido. Aprender a relexar é fundamental para se desligar das chatices que acontecem todos os dias na vida de todos.

E você não sabia que os gatos podem nos ensinar, hein? ;-)

Alegrias,

Fernanda.

Você agradece?

terça-feira, janeiro 12th, 2010

Nós reclamamos muito. Nós eu digo – eu, você, nossos vizinhos, pais, irmãos, o mundo. E é normal, afinal, quanta coisa há para melhorar nessa vida! Eu mesma sou a reclamona-mór. Top das tops, uma sindicalista (ops). Sou mesmo, ainda mais quando o assunto é direito e dever, justiça, combate a preconceito, defesa de animais e esse papo todo. Fico até meio chata, porque algumas situações realmente me incomodam.

Mas – e aí é que vem o MAS – você já parou para pensar se agradece também? Todos os dias eu agradeço pela minha saúde. Talvez porque minha vida tenha me mostrado esse caminho, mas agradeço, embora esqueça de agradecer tantas outras dádivas. E nos falta agradecer, e muito, e todos os dias.

Porque é normal você ter saúde, você abrir os olhos todos os dias, você ter braços para lavar a louça (e que saco é lavar a louça, eu comentei sobre isso hoje mesmo com uma amiga), você tem pernas para ir ao mercado, você tem olhos para assistir àquele filme lindo e braços para abraçar seus filhos, você tem mobilidade para dançar no meio da sala se quiser, você tem um coração que bate, você tem um teto, você tem comida. “Dã, mas isso é tããão normal”. É, é normal mesmo para muitas pessoas. E não é maravilhoso também? Por que não agradecer?

O nosso problema não é que pedimos – porque eu acredito que temos de prosperar e que a vida é feita para sermos felizes, e nada de sofrimento, pra mim é felicidade que faz felicidade -, o problema mora em só pedir e nunca agradecer. Em não reconhecer como somos abençoados. Todos os dias.

Você já agradeceu hoje?

Alegrias,

Fernanda.

Mais um round de esperança

segunda-feira, janeiro 11th, 2010

Estou com essa música na cabeça – Wheels, do Foo Fighters. Fala de perdas, mas eu vejo esperança. Uma parte me chamou a atenção. “When the wheels come down / When the wheels touch ground / And you feel like it’s all over / There’s another round for you”, em uma tradução livre: “Quando as rodas descem / Quando as rodas tocam o solo / E você sente que tudo acabou / Há um outro round para você”.

Qual sua interpretação? Quando eu leio “Há um outro round para você”, penso que algumas pessoas podem achar que a luta vai continuar no sentido de mais sofrimento, algo negativo. Eu não vejo assim. A primeira vez que escutei a música, e a sensação é a mesma até agora, pensei “Há um outro round porque não acabou, não, porque ainda há esperança, porque as coisas vão melhorar”.

Isso é otimismo. Mas como viver a vida se não assim? O melhor, se existe mais um round, é porque a luta não acabou. A luta da nossa vida. Sempre há algo lá na frente, existe a chance de tudo mudar para melhor. Mas agora é com você, lutador. Você precisa querer lutar. Hora de levantar!

Alegrias,

Fernanda.

O futuro bem lá na frente

sexta-feira, dezembro 18th, 2009

Hoje fui fazer uma matéria no Centro de Convivência para a Terceira Idade Joaquina Maria de Arruda. Um lugar lindo, como uma chácara, com árvores, lago, refeitório, espaço para fisioterapia, quartos e muito mais. A Prefeitura Municipal mantém um projeto chamado Centro Dia, em que alguns idosos (além daqueles que moram lá) vão passar o dia. Ganham transporte, alimentação e participam de atividades. Na hora de entrevistar, eu logo percebo o clima do lugar. As pessoas não conseguem esconder. E as idosas com quem falei estavam tão felizes que me contagiaram! Todos os Municípios deveriam ter um espaço assim. Mas não é a verdade.

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Estar lá com eles me fez cair uma ficha tão grande. Todos na mesma faixa etária, cabelinhos brancos, e cada um do jeito que deve ter sido a vida toda. Eu sempre imaginei que a idade não nos faz chatos ou bacanas, apenas potencializa o que somos. E com o passar do tempo, não é difícil imaginar que seguimos o ciclo inverso e voltamos, cada vez mais, a ser crianças.

Não sei por que as pessoas têm preconceito com idosos. Falam “ah, aquele velho” ou “a velhota passou na frente da fila”, essas coisas horrorosas. Ser idoso não é um pecado, mas no mundo moderno parece que é. As pessoas não podem envelhecer, colocam cada vez mais botox, esticam tudo e ficar velho é… psiiiiuuuu fala baixo… é uma contravenção! “Credo, eu? Eu não, sou jovem”. É jovem, mas não para sempre. Nenhum de nós será para sempre.

_18122009_idosos01As pessoas tendem a ter empatia por crianças, mas deprezo pelos idosos. E para onde vamos, afinal? Se tivermos SORTE, é para lá que vamos. Porque só não fica velho quem morre antes, meus caros. Envelhecer deveria ser encarado com mais naturalidade. As mudanças no corpo devem acontecer, mas por que os mais jovens se acham melhores se não têm a experiência dos mais velhos?

Eu adoro falar com idosos, sou um chamariz. Os do prédio, quando me veem, já sabem que podem conversar porque eu sempre puxo papo. Na rua, de tanto eu dar Bom Dia, há vezes que eles mesmos me cumprimentam quando eu não os vejo. Eu gosto, principalmente, de ouvir histórias. De saber de onde vieram, quantos filhos tiveram, por que estão onde estão, o que fazem. Eu ADORO ouvir histórias de idosos. Eles têm tanto para nos ensinar, sabem?

IS098RD0KE todos chegaremos lá. Eu, você, a pessoa ao lado. O que eu imagino é que devemos dar atenção às necessidades da terceira idade, porque cada vez mais se vive mais, e é bom viver com saúde, na atividade. Eu me imagino bem velhinha (minha bisavó se foi quando tinha 99 anos, eu vou seguir a linha da família), lúcida (mas sem memória, óbeveeeo) e escrevendo livros. Que eu espero que até lá sejam lidos por muita gente. E vocês, como imaginam o futuro bem lá na frente?

Alegrias,

Fernanda.

Fotos GettyImages

Ser diferente é normal

quarta-feira, dezembro 16th, 2009

Você já parou para pensar que todos nós somos diferentes? Que eu e você não somos iguais, que seus filhos, pais e amigos não são iguais e que sermos únicos é o que nos torna especiais? Ninguém é igual no mundo. E está na hora de acabarmos com o preconceito. Acabarmos com qualquer preconceito. Já pensou nisso?

Esta é uma campanha do Instituto MetaSocial veiculada em 2004 e criada pela agência GiovanniFCB, mas que está sendo veiculada novamente na TV aberta. Eu adorei.

E esta é a mensagem de fim de ano da EPTV de 2009/2010, a afiliada da Rede Globo na região de Campinas. Também adorei.

E aí, parou para pensar nesse assunto? Pense.

Alegrias,

Fernanda.

E aí, mulheres?

quarta-feira, novembro 25th, 2009

Assisti ao documentário “Indústria do Orgasmo” na GNT e quis anotar os pontos para passar para vocês, mas no fim das contas não deu tempo. Em resumo: tratava de medicamentos para mulheres e homens e falava de tratamentos com remédios e de problemas que nem seriam problemas (afinal, não existe um certo ou errado no sexo) e de mulheres que buscam vaginoplastia, uma cirurgia plástica na vagina.

Eu quero discutir algumas questões com vocês.

- Todos os problemas da sexualidade feminina se tratam com remédio? As indústrias farmacêuticas têm interesse em divulgar seus feitos, mas e a parcela do relacionamento, onde fica?

- Existe um normal para relacionamento sexual? Tantas vezes por dia, tantas vezes por semana, tantas vezes por mês? Por favor! Existe o que satisfaz você e seu parceiro. Existe isso, ser feliz.

- Há “tratamentos” como a implantação de um aparelho na coluna da mulher, operado com controle remoto, para ela sentir orgasmo quando desejar – e a balança do documentário aponta que os perigos podem ser desde dores até a mulher não andar mais, enquanto os benefícios são desconhecidos. Será que não estamos indo além do limite?

- Muitos problemas devem ser tratados, sim. Existem mulheres e homens que precisam de atenção médica, sim. E essas pessoas devem buscar auxílio, sim. Mas não é delas que estamos falando aqui.

- No documentário, uma afirmação me deixou pensativa. “Qualquer cirurgia desnecessária na região genital é uma mutilação”. Tantos povos ainda lutam para combater a mutilação feminina e a mulher, por livre e espontânea vontade, quer mudar porque… é “feia”, é “grande”, é “pequena”. Digam: quem disse isso? As revistas, a moda, a mídia disseram que a mulher tem que seguir um padrão de beleza em todos os sentidos? E você acreditou que para ser feliz é assim que funciona? Não é, não. Ou daqui a pouco seremos todas robôs – e robôs clones.

Eu acabei de assistir ao documentário e por isso estou tão pensativa. Acho que para sermos felizes precisamos fechar os olhos e tapar os ouvidos para um tanto de besteiras que vemos por aí. Não existe felicidade padronizada e beleza não é igual para todas. O conceito de ser bonita vai muito além do que você vê em revistas. E ser uma mulher “saudável” depende do seu conceito. E de mais ninguém. Você é feliz? Só isso importa. Vai por mim. Só isso.

Alegrias,

Fernanda.

Saudade

segunda-feira, novembro 16th, 2009

Este é mais um post republicado, mas eu gosto tanto de lembrar do meu avô… Espero que gostem dessa recordação.

Eu nunca deixei de pensar no meu avô, nunca. Este ano completamos 10 anos sem ele conosco, porque se foi cedo, quando eu tinha 19 anos e ele ainda teria muita vida pela frente. Queria que pudesse ver como sou feliz, que tivesse ido ao meu casamento, que lesse meus livros. Mas, no fundo, eu acho que ele faz tudo isso sem que eu veja.

abr09_vovowalter03peqMaio de 1985 – Meu irmão, vô Walter e eu.

O vô Walter era o marido da vóva Lourdes, de quem sempre falo aqui. Pais da minha mãe, moravam ao lado da nossa casa, mesmo quintal, bairro italiano e família de origem portuguesa. Era um tanto chato quanto adorável. Quando eu era adolescente, chegava na ponta dos pés das baladas, de madrugada, mas sabia que ao passar pelo quintal ele abriria a janela de seu quarto e diria “isso são horas de chegar?”. Era preocupação e um amor do tamanho do mundo.

Meu avô não gostava de festas, de fotos, de badalações, de eventos. Mas me chamava de filha, soube anos mais tarde que carregava uma foto minha na carteira e não podia me ver doente que começava suas orações poderosas. Era um homem de muita fé, uma fé inabalável. Dava-me comprimidinhos para dor e pedia que eu deitasse em sua cama, onde o cachorro Stopa sempre dormia como seu fiel companheiro.

abr09_vovowalter01peqVovô Walter e Vovó Lourdes, em mil novecentos e bolinha.

O vô tinha um gênio que poderia ser difícil para alguns, mas era um homem bom, muito bom, de coração grande, de preocupação extrema, de carinho que transbordava. Andava pela casa com um sanduíche na mão e deixava migalhas por todos os cantos, como uma criança. Trocava o nome do gato, mas gostava muito de animais. Falava “ô ô ô” no início das frases e tinha os olhos azuis mais bonitos que eu já vi.

Esta semana eu pensei muito nele e sonhei com sua perfeita imagem sorrindo para mim e dizendo que me ama. Como se tivesse me feito uma visita.

Como uma homenagem ainda uso seu nome como meu nome. Tenho um bonito sobrenome da família de meu pai, mas passei a assinar o França e hoje gostaria que meu avô visse que o carrego em todos os trabalhos. É uma homenagem à família, de certa forma. Uma homenagem ao amor que não tem erro, que é puro e sincero. Amor de avô, sabe? Eu não o tenho mais comigo aqui, mas o seu amor ainda vive.

abr09_vovowalter02peqJulho de 1981 – Eu, com 1 ano e 10 meses, no colo do meu avô. Da esquerda para a direita: Vó Lourdes (de óculos), tia Lene, Tio Carlos (em pé), primo Luciano (escondido) com prima Carol no colo, Tia Tereza com meu irmão Flávio no colo (ele com dois meses), eu e o vô e meu pai Osvaldo. Mamãe devia ser a fotógrafa.

Família é TUDO.

Alegrias,
Fernanda.

Depois do resgate…

quarta-feira, novembro 11th, 2009

Depois do resgate do cachorrinho relatado no post abaixo (dê uma olhadinha), eu voltei para casa tão feliz, mas tããão feliz! Voltei caminhando, pensando naquele cãozinho que ganhou uma casa, que foi salvo e estava vivo. E bem nesse momento eu vejo um cachorrinho atropelado na avenida. No meio da avenida.

Na hora, fiquei em choque. Eu não conseguia enxergar se ele poderia estar vivo, eu queria tirá-lo de lá, mas fiquei paralisada. Muitas pessoas passaram e nem se importaram, como se fosse lixo no meio da rua. Um casal passou, viu o meu desespero e parou. A moça não conseguia olhar para o cachorrinho e o rapaz confirmou que ele estava morto. Os dois seguiram e eu tive certeza de que não poderia salvá-lo. E nem ao menos conseguia retirar, sozinha, seu corpinho do meio da avenida.

Liguei para o Má no trabalho e comecei a chorar no telefone. Chorei, chorei, chorei… Foi horrível. E então pude fazer uma conexão com os dois casos. Rei, o cachorro salvo pelos Bombeiros, havia sido abandonado no bairro. A vizinha me contou que seu irmão estava dando comida e tentando ajudar quando ele desapareceu. Mas o moço já tinha outros cachorros tirados da rua. A culpa não era dele. A culpa é de quem abandonou Rei (que estava com uma coleira quando foi visto no bairro pela primeira vez) ou de quem o deixou escapar.

1) Abandono de animais deveria ser crime. Não se abandona um animal porque “não se quer mais”. Cachorro não é um brinquedo. Gato não é uma peça de roupa. Não é assim que funciona.

2) Lugar de animal é dentro de casa!! Eu repito, repito, mas o que mais vejo por aqui, na cidade onde moro, é cachorro e gato solto. Uns dizem que o cachorro precisa passear e outros comentam que gato tem de andar no telhado mesmo. Balela! Cachorro precisa passear com o dono. E só com o dono, de coleira. Nunca sozinho, porque ele pode nunca mais voltar. Você é responsável pelo seu animalzinho. E gato tem de ficar em casa também, com telas de proteção. E ser castrado. Ele não é infeliz assim, acreditem em mim, ou vocês acham que Teddy e Polly são infelizes pelo que veem aqui? Mais uma vez: lugar de animal é dentro de casa!

E por isso, pela irresponsabilidade humana, um cãozinho caiu no bueiro e outro foi morto atropelado, como tantos outros são mortos todos os dias. Por isso que o ser humano me decepciona de vez em quando. E os animais dão uma lição de amor que deveríamos aprender.

Alegrias,

Fernanda.

Um brinde à madrugada e aos amigos!

sexta-feira, novembro 6th, 2009

A madrugada é, para mim, o que há de mais inspirador. O silêncio me faz companhia, o calor dá trégua e enquanto todos dormem, a minha mente se agita. Eu sempre disse que acredito em relógio biológico e que cada pessoa se adapta melhor a uma rotina e posso comprovar isso nos últimos dias.

Enquanto escrevia acompanhada da árvore de Natal piscante e dos gatos sonolentos, uma amiga veio conversar comigo. E o que eram dúvidas se transformaram em ideias. O que era desânimo virou empolgação. A cada dia mais eu sou grata pelos amigos que tenho nesta vida. Por Deus ser tão bom comigo por me permitir conhecer pessoas boas, que me ajudam sem pedir nada em troca, que me dão coragem e suporte.

Na minha vida é assim, eu sempre digo: minha melhor terapia é conversar com um amigo (vai ver por isso nunca fiz terapia de verdade, eu alugo um amigo, olha que sacana!). E empresto meus ouvidos também, porque é assim que é feita uma amizade.

Um brinde à madrugada!

Alegrias,

Fernanda.

Sobrenome do marido?

segunda-feira, novembro 2nd, 2009

Eu adoro assistir a programas de casamento. Adoro mesmo. Muitos se passam nos Estados Unidos e é comum vermos a apresentação dos noivos no final mais ou menos assim (com adaptação dos nomes, tá): “Eu apresento, pela primeira vez, o senhor e senhora José da Silva” ou “E com vocês, o senhor e senhora Francisco Souza” ou ainda “Aqui estão pela primeira vez em púlico o senhor e senhora Pereira” (no caso, o sobrenome do marido).

Colocar o sobrenome do marido não é mais uma obrigatoriedade por lei. É opcional. Hoje em dia, inclusive, o noivo pode adotar o sobrenome da esposa se assim desejar. Eu queria saber de vocês: o que pensam sobre isso? Adotaram o sobrenome do marido? Sim, não, por quê? A esposa de vocês adotou o sobrenome? Se casassem, adotariam? Acham importante essa mudança de sobrenome ou não? Por quê?

Dessa vez eu não vou escrever nada, por enquanto. Volto aqui depois, se quiserem, para dar minha opinião. Agora é a vez dos leitores! Respostas nos comentários. Ah, eu adoro debates assim ;-)

Alegrias,

Fernanda.

Tenha pelo menos um amigo

segunda-feira, outubro 5th, 2009

Lendo uma matéria de 2006 da revista Superinteressante, que eu adoro, vi um tópico que quero discutir com vocês. Em resoluções que podem fazer sua vida melhor, foram feitas propostas e entre elas: tenha pelo menos um amigo.

A amizade libera substâncias hormonais no cérebro que favorecem a alegria de viver e o bem-estar. Segundo o psicanalista Contardo Calligaris, o único jeito de ultrapassar a barreira da solidão é justamente tendo pelo menos um amigo e um amor. “Não se consegue uma amizade sem generosidade”, afirma o psiquiatra. Para termos pelo menos um amigo, diz ele, precisamos nos livrar daquilo que ele chama de “avareza de si mesmo”. Trocando em miúdos: doar-se, estar disponível, saber trocar. E, principalmente, olhar além do próprio umbigo.

Você tem pelo menos um amigo? Parece uma pergunta boba, de resposta simples, mas não é. Estou falando de amigo mesmo, que dá e recebe, que troca, que incentiva, que é sincero. Porque a coisa mais fácil do mundo é encontrar companheiros de balada, de cervejada, de churrascada. Complicado mesmo é poder desabafar e ser você mesmo, ora ajudando, ora sendo ajudado. E aí, pensou melhor? Diminuíram as opções?

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As pessoas têm a tendência natural de buscarem atenção. Se estiverem com um problema, procuram um amigo. Mas aí o problema se repete, o problema muda, o problema cresce e a pessoa hipotética (mas verdadeira) continua sendo o centro das atenções. Ela acredita tão piamente que seu problema é maior do que o dos outros que se esquece que os outros também querem ser ouvidos. Que as pessoas que a ouviram também têm seus dias ruins. E quando essas pessoas somem, ela ainda se sente injustiçada.

Livrar-se do umbiguismo é tarefa difícil. Ouvir é uma das mais raras qualidades encontradas hoje em dia. Ouvir e ler, porque nesses tempos modernos, a internet é, sim, uma grande ferramenta de aproximação entre amigos.

Ouvir e ler parece fácil, mas não é. Experimente lembrar de quantas vezes você parou para ouvir alguém que precisava nesta semana. E calcule, assim por alto, quantas vezes requisitou o ouvido de alguém para suas lamúrias.

É claro que um dia você requisita, em outro você doa. O problema mora em quem não sabe alternar esses dois verbos. Porque amizade é uma via de mão dupla e se você trafega somente em um sentido, pode ter o outro interditado.

Se conseguir ter um amigo, somente um, pelo menos um, que seja exatamente o que dissemos aqui, então você tirou a sorte grande (e seu amigo também). E, certamente, a vida de vocês é mais feliz do que se não tivessem um ao outro.

Alegrias,

Fernanda.

Adolescência madura

quarta-feira, setembro 30th, 2009

Na mesa, eu e meu revisor fofo que tem 10 anos a menos que eu (mas abafa o caso que eu não pareço ser uma moça de uns 20 e poucos, bem poucos?). Marido inda mais véio e eu vemos o Biafra na tevê e começamos a lembrar de algumas coisas do passado, tipo “Qual é a música” com o Silvão na época em que o Ovelha participava, sabem? Ovelha, minha gente, Ovelha! E Trio Los Angeles, e Naim, e o cara do Ursinho Blau Blau. Ah, tipo, foi ontem.

Eis que meu revisor, que é moço inteligente e fino, diz que não lembra disso. Ou melhor, faz cara de que não tem a menor idéia do que eu tô dizendo. Aí me cai a ficha: “sua lesa, olha tua idade”. E agora eu ouço uma rádio anos 80/90 que toca Erasure e quase começo a pular aqui no meio da sala no último dia de férias, mas penso “caramba, isso é velho”. Mas é bão, ah, como é bão!

O fato é que ter 30 anos é uma sacanagem com as mulheres. Puxa vida, nunca me senti tão bem na vida! Uma amiga diz que é a fase da produção – em que mais criamos, trabalhamos, parimos, casamos, enfim, fazemos mil coisas. Eu estou a mil com idéias, projetos, viagens, e não me sinto velha. E lá vem um bobão que escreve e dá o nome de balzaquiana, certo? Quem é ele pra acabar com minha auto-estima?

Cheguei aos 30, mas acho que estou em plena adolescência madura. Bem melhor esse nome, não?

Alegrias,

Fernanda.

E aí, pessoal?

quarta-feira, setembro 30th, 2009

Leitores, tirem minha dúvida: entrar no blog de alguém, ler e acompanhar, conhecendo ou não a pessoa pessoalmente (em caso positivo, ainda mais) sem deixar nenhum recado, nunca, é como entrar na casa de uma pessoa sem bater na porta?

Ah, essas novas tecnologias criaram uma nova ética ou ando maluca? :-)

Alegrias,

Fernanda.

Escolhas

sexta-feira, agosto 28th, 2009

Quanto vale fazer o que se gosta? Há alguns dias eu pensava sobre o valor de atuar em alguma área que gostamos, qualquer uma. Trabalhar com algo que dê prazer, que consiga te deixar feliz. Tenho uma amiga que me diz que para eu fazer as tarefas bem feitas, preciso ter tesão. É verdade. Não é o dinheiro que me motiva, é o gosto por fazer. Não que eu seja louca de rasgar dinheiro, muito pelo contrário. Quero, sim, conseguir ganhar bem com meu trabalho (um dia!), mas se eu tivesse de escolher entre ganhar muito bem e ser reconhecida, eu escolheria o segundo. Se eu pudesse escolher entre ganhar muito bem e poder fazer o que eu gosto para o resto da vista, continuo escolhendo a segunda opção. Para mim, fazer o que eu amo não tem preço. E para eu ser feliz, antes de dinheiro, preciso da motivação de acordar e pensar “eu adoro isso”. E vocês, o que escolheriam?

Alegrias,

Fernanda.